O Teste

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Era um dia calmo no reino de Cuche, mas poucos sabiam que algo terrível os esperava ao entardecer. Todos no reino possuíam certo tipo de elemento ao praticar magia, e quando aprendiam a controlar e usar a seu favor, tornavam-se magos.

Naquela mesma tarde havia uma prova para testar os jovens magos. Nesse teste o grande rei Deiderick testaria os garotos e garotas de aproximadamente 13 anos, a fim de presenciar o desempenho de seu exército de magos futuro. Deiderick era um rei muito humilde, mas também, era impulsivo e o ódio o tomava ao ver fraqueza em pessoas que não precisavam de misericórdia (em sua mentalidade, essas pessoas seriam os bruxos e bárbaros).

Entre as doze crianças que estavam presentes ali, uma era a que as pessoas mais estavam ansiosas para testemunhar o "grande" poder. Essa criança era Raví, filho único de um lendário mago, que salvou o reino um tempo atrás. Apesar de Raví sempre ter sido uma criança tímida, era conhecido por muitos no reino, e até mesmo fora dele. O garoto tinha uma aparência tradicional, seus cabelos eram loiros feito o sol e com leves mechas alaranjadas, e seus olhos eram azuis feito o mar. Sua áurea era tranquila e distraída.

A prova estava prestes a começar, os jovens magos teriam de usar seus poderes para não serem atingidos pelas flechas que seriam atiradas contra eles, não parece muito, mas antes das flechas serem atiradas, elas eram amaldiçoadas por feiticeiros. Alguns deles estavam por lá, já que seu rei Adônis havia se disposto a ajudar no treinamento dos jovens.

Raví estava preocupado. O garoto não conseguia usar sua magia, todas as vezes em que tentava durante os treinos com seu pai, acabava falhando, mas mesmo assim seu pai ainda acreditava que ele conseguiria quando fosse a hora certa.

Após soarem os sinos, diversos magos começaram a atirar flechas aleatoriamente e os garotos deveriam se proteger caso alguma delas viesse em sua direção. O terreno era grande, com várias árvores e arbustos, algumas pedras e um rio.

Raví começou a correr desesperadamente para não ser atingido pelas flechas, logo o jovem se deparou com uma grande rocha cinzenta com provavelmente três metros de altura, e em um ato de desespero, se escondeu ás pressas atrás dela.

Ali mesmo atrás da grande rocha, Raví juntou todas as suas forças em suas mãos, com a intenção de atrair a magia, mas foi em vão. Assim como nos treinamentos com seu pai, nada aconteceu. Uma lágrima de decepção escorreu em seu rosto, sabia que isso decepcionaria seu pai. Raví não queria ser a perdição da família, muito menos do reino. Seu pai... ó, como ficaria chateado, ele provavelmente daria um sorriso e diria que está tudo bem e que ele fez tudo o que pode, mas Raví sabia que o pai ficaria magoado.

Logo adiante um mago que estava atirando as flechas encontrou o esconderijo do garoto, de longe ele atirou uma flecha duas vezes mais forte do que estava atirando nas outras crianças, e isso fez com que a rocha partisse ao meio. Agora que o esconderijo estava em pedaços, o mago preparou, rapidamente, a segunda flecha. Raví se encolhe, apenas esperando seu fim. Antes mesmo de poder derrubar mais uma lágrima, o chão começou a tremer, tão forte que pensara que a flecha já tinha o acertado e agora todo o feitiço estava fazendo efeito, Raví também chegou a pensar que estava morto, mas não era nada disso. A flecha havia parado, e o terreno ali havia mudado. Uma enorme barreira de terra cresceu bem na frente de Raví, protegendo-o da flecha.

O jovem Raví abre os olhos e se depara com outro garoto. Ele era Aloísio.

Aloísio era um garoto gentil, mas tinha uma personalidade forte. Costumava entrar em brigas constantemente, o que trazia dor de cabeça para seu avô que sempre o treinara. Seus cabelos eram castanhos, nem muito claros e nem muito escuros, cor de terra, seus olhos eram verdes brilhantes, como se fosse um pequeno broto.

- Ei, você está bem? - Aloísio logo pergunta.

- Sim, obrigada. Não estou conseguindo usar minha magia... - Resmungou o garoto desiludido.

- Tudo bem, continue tentando. Eu vou te dar cobertura enquanto isso.

De longe, uma voz rouca interferiu na situação.

- Se você não tem poder algum, deveria ir embora. Você não tem valor aqui. - Junto da voz horripilante, um frio intenso consumiu o local, congelando plantas, árvores e flechas que ousavam atingir o dono de todo esse poder.

As pessoas aqui são tão fortes assim? - Pensou Raví

- Não ligue pra ele, continue tentando.

Em um piscar de olhos, a prova acabara.  Raví não conseguiu usar sua magia, mesmo com a ajuda de Aloísio.

Ele era o único que não havia conseguido usar a magia. O rei considerou isso como uma desgraça, ordenou que o garoto treinasse mais, ou desistisse de ser um mago, mas se ele decidisse não ser um mago, teria de ser banido do reino.

Raví logo voltara para sua casa junto de seu pai. Um pouco sem graça, o grande mago disse:

- Filho, eu sei que você deve estar pensando que eu estou desapontado, mas não estou. Você é o meu maior orgulho e acredito que você ainda será um grande mago no futuro. Não ligue para o que eles dizem, apenas continue treinando.

O garoto olhou para os olhos castanhos de seu pai, com um com um sentimento recíproco de felicidade e determinação.

- Eu irei dar o meu melhor! - Diz Raví confiante olhando para seu pai, sua maior inspiração.

A Young MageOnde histórias criam vida. Descubra agora