O beijo esperado

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    Essa noite está sendo divertida, por incrível que pareça. Passei pelo balcão onde vejo Eloá sozinha, mas deixo de lado e vou ao banheiro, na volta falo com ela. Quando estou voltando sou parado por alguns conhecidos e vejo que Tomaz se adiantou, mas logo após me aproximo.
    - A Margô está um pouco alterada né? Eu falo apontando com a cabeça, Eloá olha e vê a amiga abraçada com o Evan dançando enquanto sua mulher cochila na cadeira.
    - Acho que todos estão bem alterados ali. Ela fala sorrindo e levantando logo em seguida.
    - Vou levar o Evan pra casa. Tomaz fala me dando um tapa nas costas. Eu aceno e vou acompanhando Eloá até a mesa.
    - Quer ajuda? Ofereço.
    - Ainda pergunta? Ela fala e sorri.
Nós levamos a Margô pro meu carro, deitando ela no banco de trás, já que elas vieram no carro do namorado da Margô que foi embora.
    - Vamos passar lá em casa primeiro, tenho que levar as coisas do bolo e trocar de tênis, acho que comprei um tamanho errado, está acabando com meu pé.
    - Está bem. Também preciso beber água. Ela fala e entramos no carro. Chegamos no meu apartamento, ela leva a Margô pra vomitar no banheiro, como eu não quero ver essa cena, me deito na sala e relaxo um pouco.
Acordo de manhã é fico meio atordoado sem entender o que aconteceu, olho pro lado e percebo que dormi no sofá, então vou andando com muita dor de cabeça pra cama, mas quando chego lá vejo uma bela cena, Margô quase toda coberta e Eloá no canto da cama. Me aproximo e vejo ela dormindo, respirando levemente, tiro um pouco de cabelo do seu rosto e coloco atrás da orelha, ela tem um rosto muito bonito, poderia facilmente ser modelo. Tomo um banho bem relaxante e enquanto estou fazendo café, ouço alguém entrando na sala, quando me viro é a Eloá.
    - Bom dia Eloá.
    - Bom dia nada, eu caí no sono, preciso acordar a Margô pra gente ir.
    - Normalmente quando eu acordo pela manhã, também estou mais relaxado e todo mundo está feliz. Falo pra ver se tiro um sorriso dela, o que funciona.
    - Você é tão convencido. Ela falou sorrindo. Quando ela acordou a Margô, nós tomamos café e deixei elas em casa, de lá fui pra casa descansar mais um pouco. Acordei umas 11 horas da manhã, e fui me arrumar para ir pro almoço de família da Eloá, isso está ficando sério, temos que terminar antes que me perguntem quando vai ser o casamento. Nunca tinha me metido em uma dessas, mas até que é legal conhecer pessoas mais velhas que gostam de mim e me admiram.
    Coloco uma blusa e calça jeans preta, um tênis branco e vou pra casa da Eloá. Chegando lá, desço do carro e toco a campanhia, a Eloá abre a porta um minuto depois. Ela está muito linda, com uma blusa social verde claro bem frouxa, e uma calça preta.
    - Clareou o cabelo? Pergunto sorrindo pra ela.
    - Você percebeu?! Que fofo. Ela responde enquanto se vira para pegar a bolsa em cima do sofá e uma torta muito bonita.
    - É de limão? Pergunto tentando pegar um pouco com o dedo.
    - É sim. Ela responde batendo leve na minha mão.
Ela fala o endereço, coloco no GPS e caímos na estrada. No caminho conversamos pouco.
    - Você é filha única? Pergunto quando já estamos perto do destino.
    - Na verdade não, tenho um irmão mas novo, é o Enrico, ele tem 11 anos.
    - Sério? Tão novinho ainda. Parece com você?
    - Não, Não parece com meu pai. E você, tem irmãos?
    - Tenho duas irmãs. As duas mais novas.
    - Agora eu que digo, sério? irmãs?
