- Temos que ver a rota até minha casa e me levar de volta - falo confiante para Yasmin enquanto arrumavamos nossas camas - Vai ser fácil, deve ser aqui perto.
- Espero que sim - a morena me responde concentrada nos lençóis, ou em seus pensamentos - Só não procuramos ontem pois estava de noite - ela pega um bloco de notas e uma caneta de cima do criado-mudo e senta na cama, pronta para anotar algo - informações sobre você serão úteis, começando, que cidade você mora? - respondo e ela fica confusa - Onde?
- Interior do estado de São Paulo - a menina fica mais confusa o que não faz sentido algum.
- Não tem nenhum estado de São Paulo aqui. - seu olhar preucupado de quem achava que eu era louca me encarava enquanto dizia aquilo com com confiança. Ela que está louca.
- Claro que tem! São Paulo estado mais populoso e industrializado do Brasil - a cara de indignada de Yasmin era notavel, como se eu estivesse mentido de uma forma descarada, o que não era verdade, ela que estava. Sem dúvida alguma ela acha que eu sou louca.
- A gente não está no Brasil, e sim na Inglaterra - ela quase em tom de deboche, como se tivesse descoberto uma pegadinha - diz agora onde você vive.
- Eu já disse eu moro no Brasil, e com certeza é onde estamos, pois estamos falando português e sem o sotaque de portugal.
- Não estamos, você deve ter sofrido alguma pancada na cabeça e isso deve estar alterando suas memorias. - Yasmin conclui.
- Não! Eu lembro de tudo! Eu sei onde eu moro, eu sei que língua eu falo! - olho brava com Yasmin - o que você está tentando fazer? Pois saiba que não está funcionando.
- Eu estou tentando te ajudar - Yasmin fica em pé e levanta o tom de voz, mas em seguida fez um pedido com leveza - Por favor me deixe de ajudar.
- Desculpa, mas não estamos na Inglaterra, é simplesmente impossível! - quando disse isso me lembrei que estava no meu corpo de eu de onze anos, se isso é possível, não seria possível eu estar na Inglaterra? - Yasmin, meu inglês definitivamente não é fluente, bem que eu gostaria que fosse.
- Isso definitivamente é inglês - Yasmin segura meu pulso e começa a me levar para algum lugar.
Quando entramos na sala vi que ela tinha a mesma parede e piso que as outras, mas ao invés de ser um quarto, era um escritório. Alguns organizadores podiam ser vistos, além de duas mesas, posicionadas em L. Em uma se via vários papéis, e na outra um computador. Yasmin sentou numa cadeira e ligou o computador.
- O que você está fazendo?
- Você verá - respondeu com um sorriso debochado.
Quando ela abriu o computador e começou a digitar percebi aonde ela queria chegar: no Google Maps. Que bom, iria provar que estamos no Brasil e a louca aqui é ela.
Estava tranquilamente esperando a página carregar, pois que computador lento, mas quando finalmente o resultado da pesquisa apareceu fiquei chocada. Como aquilo era possível? Não podia ser verdade.
Yasmin estava certa.
Estamos realmente em Londres.
Mas... como? Como eu cheguei em segundos ao outro lado do oceano Atlântico? Ou mais confuso ainda, como que eu estou falando inglês, e além do mais sem sequer perceber?
Eu faço aula de inglês a alguns anos, então claro que eu consigo ler e escrever a maioria das coisas, mas... falar? Nisso sempre gaguejei e pronunciei tudo errado, é simplesmente impossível eu estar falando, ainda mais como uma nativa. E também, como eu estava entendendo tudo, como se fosse português? Aquilo é impossível.
Ou melhor. Era.
Porque aparentemente isso está realmente acontecendo.
- Como? - sinto minhas pernas bambearem, e me vejo sentada no chão. Yasmin se agacha e coloca a mão sobre meu ombro.
- Calma. Eu não sei o que está acontecendo, mas vamos descobrir e levar você de volta para sua casa.
Os minutos se passaram e eu fiquei lá até me recompor. Quando finalmente consegui me levantar não sabia se acreditava naquilo ou não. Eu poderia estar sonhando não é? Mas tudo é tão real, as pessoas, as coisas, tudo.
Logo finalmente tenho uma idéia, procurar uma rede social de um dos meus pais. Primeiro tento entrar no meu Instagram, mas logo lembro que o criei ano passado, ou seja meu eu de onze anos não tem. Porém lembro do Facebook, eu sei a senha do da minha mãe, então tento logar na conta dela, mas não entra, diz que a conta não existe, o que não faz nenhum sentido.
O que está acontecendo?
Vejo um telefone ao lado do computador, o pego e disco o número da minha mãe, o telefone nem chegou a chamar o número, como se ele não existisse...
Como é possivel?
Coloco o telefone no gancho novamente, cansada de tudo aquilo. Não fazia sentido, só queria voltar pra minha vida normal, isso é pedir demais?
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Loucuras Da Minha Mente
ФэнтезиPelo acaso do destino, Letícia, uma garota comum como todas as outras, se vê presa numa sequência de situações sobre as quais nem imaginava que fossem possiveis ▪•▪•▪ Isso é um delírio que eu mesma criei pra ativar minhas imaginações e loucuras. Teo...