Essa noite dormi bem, o que compensou a noite passada. Uma terça feira, marco no calendário e vou pro banheiro. Escovo os dentes e tomo um banho quente. Fico só de toalha e vou fazer tapioca para o café da manhã.
- Bom dia xuxu. Fala Emily já colocando os brincos, apressada pra sair.
- Bom dia Emily. Quer café?
- Não posso, tenho um dia inteiro no spa pela frente.
- Quer carona? Pergunto me sentando pra comer.
- Na verdade não, meu motorista vem me buscar.
- Ele não te pergunta que prédio é esse?
- Me perguntou uma vez, mas para qualquer dúvida, eu durmo na casa de uma amiga que mora aqui realmente.
- Muito esperta! Falo e dou um sorriso.
- Claro né Adam, eu sou uma super esposa. Ela solta uma gargalhada.
- Você realmente nunca vai parar de trair ele? Já pensou em sentar e conversar sobre isso? Pergunto e logo em seguida, bebo um gole de café.
- Eu já pensei sim, mas ele sempre viaja, sempre está ausente, acho que já me acostumei. Ele não é o tipo de pessoa que gosta de resolver as coisas, espera tudo ter um fim por si só. Mas enfim, eu preciso ir. Tchau meu bem, até a próxima.
- Até mais, se cuida.
Ela fecha a porta atrás de si. Sinto pena dela, teve um casamento lindo e de luxo, como toda a sua vida. Mas o marido não está nem aí pra ela. Por essas e outras, acho melhor não casar tão cedo, ou nunca.Me arrumo e vou pro trabalho. O dia passa rápido e chega a noite. Não estava afim de jantar uma comida do dia a dia, então vou para o restaurante a umas 5 quadras do meu apartamento.
Chegando lá, sento e peço plancha de grelhados do mar com aspargos frescos, cogumelos e batatinhas na manteiga de limão com alho crocante, acompanhado de vinho branco. Quando o garçom está saindo, vejo uma bela moça sentada sozinha a algumas mesas de mim. Se trata da Eloá, ela está linda como sempre, dessa vez com um lindo terninho rosa. Então vejo um casal com aparentemente a mesma idade dos meus pais, juntando-se a ela. Eles estão conversando, passam uns minutos, tento desviar a atenção mas fico curioso, eles não estão com cara de bons amigos pra Eloá. Começaram a levantar a voz, agora o restaurante todo está em silêncio, os observando, o que facilita escutar a conversa.
- Eloá você não tem o direito de falar assim, nós trabalhamos a vida toda naquele empresa pra deixar para você, como herança e você vai nos dar as costas? Pergunta o homem.
- Eu não estou virando as costas, eu só quero conseguir alguma coisa por meus próprios méritos, não vou abandonar a empresa da família, só quero abrir mais uma, aumentar e expandir. Vocês não veem que isso é bom? Ela parece bem estressada e chateada.
- Deve ser por isso que o Erick deixou você, você só pensa em você e age como uma criança. Falou a possivelmente mãe dela. Eu me levanto e ando em direção a mesa deles, chego ao lado de Eloá.
- Que bom pra mim que ele achou egoísmo da parte dela querer ser uma empreendedora incrível. Pelo menos bom pra mim. Olá Eloá, cheguei querida.
Dou um beijo rápido na bochecha, seu rosto fica apático. Eu sorrio para ela, me viro para o casal e continuo.
- Bom, vocês devem ser os pais da Eloá certo?
Pergunto torcendo pra não piorar tudo.
- Sim, eu sou o pai dela e essa é minha mulher, Heloísa. E você é? Ele pergunta e só vejo confusão em seu semblante.
- Que falta de educação, meu amor me apresente aos seus pais. Falo passando o braço em volta de Eloá.
- Esse é o Adam.
- Seu novo namorado, pode falar. Sei que eles vão entender. Eu falo com um sorriso enorme ao ver o espanto em seu rosto. Essa noite promete.
- Olá Adam, Eloá não tinha nos falado sobre você. O que me deixa mais intrigada ainda com essa situação.
Diz a mãe da Eloá.
- Bom, acho que ela estava com medo da reação de vocês, já que terminou um relacionamento a alguns meses, mas nós nós apaixonamos e não vi motivos para esperar mais.
Faço uma pequena pausa, respiro fundo e continuo.
- Vou me apresentar corretamente, me chamo Adam Mancini, tenho 29 anos. Tenho uma empresa fundada por mim mesmo com mais dois amigos, nunca fui casado, não tenho filhos e vou fazer sua filha muito feliz. Falo sorrindo, acho que Eloá começou a entrar no jogo, já tava na hora.
