Continuação - Capítulo 37

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Edgar e Carmen pisavam seus pés depois de muitos meses na cidade onde vivem, desceram do carro e Edgar abriu a porta de casa, estava arrumada e como a deixou, seu filho havia andando na linha, subiu as escadas e ligou para a empregada de casa, avisando que chegou e que ela deveria retornar ao trabalho diariamente.

Carmen subiu as escadas logo em seguida e procurou logo o filho, bateu na porta de seu quarto e entrou: - Philip?

- Mãe? - ele olhou surpreso - Mãe!

Ele sentiu alívio em vê-la e abraçou sua mãe, era seu único conforto, quis chorar e chorou, seu coração estava partido e o colo de sua mãe era paliativo.

- Esse choro não é de saudade, conheço meu bebê!

- Eu precisei tanto de você, precisei tanto de seus conselhos.

- O que aconteceu?

- Faz cinco meses que conheci uma menina - ele suspirou, sentando-se com a mãe na cama - eu me apaixonei por ela...

- Que lindo! A primeira paixão...

- E ela partiu meu coração!

- Que ingrata, meu amor, meu príncipe! Pode chorar! Desabafe.

- Mas ela ainda gosta de mim, eu sei! Só que...

- E a Lívia?

- Eu a deixei e ela armou tudo para me separar da Luce e conseguiu.

- Luce? Que nome lindo! Mas então... lute por seu amor.

- Vou dar a ela o tempo dela, ela mora a três horas daqui minha mãe e foi embora hoje.

- Vem cá! - ela deixou que o filho colocasse a cabeça em seu colo e alisou seus cabelos - Estou impressionada, saio e quando volto meu amor está apaixonado e triste, conheceu a primeira menina e namorada para amar e veja só o que ela fez! Vai passar, confie em mim. Dará tudo certo.

Phil apenas assentiu e ficou quieto chorando, era sempre assim! Como era filho único, sempre foi mimado e era a mãe que ouvia suas súplicas e lamentos e que o cuidava. E depois de grande, quem diria que ele choraria dores de um amor? A mãe estava surpresa e feliz, seu filho era humano, seu filho agora saberia o que era chorar.

Depois de recomposto, seguiram os dois para ver Edgar, o pai descansava deitado na rede, fumando seu cigarro. Ele beijou a testa do pai e sentou-se perto dele.

- E aí? Como foi lá?

- Uma lua de mel maravilhosa, não foi benzinho? - Edgar olhou para Carmen e riu.

- Okay, tá bom por aí! Estou vendo que deu tudo certo.

- E esses olhos vermelhos?

- Uma menina me deu um pé na bunda.

- Chorando por mulher, meu garoto?

- Primeira paixão, meu pai!

- Se ela for para ser sua... será!

- Deus te ouça.

- Ela mora aqui?

- Mora a três horas daqui, estava morando aqui sim, até ela me deixar e ir embora.

- Quanto tempo isso?

- Fará dois dias que terminamos, ela foi embora hoje!

- Problemas, problemas! Quer algumas garotas?

- Edgar... - reclamou a mulher.

- Pro nosso filhinho animar-se.

- Não, pai! - retrucou e levantou-se - vou terminar de estudar.

Luce chegaria em casa em meia hora, estaria de volta, voltaria ao seu ritmo de trabalho na Sardigão e logo esqueceria o Phil, não foram dois anos como tinha sido com o Nick, foram só cinco meses. Não pôde deixar de chorar quando algumas músicas lentas tocavam em seus fones de ouvido. Philip não havia a procurado, ela estava arrasada! Mas o que mesmo ela esperava? Que ele fosse aquele cara que quando ela dissesse SAI, ele dissesse VOU FICAR ? Ela tinha que entender que Phil estava apaixonado e havia feito tudo que estava ao seu alcance, ela quem havia vacilado se deixando ficar cega pelo ódio que sentia pela Lívia.

- Eu quero poder amar você, - ela falou normalmente e entristecidamente dentro do carro, era uma forma que ela encontrava para desabafar: falando sozinha - quero poder ter a certeza de te encontrar depois de um dia chato, eu ainda sou apaixonada, mas tenho medo, toda vez que tento ser feliz algo acontece, o destino tem uma mania de interpor-se nas minhas decisões, eu também tenho medo de ir atrás, eu quero que você venha Phil! Eu prometo abraçá-lo forte e dizer que senti saudade, eu prometo ser melhor, nós éramos tão lindos juntos - ela começou a chorar desenfreadamente, limpava os olhos embaçados, estava tão triste.

Quando vira amorOnde histórias criam vida. Descubra agora