Capítulo IV

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KLAUS

No dia seguinte, Antony foi ao meu escritório informar que Conde Philip não iria declinar do noivado e que tinha recebido uma contra proposta inegável, o Conde pagaria o dobro para Antony ficar do lado dele. Com um sorriso irônico, ele disse que não poderia recusar a ofertar, apenas se eu tivesse uma contra proposta melhor. Recusei pagar mais pelos péssimos serviços daquele imprestável, Antony era incompetente e não tinha tempo para a falta de capacidade dele em resolver questões importantes.

- Vou resolver isso com meus métodos.

- Ainda bem que fiquei do lado do Conde, porque sabemos que você não vai conseguir reverter essa situação.

- Preste atenção! Esse pedido de noivado não vai acontecer, sabe por quê? Ele será cancelado hoje e você ficará sem o dinheiro do Conde e sem o meu.

Antony fez uma referência e se retirou, fiquei em pé em frente à mesa imóvel e calculando meus próximos passos.

*

Naquela noite fui para o clube e entrei pela primeira vez no espaço "privê", destinado para os nobres que tinha desejos por rapazes. Era um ambiente discreto e que tinha uma regra "o que acontece no privê ficava no privê". Os homens que frequentavam o espaço não falavam com os outros que frequentavam o ambiente sobre essa questão, um ignorava a presença do outro, como se apenas os rapazes que trabalhavam no recinto existissem.

Fui recebido por um rapaz vestido de mulher, cordialmente apontei para Conde Philip e falei que queria conversar com meu amigo sem ser incomodado. O rapaz fez um sinal com a mão para que os outros garotos não se aproximassem de mim, eles que me observavam curiosos desviaram os olharem e voltaram a prestar atenção nos homens que estavam aproveitando a noite no espaço. Minha presença foi ignorada pelos nobres do ambiente, que fingiram que não estavam sendo acariciados por homens enquanto fumavam charuto caros e bebiam uísque de safras especiais era uma ostentação de luxo e luxúria indevida. Tudo era exclusivo e peculiar naquele lugar.

Conde Philip estava acomodado em um canto discreto do privê com um jovem rapaz vestido de mulher sentado em seu colo, ao me ver o acompanhante se afastou, Philip ajeitou a camiseta social que estava parcialmente aberta. Sentei-me e fiz sinal para o garçom trazer um copo de uísque, nesse momento vi Antony entrar no espaço e se aproximar de nós quase sem ar, o Conde estava irritado com nossa presença em seu "lugar especial". Impaciente acendeu um cigarro e me questionou:

- O que você quer Klaus Lennox?

- Aurora. – Respondi prontamente.

- Você não é homem para ela.

- Nem você.

Olhei para Philip com repulsa enquanto ele acertava o membro rígido na calça:

- Tem certeza que eu não sou adequado, Conde? Eu aprecio mulheres, já você aprecia outra coisa.

- Nós dois temos desejos que precisamos esconder, mas o fato do seu envolver mulheres te faz melhor do que eu que aprecio homens? Klaus Lennox.

Odiava quando ele falava meu nome completo com tom irônico.

- Pense em como Aurora ficará quando souber que o marido gosta de penetrar homens ou ser penetrado. Veja bem, como você vai satisfazê-la se nem consegue chegar perto de uma mulher sem ter ojeriza?

Conde Philip ficou irritado e bateu na mesa que estava entre nós.

- Gosto de Aurora, ela é minha melhor amiga, uma mulher inteligente e especial, não vou deixar você machucá-la.

Aurora Russell Lennox - Um amor além do tempoOnde histórias criam vida. Descubra agora