10. A Ilha de Artrópota

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REI DÉRIKO I

Castelo Prime T, Tâmasus, Romênia.
19 de agosto de 1971

Noite
Saulo me trás os mais recentes relatórios sobre a execução de um projeto que se estendeu por séculos até chegar a mim. Nunca foi aprovado de fato, mas tive motivos para acolhê-lo. O Projeto Artrópota teve realmente início no reinado do meu avô, Rafaelo IV, que queria expandir as fronteiras tamasianas e construir uma Capital Marcial numa ilha no Índico, mas foi considerado um absurdo quase unanimemente pelo Auto Concelho Tamasiano. Então, o projeto foi simplesmente deixado de lado.
Mas agora, com o crescimento da, agora quase cidade, Scorpion Place, com o agravamento das tensões políticas, com a ameaça às Riquezas e a sua cobiça pelos indignos, temo que um conflito de intensidade maior está por vir. O Exército Tamasiano está à postos, preparado a todo momento. Espero que seus esforços não sejam necessários. Claro, o nascimento dos nossos filhos também influenciou a autorização de Kiara e a minha para tal construção. Queremos garantir o futuro deles, e se não for em Tâmasus, que seja em Artrópota! O Mundo Externo pode ser muito cruel.

Há 15 anos Artrópota começou a ser construída. Seu projeto contém base em 4 sub regiões principais: Ártiko, a Cidade-Maravilha, onde toda a inovação tecnológica acontecerá e haverá modernidade em cada esquina; Ciarta, a Cidade-Vitoriana, pensada para ser um centro tranquilo e ímpar, com construções de arquitetura antiga, com a intensão de remeter às construções do século XIX, mas considerando elementos modernos e futuristas; Élopo, a Região-V e maior de todas, que reserva puramente a fauna e flora originais de Artrópota, bem como seus recursos minerais e hídricos; e Élopo Norte, menor das regiões, destinada unicamente à agricultura e pecuária que serão repassadas para toda a Ilha.

Além disso, há a Academia Artrópode Artêmesis, uma escola marcial que preparará soldados de tipos e repartições diferentes para atuarem no Mundo Externo, a fim de ampliar nosso conhecimento real de campo além das barreiras energéticas. A verba para toda essa construção vem das próprias reservas tamasianas, já que uma parte delas realmente era destinada para Artrópota, apesar da reprovação do projeto. O transporte dos materiais necessários se dá quase unicamente pelo ar, em grandes aeronaves preparadas para jamais serem vistas pelo Mundo Externo - como toda nossa tecnologia, de modo geral.
É um trabalho minucioso e que ainda levará muito tempo para se concluir, mas acredito que Artrópota será uma extensão melhorada de Tâmasus. Um verdadeiro paraíso, e o que pode dar errado no paraíso?

Artrópota: Árvore-MármoreOnde histórias criam vida. Descubra agora