Doce Fantasma

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Bakugou

 Solto um suspiro irritado ao chegar no fim da rua deserta. Eu podia sentir minha cabeça prestes a explodir de dor, provavelmente por conta da bebida forte que fora despejada no ponche. Mesmo a uma boa distancia era possível escutar o som da música alta vindo da casa de Kaminari. Faltavam menos de três horas para o amanhecer e aquela festa de Halloween estava longe de acabar, contudo eu já não tinha mais paciência para aguentar Uraraka e Mina completamente bêbadas me perturbando, então só queria me desvencilhar daquele lugar irritante e barulhento.

Eu podia jurar que meu coração ainda batia no ritmo da música eletrônica e repetitiva que tocou a noite inteira na festa, e nesse momento eu só queria chegar em casa e me jogar na cama sem pretensão de levar por no mínimo uma vida. O vento fresco do outono batia no meu rosto e de certa forma isso me fazia sentir leve, a rua deserta com a iluminação alaranjado dos postes tornava aquela noite menos miserável.

Andava rua a baixo fico surpreso ao ver de longe um garoto sentado no meio fio da calçada, com um semblante triste e preocupado. O garoto vestia uma fantasia de fantasma e tinha os cabelos enrolando e verdes, como uma moita. Levando em conta que o menino parecia uma ovelha indefesa, era muito perigoso ficar na rua sozinho a essas horas. De qualquer forma não era problema meu, então só ignoro e continuo meu caminho. Infelizmente não obtive êxito em meu objetivo, já que no momento em que o menino nota minha presença, o que não foi difícil já que só estávamos nós dois na rua, apressadamente se levanta de forma brusca e dirige a palavra a mim.

- Com licença, você poderá me dizer onde eu estou? - Sua voz estava embargada, provavelmente ele havia chorado.

- Eu tenho cara de mapa por acaso?

- N-Não foi i-isso que eu quis dizer, me desculpe mais eu estou perdido, p-poderia me ajudar?

- Ninguém mandou ficar andando por aí sozinho - Passo por ele me dirigindo novamente ao meu destino inicial. Não me julgue, não é meu dever ajudar desconhecidos.

O garoto visivelmente desapontado se senta novamente na meio fio, dessa vez de cabeça baixa. Escuto um barulho baixinho de choro e presumo ser do garoto. Porra de consciência do caralho.

- OK, ok, onde você mora? - Pergunto dando meia volta.

- Jura?!Você vai me ajudar? - Ele levanta seu olhar de forma animada e seca as lágrimas com as costas da mão.

- Não me faça repetir!! - Eu não queria passar mais tempo do que o necessário ali.

- Ah s-sim, eu moro perto do cemitério - Que porra de lugar para se morar.

- Não é muito longe daqui, e só ir reto, virar a esquerda, depois a esquerda de novo e continuar reto por umas duas ruas, então vire a direita e a esquerda depois, o cemitério fica umas três ruas pra baixo disso - Depois de dar as informações para ele eu volto ao meu destino.

- Espera!!! - Sinto ele puxar minha jaqueta.

- Mais que merda!!! O que é dessa vez? - Questiono me virando bruscamente.

- V-Você p-poderia repitir? - Solto um suspiro irritado e ele se encolhe de medo.

- Siga reto, vire a esquerda, depois a esquerda de novo e continuar reto por umas duas ruas, então vire a direita e a esquerda depois, o cemitério fica umas três ruas pra baixo disso.

- Acho que entendi, primeiro vira a esquerda, dep-

- NÃO!!! Primeiro você vai reto.

- Reto, depois a esquerda e depois a direi-

- NÃO!! PRIMEIRO SIGA RETO, DEPOIS VIRE A ESQUERDA, DEPOIS A ESQUERDA DE NOVO, ENTÃO CONTINUE RETO POR DUAS RUAS, VIRE A DIREITA E A ESQUERDA, ENTÃO O CEMITÉRIO É TRÊS RUAS PRA BAIXO!!!!

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