Capítulo 30- Final

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O verão em Portland costuma ser morno e quase nenhuma nuvem no céu. É minha estação favorita do ano. Os esquilos nas árvores, os pássaros me acordando às 6:00 da manhã.

É tudo perfeito, especificamente neste verão.

Um arco de flores e galhos grande o suficiente para caber duas pessoas, cuja eram minha mãe e meu pai, estava posto perto da Amendoeira do jardim.

O cabelo de minha mãe estava trançado com várias flores entre as mechas. Sua maquiagem era suave e não muito exagerada, e sua expressão era radiante.

-O que acha de pôr as lembrancinhas nessa cesta?

Me virei para ver Grace. Ela estava com um vestido azul turquesa e seu cabelo preso em um coque com alguns fios soltos. Ela havia tirado o piercing do nariz e colocado dois brincos de pérola nas orelhas.

Eu sorri, observando-a discutindo com a decoradora do casamento.

-Está tudo bem?

A mulher com cabelos ruivos cacheados e bochechas extremamente vermelhas, me olhou por baixo dos óculos da Dior.

-Essa mocinha está atrapalhando meu trabalho.

Grace suspirou.

-Eu só estava sugerindo algo diferente e criativo.

Eu sorri novamente, a puxando pela mão.

-Você está tão bonita com este vestido. -sussurrei próximo ao seu ouvido -Acho que terei que arrancá-lo de você mais tarde.

As bochechas de Grace se ruborizaram e senti sua pulsação acelerar.

-Eu te espero lá em cima após o casamento. -e piscou pra mim, se dirigindo novamente à decoradora.

Meus pais resolveram se casar novamente, sem a presença de muitos convidados. Eles pareciam feliz, especialmente meu pai que ajeitava sorridente sua gravata borboleta no espelho de corpo inteiro na sala. Entrei no cômodo com meus saltos tilintando, o fazendo virar.

-Oh, meu amor! Você está, linda!

-Você também não está nada mal para alguém na meia idade.

Ele fez uma careta e voltou para sua gravata.

Me sentei no braço da poltrona e o observei.

-Pai, você se arrepende de algo?

Ele demorou um pouco para responder.

-Minha, filha. Algumas vezes na vida acontecem coisas que fazem nos questionar o porquê de tudo, sabe? Por que isso aconteceu? Porque? Porque e Porque? - ele se virou para mim- Mas às vezes não temos ideia daquele porquê, entende? O porquê que eu tanto me perguntei durante vários e vários anos, está sendo respondido aqui, neste exato momento.

Eu sorri e juntos olhamos para a porta, onde minha mãe estava com um olhar curioso.

-Isso não dá azar?

Ela sorriu timidamente.

-Não se está casando pela segunda vez, não acha?

A música começou a tocar do lado de fora e avistei Grace me chamando pela mão.

Do lado de fora, Cristina, Lisa e Kristin estavam vestidas com vestidos bem parecidos. Provavelmente de alguma promoção da Calvin Klein.

Minha tia Carol tocava a arpa calmamente, tentando ignorar sua enorme barriga de 37 semanas. Tristan não saía de seu lado, com medo do bebê pular para fora.

BROKED - Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora