POV AINÊ
Ok, isso eu realmente não esperava. Como que, de um conflito interno comigo mesma eu fui parar com os lábios colados aos de Philippe?
Será que ele vai me beijar e ir para uma festa depois? Ou então simplesmente sair andando?
Eu me questionava, Philippe teve a paciência de ouvir toda a minha história, toda a minha dor, logo ele que geralmente não tem paciência para colocar um tênis no pé!
Nosso beijo era calmo, suas mãos subiam e desciam em minhas costas, enquanto eu contornei meus braços em seu pescoço. Nossas línguas tinham uma sintonia perfeita, era incrível como, com apenas um beijo, Philippe conseguia me levar ao céu e me trazer de volta à terra firme em segurança.
Philippe finalizou o beijo com alguns selinhos e me encarou, eu não sabia ao certo se ele sairia dizendo que nada daquilo deveria ter acontecido, ou então se ele me xingaria e logo iria para uma festa. Mas ele me surpreendeu mais uma vez. Philippe me puxou, me envolvendo em seus braços, fez um leve cafuné em meus cabelos e, quase num sussurro afirmou:Philippe: eu não quero que se preocupe comigo, vou ficar bem, sei me cuidar - ele disse, convicto
Levantei meu olhar na tentativa de responder algo, porém, sem sucesso.
- Ai meu Deus, uma estrela cadente - me dei conta ao vê-la vir queimando ao longe - faz um pedido
Philippe: você acredita nisso? É simplesmente algo caindo do céu - disse meio confuso
- Se você pedir e se esforçar para realizar, é fácil acreditar.
Fechei meus olhos e idealizei um pedido. Ao abrí-los novamente, encontrei Philippe com seus olhos também fechados. Não acredito que ele, o bad boy, o dono do rolê, está aqui, no gramado, desejando coisas à "algo que simplesmente está caindo do céu".
Philippe: que nossos desejos se realizem - afirmou ao abrir os olhos.
- Vamos nos esforçar para isso!
A temperatura foi baixando à medida que deitamos naquele gramado, meus braços estavam arrepiados.
Philippe: coloca isso - me entregou seu moletom
- Não precisa.. eu.. já vou entrar.
Philippe: deixa de chatice, pega.
Peguei. Qual é, naquele moletom devia estar seu cheiro forte, o qual eu não me importaria de sentir passando por minhas narinas.
Ficamos mais alguns minutos em silêncio, ele não era perturbador, mas acredito que nós dois precisávamos. Philippe tem sua vida agitada, está sempre no barulho, já eu, desde que cheguei aqui, procuro aproveitar o máximo, mas não tiro um tempo para mim.- Acho melhor irmos, se Thaís nos vê aqui fará um questionário de perguntas ao amanhecer - quebrei o silêncio
Philippe: pode ir na frente, se tiver alguém na sala podem estranhar nós dois entrando juntos.
O que está acontecendo com Philippe Coutinho Correia? - eu me perguntava mentalmente.
POV PHILIPPE
Esperei uns 10 minutos, tempo suficiente para pensar em como me esforçar em realizar o desejo da estrela. Nunca em minha vida imaginei que um dia estaria aqui, sob o céu estrelado, idealizando desejos, ao invés de uma boate com os garotos.
Adentrei a casa, não havia ninguém ali em baixo. Subi as escadas e passei pelo quarto de Ainê, sua porta estava entreaberta, pelo visto ela acabara de deitar. Fiquei observando-a, escondido para não ser visto, por alguns minutos. Ela se ajeitou melhor na cama e, então, puxou meu moletom entre os braços, inalando meu perfume.
Analisei-a por uns minutos, seu rosto era sereno, apesar de inchado. Suas mãos agarravam fortemente meu moletom, era notável que estava encolhida na cama. Seus cabelos negros esparramavam-se pelo travesseiro. Me peguei no desejo intenso de me perder em seus olhos, precisando me conter para não invadir aquele quarto.Três dias se passaram, hoje as aulas de Ainê começariam, então minha mãe pediu para que eu a levasse até a Universidade.
- Está entregue - falei ao estacionar em frente à Universidade.
Ainê: obrigada - riu de canto - Sabe como faço para voltar a tarde?
- Te busco, 5:30, certo? - questionei ao não me recordar ao certo tal horário.
Ainê: ahn, isso. Tem certeza que não será incômodo?
- Larga mão Ainê. 5:30 estarei aqui.
Esperei até que ela passasse pelo portão, havia uma quantidade boa de pessoas reunidas ali, logo uma moça chegou até a mesma, a levando para dentro.
Cheguei em casa, era entediante, meus pais haviam acabado de sair a caminho da empresa, não tinha ninguém naquela casa a não ser eu. Nenhuma boate ou barzinho estava aberto. Passei pelo quarto de Ainê. Adentrei-o. Sobre sua cama estava meu moletom, não o peguei, queria que ela viesse me entregar. Motivos? Também me pergunto isso. Na frente de sua cama havia uma mesa, onde estava seu computador, porta-trecos, dentre outros acessórios. Na parede, algumas fotos. Deduzi que fossem com sua família e suas amigas, e sim, já tinham algumas fotos com Thais e minha mãe.
Olhei mais uma vez e avistei em cima do seu puf um pequeno caderno, nomeado como diário. Abrí-lo. Era sobre seu intercâmbio, desde o primeiro dia em que esteve aqui, ou melhor, desde o momento em que Thais lhe encontrou no aeroporto. Folheei mais algumas páginas até encontrar uma que me chamasse atenção."Hoje não foi um dos melhores dias, ontem Philippe acabou por chegar 4 horas da manhã, visivelmente drogado e bêbado, coincidentemente no mesmo horário em que desci à cozinha para tomar um copo de água. Foi horrível vê-lo com a camisa amassada, com alguns botões errados. Seu cheiro, ah, seu maravilhoso cheiro, bem, ele já não era o mesmo. Me rendi a ajudá-lo. Dizem que quando se gosta de alguém, seu cérebro automaticamente anula tais defeitos da pessoa. Porém essa é a questão. Eu não posso gostar dele. Philippe raramente me dirige a palavra, isso quando olha na minha cara, é notável o quanto ele não me deseja aqui, provavelmente desejaria uma intercambista mais bonita, arrumada, encorpada, menos sonhadora e mais pé no chão. Mas, por que estou me preocupando com isso? Aliás, por que estou me preocupando com Philippe?"
...
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Aceito críticas construtivas, se puderem me ajudar divulgando eu ficarei muito grata! Espero que gostem e soltem a imaginação enquanto lêem 💗
Deixe sua estrelinha ⭐IC: "O Intercâmbio"
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A Estranha Perfeita - Philnê
RomanceDe um lado, uma jovem garota sonhadora, moradora do Rio de Janeiro, que finalmente realiza seu intercâmbio, partindo diretamente para a casa de pessoas completamente desconhecidas. De outro lado, um homem frio, que anda com pessoas erradas, apenas...