Mais que amigo (COMPLETO)

Capítulo 9

Tomei um longo banho após a refeição. No entanto, aquilo, a sensação de ter o toque de David sobre o meu corpo, não era capaz de sair com água. Eu continuava o sentindo. Minha pele formigava.

Entrei no quarto, secando os cabelos com a toalha. David estava deitado na cama, dormindo. Eu havia insistido para que ele dormisse na minha cama até que se recuperasse totalmente. A sala era fria e o sofá desconfortável.

Dei a volta ao redor da cama, talhada em madeira, que ficava em frente à entrada do banheiro. Deitei ao lado de David, devagar. Estiquei a mão até tocar seu rosto, delicadamente.

Eu o admirei. Ele parecia tão sereno enquanto dormia.

Lembrei-me de quando David era jovem. Não costumava ser estudioso. Os professores estavam sempre chamando sua atenção. No entanto, ele adorava esportes. Talvez, por isso, tenha conseguido ser selecionado. O que deve ter acontecido durante os últimos dez anos?

David se mexeu. Afastei minha mão e me virei para o outro lado. Fechei os olhos com força, me forçando a dormir.

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Despertei primeiro que David. Ele continuava dormindo do seu lado da cama. Me senti decepcionada.

O que eu estava esperando? Acordar de conchinha?

Levantei e fui escovar os dentes. Era noite. Liguei meu celular e verifiquei as mensagens.

"Podemos nos encontrar na Sexta? Em caso de dúvidas, sou eu, Chin-hwa."

Respondi imediatamente.

"Sim! Na sexta está ótimo para mim. "

Aproveitei que estava com o celular na mão e pedi comida chinesa. David poderia simplesmente comer as sobras da sopa. Afinal de contas, ele merecia isso.

Estava escolhendo um bom filme para assistir, cerca de quarenta minutos após ter feito o pedido, quando alguém bateu a porta. Corri para atender e, graças ao céus, era o entregador. Estava faminta!

Fechei a porta, verificando a comida na sacola. Levantei a cabeça e me deparei com David, em pé na minha frente. Sobrassaltei assustada, com a mão no peito.

- Como você pode ser tão silencioso? - Gritei, sentindo o coração na garganta. - Quase morri de susto!

- O que você tem aí? - Perguntou ele, apontando para a sacola.

- Algo que você não pode comer. - Respondi, escondendo a comida atrás do meu corpo.

- E por que você pediu, se não posso comer? Você é cruel, Ye-Jin.

- Porque você não pode comer, significa que eu também não?

David concordou com a cabeça, como se fosse óbvio demais.

- Vai sonhando... - Disse, indo para a sala.

Sentei no tapete. David sentou ao lado, me observando enquanto eu colocava os potes em cima da mesa de centro.

- Se você não dividir comigo, então não comerei mais nada pelo restante da noite.

- Primeiro; suas ameaças não fazem mais efeito em mim. - Respondi, abrindo os potes. Um cheiro delicioso exalou. - Segundo; isso irá prejudicar apenas a você mesmo. Então, faça como quiser.

David cruzou os braços.

- Você é uma péssima colega de quarto!

Me virei para ele, indignada.

- Ah, eu sou uma péssima colega de quarto por não querer que você se envenene quando está com a saúde frágil?

- Se você não queria que eu desejasse, então por que pediu? - Interpelou ele. - Você não tem empatia, Ye-Jin.