Daniel não tinha mais certeza se estava realmente livre ou se era sua mente lhe pregando peças novamente. Não seria a primeira vez. Tudo não passava de borrões. Sentiu que alguém o pegava nos braços e o levantou do chão frio. Sentia muita dor com o movimento. Mas tinha medo que o batessem mais se chorasse de novo. Não lembrava de muita coisa depois disso. Sua mente apagava e não sabia se havia passado horas ou minutos. Percebeu que estava sentado no banco de um carro e que alguém o amparava para que permanecesse no lugar. Em alguns momentos se lembrava que havia outros, tinha que resgatar os outros também. Só que não tinha certeza se isso era um resgate. Se não fosse, talvez seria melhor que os outros não vinhesem junto. Poderia ser pior do que naquele lugar onde ficou todo esse tempo.
Mas se fosse um resgate, precisava falar. Mas sua boca não se mexia. Sentia tanta dor que era difícil até balbuciar algo. Ele tinha que se esforçar, tinha que ajudar os outros. Tinham que sair de lá. Ele tentava falar mas, não sabia se quem quer que fosse que estava do seu lado entendia o que estava dizendo.
Perdeu a consciência novamente com o esforço de tentar falar. Sentia seu corpo frio. Cada tremor que passava pelo seu corpo era acompanhado por uma onda de dor. Sabia que deveria ter vários ferimentos internos, sentia como se seu peito trincasse a cada respiração rasa que dava. Seria muita ironia morrer logo depois de ser regatado. Agora tinha certeza que era um resgate. A pessoa que o amparava no banco era muito gentil para ser alguém que o maltrataria depois. Ele sentiu que a pessoa jogou um tecido por cima de si. Era a primeira vez que se sentia quente depois de um bom tempo.
***
Ouvia vozes longe, tentou se mexer mas, seu corpo protestou. Ele reconhecia algumas daquelas vozes. Amigos... Eram seus amigos. Porque estavam ali? E onde era exatamente ali?
Sabia que estava deitado. Tinha algo incomodando seu nariz. Levou a mão até o rosto e uma mão segurou sua mão.
_ Não toque. Te ajuda a respirar. Sei que deve estar incomodando. Mas assim que você ficar melhor você não vai mais precisar usar. _Aquele era Trevor. Tinha certeza.
Estava com seus amigos. O cansaço não deixava seus olhos abrirem e isso o deixou nervoso. Queria ver Trevor e Gabriel. Sabia que era os dois ali com ele. Queria velos e ter certeza de que estava tudo bem. Gabriel deve ter percebido sua agitação e se aproximou, porque sua voz estava bem perto da sua cabeça agora.
_ Não se agite. Não vamos a lugar nenhum sem você. Descanse. Vamos estar aqui quando acordar. Te prometo _ Pegou em sua mão e deu um leve aperto.
Seu corpo se aqueceu e seu coração voltou a bater tranquilo. Seus amigos estavam ali, do seu lado. Tudo ficaria bem.
***
Dois dias antes...
_Onde ele está? Onde ele está?
_Calma Kat! Ficar nervosa não vai ajudar em nada. Ele está em um dos carros.
Katarina e seu irmão Cameron aguardavam a chegada dos omegas resgatados. Ela queria ter ido. Queria ter estado lá e colocado tudo a baixo até não sobrar nada além de cinzas. Mas esse era o motivo de não terem deixado ela ir. Estava muito ligada emocionalmente. E poderia colocar toda a missão a perder.
Os carros foram direto para o centro medico. Isso não era nada bom.O prédio dicava a uns 100 metros da casa principal. Foi construído para atender sua especie e mais quem precisasse de ajuda.
Os carros foram parando em frente ao pequeno edifício. Algumas pessoas esperavam por eles já preparadas do lado de fora. As portas dos carros foram abrindo. No total 5 carros estacionaram. Médicos e enfermeiros se aproximaram dos carros e conversaram com os motoristas e com quem estavam com eles. Conversavam e apontavam para os banco de trás do carro.
Katarina foi se aproximando, assim como vários outros. Seu coração estava a mil por hora. Ele estava dentro de algum daqueles carros. Mas não conseguiu saber qual. Ninguém da parte de trás dos bancos abriu as portas. Era compreensivo. Estavam com medo.
Todos ali já sabiam que a missão tinha sido bem sucedida. Todos com vida. Mas seria necessário cuidados médicos para alguns. Isso foi o que Thomas disse pelo telefone.
A equipe medica foi se aproximando da parte traseira dos carros e pediam para abrir as portas. Foram abrindo uma a uma. Olhos arregalados, assustados e ariscos saiam de dentro dos carros. Eram variações de omegas. Altos, baixos. Morenos, loiros. Suas roupas eram apenas uma calça e camisa de um tecido muito fino. Alguns enrolados em cobertores e sendo abraçados por outros. Era uma cena triste de se ver. Alguns enfermeiros foram guiando os doze omegas para dentro. Mas não lhe passou despercebido que o ultimo carro ainda não havia saindo ninguém da parte de trás. E era exatamente o carro que Thomas estava dirigindo. Ele estava lá. Sabia que sim. Mas porque não saia do carro?
Porque Thomas a olhava com cara de pena e receio?
Onde estava seu Omega?
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Meu pequeno Omega
WerewolfDaniel, foi rejeitado por toda sua vida. Pequeno e com uma saúde frágil, sua família o abandonou para não ter mais trabalho. Em sua miséria encontrou dois grandes amigos que o ajudou a seguir em frente. Em suas batalhas árduas do dia a dia para sobr...