°•Capítulo: 12•°

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Lorena

Não é legal ter lembranças.

Não é legal ser insegura.

Não é legal não se sentir amada em dias ruins.

Não é legal querer tanto uma pessoa, mas não ter certeza de que ela te quer com a mesma intensidade.

Não é legal sonhar com essa pessoa todos dias, não é legal, não é legal, não é legal.

Nada disso é legal, mas eu continuo sentindo tudo isso dia após dias, repetidamente.

Isso não é legal, isso é estressante, é desgastante. Eu não quero mais isso.

Me remexo de um lado para o outro na cama, o lençol já suado, minha pele grudenta.

As malditas memórias, são sempre elas que voltam. Os malditos: Eu te amo.

Eu te amo.
Eu te amo.
Eu te amo.

Não deveria ser dito como um simples olá.

Um Eu te amo, deveria significar algo especial, você não deve falar isso para qualquer um como um simples nada, isso é um sentimento despejado em palavras doces e carinhosas, isso é algo para falar para a pessoa que você tem medo de perder todos os dias.

Isso não é algo simples.

Isso não é algo para você falar e depois não ter certeza se era realmente verdade.

Guilherme nunca deveria ter falado isso sem ter certeza que me ama por completo.

Guilherme mentiu, e eu acreditei como idiota.

Não consigo confiar mais nele, não consigo mais confiar em mim mesma.

Insegurança não é legal, não é algo estúpido, é algo que vem sem mais nem menos. É algo para acabar com a alegria.

Afundei minha cara no travesseiro, meu grito saiu abafado. Axel pulou nas minhas pernas, as patinhas cavucando a coberta até ela ser puxada totalmente para baixo, e seu nariz gelado encostar em minha pele quente.

Eu: Ei! - Protestei levantando minha cabeça.

Axel levantou o rosto que estava enterrado abaixo do meu pé, seu nariz gelado levando embora o que parecia uma febre de meu corpo.

Eu: Obrigada amigão, você me ajudou a não surtar mais. - Fiz carinho atrás de suas orelhas, Axel se inclinou para minha mãos. - Não sei mais nada sobre o que eu sinto, Axel.

Seu corpo peludo caiu ao meu lado, eu o abracei, afundando meu rosto em seus pelos macios mas não muito cheirosos.

Um cachorrinho de apoio emocional.

Foi o que minha mãe disse quando me entregou uma caixa, nela havia um pequeno filhote peludo, parecia um ursinho de pelúcia, o pelo branco e preto, os olhos tão azuis que pareciam refletir uma cor que não existia na vida real.

Mãe, tenho catorze anos, não preciso de um cachorrinho de apoio emocional.

Ah, eu estava errada, e muito errada.

Minha Estrela Brilhante Onde histórias criam vida. Descubra agora