Procurando-me

II - Em transe

Acordo atrasada e vou direto pra faculdade.
Agora estou aqui, desenhando construções de prédio, Mrs. Margareth, nossa professora, diz que isso é importante para quem resolver seguir a arquitetura daqui pra frente.
Eu não penso muito nisso. Quero continuar com o meu trabalho de marketing na empresa onde trabalho.

- Loren, Loren!

Saio dos meus pensamentos com a Vic me chamando ao meu lado.

- Menina, você está de novo no mundo da lua, acho que isso é falta de uma boate. Vamos hoje! Com o Ed e Christian, eles vão encontrar alguns parentes que se mudaram para a cidade agora e vão apresentar como nossa noite é para eles. - Victoria me conta isso toda animada. Ela sabe que eu não curto muito boate, então sempre que vamos eu só fico sentada conversando com alguém ou só bebendo uns drinks.

- Tudo bem, Vic. Acho que vai ser bom me distrair um pouco.

- É assim que eu gosto de ver! Adoro quando toma alguma atitude desse tipo. Passo na sua casa as 18:00 para nos arrumar-mos e irmos juntas. Ok? - Ela diz já terminando de fazer algumas linhas do teu trabalho.

- Tudo bem! Te espero às 18:00.

Saio do curso e vou direto para casa. Já são 17:00 e só tenho uma hora para me arrumar.
Chego, tomo um banho e pego o primeiro vestido que vejo. Um preto bem coladinho na parte de cima, valorizando meu busto e com uma saia soltinha com um cinto bem fino dourado na cintura. Faço uma maquiagem básica nos olhos, marcando somente com um delineador que acho que ressalta meus olhos azuis opacos. Porém, abuso no batom vermelho.
Meus cabelos pretos estão bem brilhosos e batem no meio da cintura.

Quando termino já são 18:10. Graças a Deus Victoria ta atrasada, porque se fosse eu, estaria morta!

Depois de mais uns dez minutos ouço a campainha e vou direto atender ainda sem os meus saltos.

- Oh meu Deus, mulher! Você está um arraso! - Victoria diz isso já entrando e praticamente pulando em mim. Com seu vestido tubinho dourado brilhoso, que é bem extravagante, do jeito que ela gosta. Além de uma make bem forte.

- Muito obrigada, você também ta linda mas não acha que já estamos atrasadas o suficiente? - Já pergunto calçando os meus sapatos. Ta certo que eu não gosto gosto muito dessas noites de badalação mas quanto antes eu chegar, antes vou chegar em casa.

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A boate que os garotos escolheram pra hoje está lotada! Ela é uma das melhores da cidade e nós não costumamos frequenta-la por estar sempre cheia e por ter outra que é de uns amigos nossos. Mas como hoje Ed e Chris querem apresentar o melhor da cidade hoje para seus parentes, resolvemos vir aqui hoje.

Logo eu e Victoria avistamos os garotos em uma área VIP e vamos ao seu encontro.

Edward é um homem alto e magro, moreno de 25 anos, tem os olhos verdes e é um arraso entre as mulheres. Nos conhecemos no início da faculdade, apesar se ser a primeira a fazer amizade com ele, claro que a Victoria foi a mais atirada e agora é bem mais colada nele do que eu. Há um tempo atrás eles até ficaram algumas vezes, mas não de muito certo. Acho que ele queria algo mais sério com ela, e como Victoria é solta no mundo, alegou estar muito nova pra se prender em alguém ainda e então terminaram de vez. Mas isso não atrapalhou em nada a relação do grupo. Continuamos próximos e eles muito amigos, assim como antes.

- E aí meninas, lindas como sempre! - Ed diz nos cumprimentando.

- Simpático como sempre, né meu querido!? - Victoria praticamente se atira em cima dele, quem nos vê, pensa até que ela já está bêbada.

- Cheguem mais. Vou lhes apresentar meus queridos primos distantes. - Ed diz com um sarcasmo divertido ao pronunciar "queridos". Ele sempre foi o mais extrovertido da turma, além da Victoria. Acho que por isso eles não deram muito certo, são muito iguais. É como diz o ditado: "dois bicudos não se beijam."

Seu irmão, por outro lado, sempre foi muito educado mas muito superficial. Ele nunca quis se aprofundar muito em amizade com a gente. Pelo menos, comigo e com a Vic. Ele é bem mais relaxado quando está à conversar somente com seu irmão, Ed diz que ele é um pouco reservado com as mulheres depois de uma decepção que passou com uma amiga há uns anos atrás, mas que isso também só está assim porque ele não nos conhece há muito tempo ainda.

Conhecemos o Christian depois, ele já está no final da faculdade de administração e já está a frente das empresas do pai. Já o Ed sempre foi mais relaxado nessa parte e não deseja mexer com os negócios de família, ele diz ser muita responsabilidade para sua pobre alma jovem então no momento está só se especializando em música e instrumentos.

- Victoria, Lorena, esses são meus primos: Daniel e Gus. - Ambos levantam de suas cadeira para nos cumprimentar com dois beijinhos no rosto. - E esse é o chato do meu irmão, mas conhecido como Chris Velman. - Ele faz piada e todos rimos, até o próprio Chris, que também se levanta para nos receber.

- Então galera, o que vocês vão beber hoje? - Ed faz as honras da casa perguntando e já chamando o garçom.

Vic e eu pedimos um Cosmopolitan enquanto os meninos pediram uns drinks que eu nem conheço somente de nome.

Conforme surgem os assuntos, nós descobrimos que ambos fazem direito. Daniel é muito simpático e eu estou começando a achar que ele está se oferecendo para mim mas como não disse nada de concreto ainda, eu vou deixar rolar! Gus também é muito educado e um pouco mais "na dele", nesse momento está em uma conversa profunda e aparentemente animada com o Christian.

- Vem Loren, vamos lá pra baixo dar uma mexida nesse esqueleto. - Victoria já estava praticamente a se jogar daqui de cima para pista, acho que a bebida afeitou muito o seu cérebro hoje.

- Não Vic, sabe que eu não gosto de dançar.

- Então eu que peço, por favor, como um presente de boas vindas para mim. Descemos todos e você pode dançar uma música só, se quiser. Afinal, não tem muita graça vir para uma boate sem dançar. - Daniel me pede com uma feição de menino perdido mas com um olhar bem sedutor. Aquele olhar que te mostra que ele já tem mil planos pervertidos para essa noite.

Mas como eu só vou encontrá-lo algumas vezes, provavelmente, e também por ter pago bem caro para entrar aqui, eu resolvo aceitar o convite pra dança, mas somente uma.

Avisamos ao Christian e Gus, por um momento o Chris me lança um olhar surpreso ou até mesmo desconfiado porque eu resolvi dançar e admito que até eu estou surpresa por estar fazendo isso mas algo no modo como Dan me chamou somente me fez ter dúvida por momento mas logo depois eu me convenci.

Era como se, silenciosamente, algo nele praticamente me obrigasse a aceitar. Eu estava em um transe. E agora, que estou voltando a consciência, não consigo nem sentir arrependimento, somente preocupação, pois se ele continuar a me "comandar" assim pela noite, já vi que não vou sair daqui do jeito que cheguei.