- Interessante, parece um bom rapaz. Sobrenome italiano não é? Seu pai pergunta agora com o rosto mais tranquilo.
- Sim, nosso sobrenome foi mencionado pela primeira vez em Florença, tivemos bispos e embaixadores na família da minha mãe a alguns 800 anos atrás.
Eles saem daquele clima pesado e soltam um sorriso. Conversamos mais um pouco sobre a Itália e sobre mim, não menti em nada, sei que sou o genro sonhado por qualquer pai. Vou fazer sucesso nessa família.
- Bem, eu vou pedir a sobremesa, quer me acompanhar Adam? Eloá pergunta se levantando.
- Sim, claro. Se me dão licença.
Eles acenam e nós saímos.
- Você sabe muito sobre seus antepassados em? Ela pergunta com um sorrisinho de lado.
- Na escola, fui obrigado a achar praticamente todos os meus ancestrais para um trabalho, tenho uma boa memória. Eu sorrio.
- Não precisava fazer aquilo, eu ia resolver, porque me ajudou?
- Bom, o restaurante estava todo vendo que você realmente já ia resolver. Só fui mais rápido.
Dou uma gargalhada. Ela também sorri.
- Mas porque me ajudou? Ela insiste com um olhar curioso.
- Está perguntando isso porque me deu um fora? Não guardo ressentimentos. E não menti em nada. Não é amor? Falo e arranco um sorriso lindo de seus lábios rosados.
- Como sabia sobre meu recente término?
- Nossa, estou me sentindo numa investigação, fica tranquila. Rebato, pois não quero entregar a Margô.
Pegamos a sobremesa e voltamos para mesa. Quando acabamos, fomos para o estacionamento do restaurante.
- Bem, espero tê-lo em um almoço em nossa casa qualquer dia Adam. O pai de Eloá fala e a mãe dela consente com a cabeça.
- Ele é muito ocupado pai, não vão querer atrapalhar seu trabalho. Eloá fala tomando a frente.
- Não perderei isso por nada. Falo passando o braço ao redor de Eloá. Que me encara com maldade nos olhos.
- Estamos indo, já está tarde, então acho que você levará ela pra casa não é?
A mãe de Eloá pergunta.
- Sim, já estamos indo também.
- Até mais. Eles falam e somem pela pista.
- O que foi isso? Agora você vai ter que almoçar com meus pais? Eloá fala um pouco estressada novamente.
- O que eu poderia dizer? Sou namorado da sua filha, mais não vou obrigada, desculpem pelo inconveniente?
Ela respira fundo e sai andando.
- Não vai querer uma carona? Pergunto destranvando o carro.
- Eu vou de táxi. Ela responde.
- Vamos comigo, não é seguro você ficar sozinha a essa hora.
- Eu sei me virar.
- Percebi isso lá dentro.
- Olha você nem sabe do que está falando, eu sei me virar muito bem, Você que é metido demais pra entender isso.
- Calma aí, eu só estava brincando. Então tá! Até o almoço domingo. Ela se vira e me olha com uma expressão de raiva.
- Idiota! Meu celular está descarregado. Ela fala andando em direção ao carro.
- A porta tá destravada. Sorrio pra ela. Assim que ligo o carro ligo a música também automaticamente, e ficamos em silêncio até a casa dela. Chegamos desligo a luz e saio do carro. Abro a porta pra ela como sinal de provocação e como esperado recebo a seguinte resposta.
- Eu sou capaz de abrir a porta sozinha, sabia?
Ela é um doce.
- Sabia, mas fui criado fazendo de tudo pelas minhas mulheres.
- E são tantas assim? Ela pergunta meio desinteressada.
- Sim, são 3. Eu respondo sorrindo e continuo.
- Enfim em casa, sã e salva. Agora preciso ir.
- Está bem, tem certeza que não quer abrir a porta pra mim?
- Na verdade eu já ia me oferecer...
- Tchau Adam.
Ela fala abrindo a porta. Entro no carro e vou pra casa. Quando chego, tomo banho e me deito. Fico olhando pela janela de vidro, e me vejo pensando em como essa noite foi engraçada, a Eloá é estressada demais, não leva a vida com o real ritmo dela. Preciso ensinar ela a viver direito. Na verdade não preciso. Tiro isso do pensamento e tento dormir, a semana vai ser puxada.
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Eloá
RomanceAdam é um homem que lutou para ter tudo o que conquistou, educado, inteligente e ótimo nos negócios. Não tem tanta experiência com amor, na verdade nenhuma, por enquanto. Eloá é uma mulher linda, inteligente, apaixonada por moda, sonha em lançar sua...