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𝑇𝐻𝐸 𝑈𝑁𝐶𝐿𝐸, 𝑇𝐻𝐸 𝐹𝑅𝐼𝐸𝑁𝐷, 𝑇𝐻𝐸 𝑃𝑅𝑂𝐹𝐸𝑆𝑆𝑂𝑅 𝐴𝑁𝐷 𝑇𝐻𝐸 𝑃𝐸𝑉𝐸𝑁𝑆𝐼𝐸 𝑆𝐼𝐵𝐿𝐼𝑁𝐺𝑆
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𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐃𝐀 𝐏𝐑𝐈𝐍𝐂𝐄𝐒𝐀 || quando estiver em posse desta carta, creio eu que já estará longe, o que é o melhor nesse momento, minha querida princesinha. Você já é uma moça crescida, e vou pedir-lhe que entenda a situação em que estamos nesse momento. Tente ver o melhor nessa situação, como você sempre viu, e seja uma mocinha sensata e atenciosa com seu tio Ralph. Espero que nos reencontremos em breve, minha querida. Com carinho, seu pai.
𝓐𝓪𝓻𝓸𝓷 𝓐𝓿𝓲 𝓒𝓻𝓮𝔀𝓮
Sarah Ashley Frances Crewe dobrou o papel de carta mais uma vez, fitando quietinha a janelinha do carro que seu tio havia mandado para buscá-la. Tinha doze anos recém completos, e por ser alta, julgavam que ela tinha catorze, porém o olhar em seus olhos teria sido estranho em uma senhorita de dezessete, e em uma garota tão novinha, por mais que ricamente vestida, embora preto do tecido do vestido, por maior que fosse a qualidade, a deixasse pálida demais, os olhos esbugalhados demais, e os cabelos caindo em cachos como se fosse um pônei de Shetland, era muito esquisito.
— Ele não teria a deixado se tivesse uma escolha, querida. — A voz suave da governanta da casa, Madame Carmichael, tirou-a do devaneio de observar aquelas ruas escuras iluminadas por postes mesmo que ainda fosse dia, o céu nublado e carregado de nuvens tristonhas. Em Paris não é tão escuro assim. O Jaguar do tio estava cheio de seus pertences, e ela segurava uma boneca firmemente no colo, as madeixas castanhas e os olhos azuis-cinzentos de Amelia, a boneca que ganhou de seu papa em seu anniversaire de onze anos, se esparramando em seu colo. Suas malas haviam sido preparadas com esmero vários dias antes de o pai lhe dar um beijo de despedida e despachar ela para a Inglaterra com um grupo que levava várias crianças judias para o Reino Unido. Na época, ela não se perguntou por que ele não viria com ela, já que o grupo apenas levava crianças, e seu pai havia dito que iria em questão de pouco tempo, assim que resolvesse negócios pendentes na França.
— Eu sei, Madame Carmichael. — Sarah murmurou, em um tom educadinho e simpático, embora tivesse um pouco de tristeza ao fundo.
Sarah foi devidamente apresentada ao tio quando chegaram de viagem, um homem de suíças ruivas e um chapéu-coco cobrindo já o começo da careca, e a mãe dele, a Sra. Josephine que lhe acolheu em seus braços magros, porém firmes. Sabia que sua prima Josie, a filha mais velha de seu tio, havia morrido em um acidente, pouco depois de se casar, e em sua cabeça, ela havia inventado um longo romance trágico a respeito, e o filho do tio, Alloysius, havia perdido a vida lutando pela pátria, e por isso o tio parecia triste. Apesar de não ser mais do que uma criança, ela sabia que seria bem cuidada ali, pois seu tio parecia bem-disposto a lhe dar todas as vontades, por boa amizade com seu pai. Era um homem de semblante sério, porém não fechado, e normalmente ria sempre que conversava com ela, as vezes dizendo saudoso que Josie, a finada filha, não tinha sido divertida como ela quando viva.
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𝑆𝑊𝐸𝐸𝑇𝐿𝐼𝑁𝐺 𝑃𝑅𝐼𝑁𝐶𝐸𝑆𝑆 ❧ As crônicas de Nárnia
Fanfiction𝑺𝑨𝑹𝑨𝑯 𝑪𝑹𝑬𝑾𝑬 nunca havia se sentido sozinha em sua infância, apesar de ser filha única. Sua mãe havia morrido no parto de sua irmã, porém, a seu pai nunca havia lhe deixado faltar nada, e ele era mais do que o suficiente para ela. Nada pode...