capítulo 3

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- E quem é você? - perguntou ele com os punhos cerrados

- me perdoem, meu nome é Edmundo - ele levantou e andou pela sala enquanto falava - eu venho observando o seu pai a algum tempo, mas quando eu soube da sua vinda pensei que seria o momento e a estratégia perfeito para conseguir dinheiro. Tenho certeza que ele fará qualquer coisa pelo seu preciso filho, não é mesmo Sr.Bennett ?

Todos ficaram quietos, até eu falar.

- se você quer tanto o dinheiro dele - falei um pouco trêmula- então porque ainda me mantém presa? eu prometo que não contarei nada do que vi

Edmundo me encarou com um sorriso no rosto

- nós escreveremos uma carta para o pai dele com o valor do resgate, enquanto você... caso o seu resgate não valha a pena - ele olhou para o meu corpo, me fazendo sentir exposta - meus homens ficariam feliz em se divertir um pouco

- seu patife!! - o nobre ao meu lado se levantou, mas foi contido pelos capangas de Edmundo - meu pai é muito mais esperto do que você pensa! Ele encontrar um jeito de nos tirar daqui.

- pode ser, mas hoje vocês ficaram sem comer pelo resto do dia - Edmundo já estava de saída quando se virou - irei procurar mais informações sobre você, moça, talvez eu não tenha tido tanto azar assim. - e se foi junto com os seus homens.

Fiquei sem reação.

Eu ainda estava digerindo tudo o que ouvi.

O que eu vou fazer?
Como vou sair daqui?

- então... - comecei - você é mesmo o Sr.Bennett?

Ele pareceu ter sido despertado de um amontoado de pensamentos, se virou devagar.

- sim, meu pai é o duque Bennett, e a Senhorita? Como se chama?

Onde é que fui me meter, senhor?

- Pra você é srta. Carter - resmunguei com raiva

se não fosse por causa dele... se eu não tivesse... Ah

- eu não esperaria menos que isso - falou com um pequeno sorriso tentando aliviar o clima pasado entre nós - então, conta-me mais sobre você srta.Carter

Ah, mas nem morta!

Cruzei os braços e olhei para um ponto fixo na parede

- a senhorita tem irmãos?

Olhei para o meu vestido (arruinado) e alisei o tecido

- tudo bem, já entendi que está culpando por isso, - ele apontou para a porta em que Edmundo saira - mas pra sua informação eu não pedi a sua ajuda, nem...- ele se levantou e tirou o blazer - gritei pelo seu nome... - em seguida tirou a gravata

- o que você está fazendo?! - perguntei sentindo meu rosto queimar

Ele me ignorou, abriu os botões da manga da camisa e o drobou até o cotovelo.

Ótimo! Além de libertino, ele é surdo

- ...então eu não tenho culpa se você está em perigo

- tudo bem! Você esta certo, eu deveria ter o deixado morrer enquanto tive chance

Ele abriu os três primeiros botões da camisa

- eles não iriam me matar já que precisam de mim para ganhar dinheiro, além disso eu estava indo muito bem até você chegar

- Ah claro, isso com certeza explica o galo na sua cabeça! E pode, por favor, vestir seu blazer! Não quero que minha última lembrança antes de morrer seja de você... você...

Do jeito que veio ao mundo

Gesticulei meus braços em direção a ele, sem dizer o que o que eu acabara de pensar

- ah - debochou - lamento estar violando as regras de etiqueta, mas aqui tá um calor do inferno!

Estava mesmo, meu pescoço estava molhado de suor e a camisa dele estava grudado em suas costas e revelando seus músculos...

Balancei a cabeça

Pensei em brigar com ele, mas tudo o que consegui dizer foi...

- libertino idiota

E assim continuamos até anoitecer, brigavamos e eu andava da janela até o sofá. A sala era ampla, decorado por um papel de parede azul mofado, não havia muitos móveis e durante todo esse tempo nenhum dos homens de Edmundo, nem o próprio Edmundo, abriram a porta.

Alguém que me transborde (Em andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora