Meu coração nessa altura já havia saído pela boca e estava pulsando descontrolado no chão daquela varanda. Meu Deus, eu estava terrivelmente, perdidamente, desesperadamente apaixonada. Pode parecer uma grande bobagem, mas o que eu queria naquele momento era abrir a minha boca grande e dizer pra ele o quanto eu o amava e o quanto eu não suportaria perdê-lo. Okay, eu sei, isso seria no mínimo ridículo. Eu conhecia Alfonso há tão pouco tempo e já o sentia tão indispensável. Isso não podia ser normal. Normal ou não, que se dane. Eu só queria estar com ele.
Alfonso: Um doce pelos seus pensamentos. – Disse devido ao meu silêncio.
Anahí: Estou de regime. – Brinquei e ele me lançou um olhar inquisidor – Me diga os seus que eu digo os meus. – Sugeri massageando o cenho dele, desfazendo o vinco que se formara em sua testa.
Alfonso: Hum. Está barganhando?
Anahí: Estou.
Alfonso: Nesse momento estou assustado. – Arregalei os olhos. Como assim 'assustado'?
Anahí: Assustado?
Alfonso: Isso. – Assentiu, dando-me um beijo demorado na testa – Acho que eu não sei lidar muito bem com esse tipo de sentimento. – Confesso que aquilo me aliviou. Aquela era uma maneira dele dizer que sentia exatamente o mesmo que eu. E que não sabíamos muito bem as proporções de algo tão forte.
Anahí: Que tipo de sentimento, Alfonso? – Instiguei-o.
Alfonso: Eu não sei, Any, nunca senti isso antes, é difícil definir. – Respondeu-me confuso. E eu sabia que realmente era. Sabe aquelas vezes que você sente algo tão intenso que não consegue definir? Nós sentimos e pronto. Por isso resolvi não insistir e mudei de assunto.
Anahí: É estranho você me chamar assim.
Alfonso: De Any?
Anahí: É. Você continua sendo o meu chefe. – Contornei seus lábios com o indicador. – O chefe mais lindo que eu já tive. – Elogiei vendo-o fazer um bico engraçado.
Alfonso: Falando em chefe o que acontece entre você e Christopher? – Perguntou desfazendo a careta e adquirindo uma feição séria.
Anahí: O que? – Foi o único que pude responder. O que ele queria dizer com aquilo?
Alfonso: Christopher, você... – Maneou as mãos como se tentasse me fazer entender sem ter que falar muito – Vocês dois... Você entendeu. – E aí eu não pude conter uma gargalhada.
Anahí: Eu e Christopher, Alfonso? Mas que ideia! – Segui rindo.
Alfonso: O que? – Disse-me ultrajado, e então eu parei de rir – Ele voltou todo sorridente do passeio que vocês deram hoje.
Anahí: Passeio? Aquilo foi uma visita de trabalho e não um passeio. Você está com ciúmes. – Apertei-lhe as bochechas. Aquilo era tão, mas tão fofo. – Não me obrigue a ter que confessar que você é o único homem que eu quero, e que não consigo pensar em ninguém mais.
Alfonso: Então é assim que funciona? Você só pensa em mim? – Sorriu e eu tinha certeza que havia massageado infinitamente o seu ego.
Anahí: Mas não fique convencido.
Alfonso: Aliviado seria a palavra certa. – Disse para então colar seus lábios aos meus outra vez.
Fomos interrompidos por um suspiro provindo da porta. Minha mãe estava parada, observando-nos e aquilo era no mínimo muito desconfortável.
Marichelo: Vocês fazem um casal lindo.
Anahí: Há quanto tempo está aí? – Perguntei um pouco apavorada. Sei lá, era estranho que minha mãe me visse num momento romântico com o meu... Bem, com Alfonso.
Marichelo: Acabei de chegar. Vim chamá-los para tomar sorvete, mas fiquei com pena de interrompê-los.
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Palavras, apenas palavras
FanfictionPalavras podem ferir, ou podem te fazer a pessoa mais feliz do mundo. Uma simples palavra é capaz de te levar ao céu, ou te atirar sem piedade ao inferno. Elas podem ser motivo de alegria, ou do mais doloroso choro. Palavras prometem, aliviam, engan...