    - Sim, são 2 das 3 mulheres da minha vida.
    - Até certo, então era disso que você tava falando naquele dia no seu apartamento.
    - Você pensou que era o que?
    - Três namoradas. Ela responde automaticamente e nós começamos a rir.
    Chegamos finalmente e a casa deles é incrível. Tem outros 2 carros na garagem. Estaciono e ajudo a Eloá a sair do carro com a torta.
Somos muito bem recebidos e o almoço estava muito bom, eles parecem ser uma família muito únida, o que me faz entender o porquê deles não quererem que a Eloá abra seu próprio negócio ao invés de continuar com o legado deles. Conheci alguns tios dela e seu irmão, que é muito legal para a idade dele.
Quando terminamos a sobremesa, a Eloá é obrigada a me chamar pra conhecer a casa, quando chegamos no quarto dela, vejo que ela foi muito mimada, tem de tudo no quarto, e a vista é virada para um lago que fica logo atrás da casa, é incrível.
    - Sério que você não quis morar aqui? Pergunto sentando em uma poltrona perto da janela.
    - Na verdade eu adorava morar aqui, mas quis conquistar minha própria casa e com o tempo fui me acostumando com a cidade grande. Impossível de largar agora.
     - Você é uma mulher muito inspiradora. Eu falo e ela se vira pra mim, me olha e se aproxima um pouco.
     - Porque você nunca namorou? Tá, por essa eu não esperava.
    - Porque eu não quis.
    - Não, estou falando sério, qual o real motivo.
    - Porquê eu nunca vi a necessidade de ter alguém definitivo na minha vida. 100% das mulheres que fiquei, são lindas e incríveis, mas nenhuma despertou o instinto de homem de família.
    - Deve ser porque você aposta elas com os amigos. Eu olho pra ela e foco sem graça.
    - Ou porque eu não sabia que elas sabiam disso. Ela solta uma gargalhada e mexe no meu cabelo.
    - Talvez se você tivesse sido a minha aposta ao invés do Tomaz, a gente teria ficado naquela noite. Ela fala e eu fico sem acreditar.
    - Então você ficou com ele por uma aposta?
    - Sim. Ela sorri e eu a puxo para perto de mim.
    - E se eu apostar que você não consegue me beijar agora, você aceita o desafio?
    Ela senta de frente pra mim, no meu colo e aproxima seu rosto do meu, sinto a respiração dela na minha boca.
    - Desafio aceito.
Ela sussurra e me beija. Um beijo molhado e com paixão, ela segura meu cabelo e eu pego ela pela cintura. Nos beijamos intensamente, por longos 2 minutos, antes do irmão dela entrar no quarto e dizer perto da gente.
    - Eca.
Ela leva um susto e levanta rapidamente. Eu começo a rir enquanto ela briga com ele, parecendo uma adolescente pega no flagra.
    - Bom, eu preciso ir, resolver algumas coisas do trabalho pra amanhã, você vem comigo? Pergunto já me levantando.
    - Está certo, eu vou sim.
Nós descemos, nos despedimos de todos e voltamos, sem nenhuma conversa durante a viagem, só músicas. Chegamos a casa dela.
    - Bom, preciso do seu número. Ela fala.
    - Seja mais sutil. Falo e começo a rir.
    - É sério, minha mãe com certeza vai querer querer falar com você.
    - Tudo bem, mas nós vamos desmentir isso só perto do casamento? Pergunto e ela da uma gargalhada contagiante.
    - Provavelmente. Se não ela vai cair em cima de mim me perturbando por ter perdido esse partido e outras balelas.
    - Ela vai estar certíssima em brigar com você por isso.
    - Olha, não venha reclamar. Você que começou com essa mentira toda.
    - Tudo bem, assumo as consequências se continuarem sendo esses almoços gostosos.
Passo meu número pra ela e vou pra casa. Tenho que descansar, amanhã volta a rotina de trabalho e estresses.

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