Eu também?

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Continuamos andando por um tempo, em grupo.

Jorge e Brenda iam na frente e todos nós atrás. Eu ainda não confiava nas meninas ao nosso redor, elas poderiam muito bem aproveitar qualquer momento e matar Thomas ou roubar minha filha. E eu não me perdoaria se isso acontecesse. 

-Tudo bem? - Thomas perguntou ao meu lado - Quer que eu leve Hope um pouco?

Eu queria dizer não. Queria ficar com ele perto de mim a todo momento. Mas eu estava cansada. Com isso coloquei Hope no colo de Thomas a amarrei o lençol ao redor dele para ajudar com o peso. 

Hope estava acordada e olhava para todos os lados.

-Se o CRUEL tivesse mandado você capturar uma dessas meninas para ter Hope ao seu lado, o que você faria? - Thomas perguntou.

-Eu faria tudo para salvá-la.

-Exatamente. Elas fizeram aquilo porque acharam ser a única saída. Aris disse que elas são boas pessoas.

Fiquei quieta. No fundo ele tinha um pouco de razão.

Em menos de meia hora chegamos ao topo de uma montanha. Um lugar escondido por árvores e rochas gigantes. Várias pessoas estavam ali com equipamentos, barracas, carros e muitas estruturas. Logo que viram Jorge, uma mulher se aproximou sorrindo.

-Eu não esperava ver você por aqui - ela disse abraçando o mesmo - Muito menos com esse monte de gente.

A mulher era alta, morena e parecia ser a líder ali.

-Você vai gostar - Jorge disse - Esses são...

-Grupo A - ela completou olhando para Thomas e sorrindo.

-E o grupo B - Jorge completou - Apareceram na minha frente sem eu nem precisar me esforçar. Escaparam do CRUEL sozinhos e estavam no deserto.

-Não vamos reclamar - ela disse - Bem vindos! Somos um grupo de resistência ao CRUEL. Estamos há anos tentando confrontá-los. Conhecemos toda a história e muita coisa do que acontece lá dentro. Inclusive os testes com crianças... ou melhor, adolescentes. Sintam-se a vontade! Temos comida, alojamentos, médicos...

Senti um alívio imenso ao ver que tudo aquilo era verdade e muito mais. Eles tinham armas, lutadores e muitas pessoas. Aquilo era a proteção ideal que eu precisava para minha filha. Porém eu pensei a mesma coisa quando estava na base do CRUEL e estava completamente enganada.

Peguei Hope em meu colo. Ela já estava quase dormindo e estava ameaçando chorar.

Até que, de um momento para o outro, Brenda caiu no chão. Ela estava pálida, com os olhos roxos e tremia. Thomas se aproximou rápido junto com outras pessoas.  Até que levantaram a calça dela. 

Ali tinha uma mordida de um Cranck. E sua aparência era idêntica a de uma picada de Verdugo. 

Um homem alto apareceu e apontou uma arma para ela, desesperado.

-Não! - Thomas gritou se colocando na frente da arma, como se soubesse exatamente o que fosse acontecer - Vocês não vão matá-la.

-Temos uma saída - a moça alta disse pensando - Levem ela até a minha cabana. Eu tenho um plano e preciso de vocês dois.

Ela apontava para mim e Thomas.

Andei atrás dela sem saber muito bem o motivo. Mas eu faria tudo para salvar Brenda.

-É o seguinte - a mulher disse - Vocês vão precisar confiar em mim. Sei que estão com um pé atrás e diante de tudo o que vocês passaram, eu entendo. Trabalhei no CRUEL por três anos. Na parte de pesquisa. Conheço o plano deles. E conheço vocês. Thomas e Jane certo?

Pregnancy in the field - Maze RunnerOnde histórias criam vida. Descubra agora