Anna
Passaram-se algumas semanas, André vivia me animando, já que não morava mais com seus pais, ele sempre vinha me visitar.
Naquele dia,ele havia me convidado a ir tomar café, algo que eu adorava e disso André tinha certeza.
Assim que acabamos, saímos da cafeteria,ele me levou para um lugar que pareceu familiar.
Era atrás de um campo de futebol, lá havia uma árvore com um balanço de pneus. Eu e André frequentavamos aquele lugar quando éramos crianças.Me sentei no balanço e fiquei admirando o campo, ainda era frio e o céu possuía uma coloração embasada,fora o fato,de haver uma neblina que cobria a cidade.
Ficamos lá conversando, que quase me esqueci o porque de estar ali, ele não queria de jeito nenhum que eu pensasse em nada que me deixasse triste, ele sabia que eu não esqueceria a Bia, sua intenção na verdade,era que eu liberasse essa angústia que invadia o meu coração.
André
Eu sou uma pessoa que sabe a hora certa de brincar e ser sério,e aquele era o momento de ser sério. Odiava ver Anna daquele jeito,e por isso, durante o período que ela chegou, só a levei a lugares que lhe traziam boas lembranças. Uma vez,um cachorro correu atrás de nós porque trazíamos lanches que havíamos roubados do aniversário de uma amiga,nossos bolsos estavam cheios e não iríamos dividir. Eu então joguei um pedaço para despistar o animal, joguei Anna nas costas e logo comecei a correr de novo, ela havia torcido o pé e eu a mantive em minhas costas até não vermos o cachorro.
Quem nos via pensavam que eram "namoradinhos" mais não era o que pensávamos, eramos irmãos e nada iria mudar isso.
Anna
André era como um irmão mais velho que nunca tive, poderia substituir minha irmã por ele sem problema algum. Ele sempre me protegeu de tudo,e eu não sei o que faria sem ele. Um garoto tão sonhador e sincero, era a definição de um amigo de verdade.
Estavamos voltando para casa, riamos destraídos sem se preocupar com a vida, tudo o que me lembro era do sinal vermelho nos incentivando a passar, nós brincando nas faixas,o barulho,as pessoas gritando,a pressão que senti ao ser empurrada contra a calçada,o sangue correndo nas ruas, prejuízo de um motorista irresponsável que exagerou na bebida.
Estava paralisada com a cena que acabará de ocorrer, não podia me mover, minhas pernas estavam raladas, mais isso não doía tanto quanto o que eu estava vendo,eu assisti cada segundo do que parecia ser a única pessoa que eu ainda me importava , ser esmagado por um caminhão sem dó nem piedade. Derrepente lembranças do mesmo vinham e minha mente como um tiro. Lembrei de André dizendo que iria sambar no meu casamento vestido de coelho,um pensamento louco, mais era a cara dele;me lembrei de ambos sujos de chocolate na cozinha e da mãe dele perguntando quem havia feito a bagunça,e nós com as mãos para trás e cabeça baixa, colocamos a culpa um no outro. Ele contando seus sonhos e desejos para o futuro:
Flashback
– quando eu for mais velho quero ser muito rico,para comprar muitos Toddynhos e pagar uma faculdade de qualidade pra você!
– mais eu não quero fazer uma.
– mesmo assim,e depois vou comprar uma mansão para mim e para você,e vai ter uma piscina beeem grande e vários quartos e banheiros,hidromassagem,etc,e ainda quando você for se casar,vou pagar seu casament-
– como você é iludido cara kkk
– eu não sou iludido,eu só sou sonhador,o que te falta é um pouco de imaginação. Diz dando um leve peteleco na cabeça de Anna.
De volta
Arrastei meu corpo, minhas pernas já não funcionavam,e tentei acordar André que estava coberto de sangue,acreditava que ele poderia estar vivo, deitei minha cabeça sobre seu peitoral,nesse momento, lágrimas caíram sem meu consentimento,eu apenas me mantive ali,deitada sobre o peito do mesmo. Chamava seu nome e sacudia seu corpo e ele não respondia,fiz o que pude para vê-lo abrir os olhos, mas tudo o que aconteceu foi ele abrir um pouco dos olhos se virar para mim e sorrir; segurei sua mão e pus sua cabeça em meu colo, aos poucos sua expressão se dezfez e pude sentir sua última respiração.
Eu tentei segurar o choro mais era impossível,eu gritava,e puxava meus próprios cabelos,eu estava em desespero,logo, uma ambulância chegou, tentaram me tirar de perto de André mais me recusei, estava paralisada,e meu corpo não sairia dali. Logo foi levada no colo por um homem que me pôs sentada em outra ambulância,me cobriu e eu ainda olhava para o corpo de André sendo levado para outro lugar.
Logo depois, uma policial veio até mim perguntando meu nome e o de André,respondi baixo e sem olhar em seu rosto, meus olhos permaneceram fitados na rua, esperava que André voltasse que corresse e me abraçasse dizendo que estava tudo bem, que iria ficar comigo, que era só um pesadelo e que tomariamos café no dia seguinte, mas eu ainda não consegui acordar, ainda estou dormindo? belisquei meu braço e doeu. Fizeram curativos em minhas feridas, mais não curaram a maior delas. A que rasgava meu coração que já estava ferido, agora se partirá no meio.
Eu chorei escrevendo esse capítulo na moral,e ainda tô tentando me acalmar kkk
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B I A N N A : descobrindo o amor
RomanceAnna hyung, uma jovem talentosa,mora na Coréia a alguns anos, é um país realmente grande! mais quem diria que seu grande amor estaria mais perto do que imaginava.....