REALIDADE PARALELA

CAPÍTULO QUATORZE.

" O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos."

Eleanor Roosevelt.

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— Alô?

— Bom dia Priscila! Me desculpe por ligar a essa hora, mas preciso que você vá comigo ao Rio de Janeiro no lugar de Amélia. — ele falou com a voz apressada.

— Como assim? Por que Amélia não vai mais? — perguntei curiosa.

— Não me pergunte nada, só arrume suas malas rápido, e pegue seus documentos, o voo é 9:00 horas, já comprei sua passagem, te aguardo no aeroporto.

— Mas... — ele nem deixou eu terminar e encerrou a ligação, que mal educado.

Ainda deitada respirei fundo criando coragem pra levantar, pois eu estava morrendo de sono afinal eu tinha ido dormir muito tarde.

Levantei me espreguiçando e me encarei no espelho, a minha cara inchada e meus cabelos bagunçados, ainda tinha o resíduos da máscara de cílios que eu nunca conseguia tirar tudo, a minha pele parecia mais oleosa, e tinha acabado de nascer uma espinha monstruosa no meu nariz, e outra entre as sobrancelhas. Resmunguei irritada, e me joguei na cama novamente com os braços e pernas abertas, e fechei os olhos, e acabei dormindo novamente, até que o despertador tocou fazendo com que eu me assustasse.

Que droga!

Olhei no relógio e percebi que tinha dormido durante trinta minutos.

Levantei correndo e comecei a arrumar a minha mala, não era bem uma arrumação pois eu estava colocando tudo de qualquer jeito, deixei as calcinhas furadas de lado e coloquei apenas as mais bonitas, coloquei um absorvente caso a maldita resolvesse aparecer, ela é bem desregulada vem no dia que quer, mas eu tinha deixado há muitos tempo de me preocupar com esses atrasos pois infelizmente eu nunca conseguia engravidar.

Fui no ginecologista apenas uma vez, eu realmente não me importava muito com exames rotineiros, eu só sentia cólicas horríveis, tomava um analgésico e seguia algumas dicas da internet de colocar um algodão com álcool no umbigo, e cobrir com um adesivo.

Na verdade eu nunca comprovei em exames que eu era estéril, me lembro de todas as vezes que atrasava eu começava sentir enjoos, tonturas, desejos por doces, meus seios e minha barriga se inchavam e eu me animava e logo em seguida comprava um teste de gravidez, mas sempre dava negativo e era só a TPM mesmo.

Eu odiava sempre ter que passar por isso, em ver a expectativa nos olhos de Nicholas, e quando dava negativo ele ficava triste, ele tentava esconder, mas eu o conhecia muito bem, era notório o quanto ele estava decepcionado.

E em saber que Amélia conseguiu engravidar eu havia confirmado que o problema era eu mesmo, e como Alba dizia eu possuía um "ventre seco" então apenas me conformei que eu nunca poderei gerar filhos.

Abri meu armário e peguei as roupas mais leves que tinha, pois pelo que eu soube no Rio de Janeiro o clima é muito quente, diferente daqui.