𝐏𝐑𝐎𝐋𝐎𝐆𝐔𝐄

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— Me desculpe. —  Foi tudo tão rápido que eu sequer tive tempo de assimilar as coisas, quando me dei por conta já tinha um garoto loiro ajoelhado na minha frente.

Pensaram besteira, né?

— Oh não. Eu que não olhei por onde ia. Me desculpe. — Eu disse, ao que me ajoelhei e ajudei o loiro a pegar nossos livros que caíram no chão ao nos abalroarmos.

— Tudo bem, não quero criar problemas com a minha parceira de Física.

Espera, o que?

Levantei o rosto e o encarei. Um sorriso singelo desenhava seus lábios finos, enquanto os olhos claros se mexiam nervosamente.

— Você disse "parceira de física"? — Perguntei, tentando buscar no fundo da minha memória a identidade do colega a minha frente.

A verdade é que eu nunca fui boa com nomes.

E nem em Física.

Após juntarmos nossos devidos materiais, nos levantamos ao mesmo tempo. Ele permaneceu na minha frente, mas sua expressão se tornou confusa e até um pouco envergonhada, eu diria.

— Me desculpe. É claro que você não sabe quem eu sou. — Ao dizer isso, coçou a nuca, enquanto encarava os próprios pés. — Me chamo Corbyn, o professor Wilson me colocou como o seu parceiro de física no próximo trabalho pra te ajudar a passar na maté-, quer dizer... — Ele hesitou, claramente com medo de ter me ofendido.

— Tudo bem, — sorri — eu realmente preciso de ajuda. Só não fui avisada que você seria o meu parceiro. Na verdade, eu nem sabia que teríamos um trabalho pra fazer. Corbyn me encarou meio sem graça, notei que ele tinha algo para dizer mas ponderava se seria prudente.

E ah, antes que vocês me perguntem: Não, ele não era o capitão do time de qualquer coisa que seja considerada masculina pra caramba e nem era um rebelde sem causa. Na verdade, ele era completamente comum; um garoto branco e loiro, que naquela ocasião usava jeans rasgado e uma blusa vermelha xadrez por cima da camiseta branca. Além disso, ele também usava um óculos de grau preto.

— É que ele passou o trabalho na aula de ontem e...

— Eu faltei. — Interrompi, em seguida bufei.

Eu estava sempre faltando aulas, mas não para festejar. Era a trabalho.

Ouvi o sinal tocar, o que me tirou do meu auto julgamento por ser a pior aluna que existe, e os alunos que estavam pelo corredor começaram a se dirigir para as suas respectivas salas.

— Me encontra depois da aula na frente da escola, a gente resolve isso do trabalho. — Falei, ao dar as costas e caminhar para a minha sala.

— Tá bom... — Consegui ouvir de longe, mas não me virei para conferir a expressão do meu colega.

Eu só esperava que ele fosse tão bom em Física que compensasse o fato de eu ser horrível.

𝒄𝒍𝒊𝒄𝒉𝒆 ↺ corbyn bessonOnde histórias criam vida. Descubra agora