Where Are You? | jjk + pjm

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J I M I N

Há três anos, eu e Jungkook viajamos pelo país, em seu carro.

Há três anos, nós passamos algumas noites em bares, outras dormindo dentro do carro, e outras — quando a tensão entre nós aumentava descontroladamente -, alugavamos um quarto em alguma pousada e passávamos a noite.

Às vezes, depois da nossa transa, enquanto Jungkook dormia ao meu lado na cama, eu encarava o teto e pensava em como havíamos ido parar ali.

Eu e Jungkook éramos completos desconhecidos até precisarmos fazer um trabalho juntos (inclusive, não reprovados na escola graças à isso). 

Começou apenas com o trabalho, umas reviradas de olho aqui, outras ali, eu mandando ele tomar no cu e ele respondendo que só se fosse comigo… E de repente, estávamos aos amassos em meu quarto.

Não que nós fôssemos perdidamente apaixonados um pelo outro, mas… A química era inegável.

Com um olhar, com um toque, com um movimento, nós conseguíamos incendiar tudo. 

E tem sido assim até hoje. Jungkook é a pólvora e eu o fogo.

E por que? Porque Jungkook era tão tranquilo quanto um lago quando eu apareci. 

Não era um aluno exemplar, mas ninguém nunca ouvia boatos ruins sobre ele. Ele sempre soube manter seus podres por baixo de sete panos.

Mas, depois que nos aproximamos, eu acabei percebendo muitas coisas em comum entre nós, e foi só questão de tempo até eu finalmente conversar com ele.

E então, nós causamos nossos primeiro incêndio.

Aos vinte anos, eu enchi duas malas de dinheiro. Aos vinte anos, eu enfiei essas malas no porta-malas do carro de Jungkook, e depois disso, nós desaparecemos.

E desde então nossa vida tem sido essa.

Onde não temos hora para voltar para casa. Onde não nos prendemos em uma rotina de merda e transformamos nossa vida em apenas existência. Onde, não importava se era dia ou noite. Onde nós não passamos tempo o suficiente em um lugar, ao ponto de arranjar problemas ou esquentar a cabeça com pouca coisa. Onde somos livres.

…

As janelas do carro estavam abertas, deixando o vento bater em nossos rostos. 

No rádio, tocava um rock dos anos 90, e minha cabeça ainda doía pela última noite.

Nada além de minha típica competição com Jungkook para ver quem bebe mais. E, como sempre, terminamos empatados, saindo do bar cambaleando.

Ainda estava fresca em minha memória as lembranças da noite/madrugada anterior.

Conseguia me lembrar da música alta e da barulheira de conversa no lugar. Me lembro quando, simplesmente do nada, alguém percebeu minha competição com Jungkook e chamou atenção do bar inteiro com um "VIRA-VIRA!", e então, todos passaram a prestar atenção em nós, com direito a gritos e barulho de copos batendo nas mesas.

Não era novidade eu e Jungkook saírmos de um bar, já com um dia amanhecendo, enquanto nós sequer conseguíamos andar sem tropeçar.

E ali, no carro, depois de menos de cinco horas de sono, Jungkook já dirigia em direção à outra cidade, passando vez ou outra por alguns postos de combustível, lanchonetes e restaurantes, e ainda alguns bares fechados.

Eu lutava para me manter desperto — enquanto vez ou outra, acabava fraquejando e pegava no sono —, e só vim ter motivos para realmente ficar acordado quando chegamos à cidade.