Eu sei a resposta

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As 6:00 h da manhã o sono havia me deixado e nem sequer enrolei para sair da cama. Tomei logo uma boa ducha e abri as portas de meu guarda-roupa encontrando o terninho que eu comprará uma semana antes de entrar na empresa. Ele era preto com mangas que chegavam até um pouco depois do cotovelo, junto com uma calça justa da mesma e cor e do mesmo tecido.

O coque saiu perfeitamente, e nem precisei passar gel. Também deixei alguns fios caírem na frente para dar um ar minimamente despojado.

O café já estava na mesa, e mamãe até se assustou ao me ver daquela maneira. Contei a ela sobre a viagem e a mesma pareceu gostar da notícia, tanto que veio até mim e me deu um abraço: coisa que ela não costuma fazer, apenas receber.

Quando o ônibus pairou em frente ao ponto, fiz questão de cumprimentar o motorista:

— Bom dia, Sr Ronald — Sorri e o mesmo acenou de volta.

— Bom dia, America. Está muito elegante — Elogiou ele e murmurei um obrigado tímido, passando para o outro lado da catraca.

O caminho foi tranquilo, até porque sr Ronald parou em meu ponto primeiro antes de lotar o ônibus. Dobrei a esquina da rua Finkler, e parei em frente a empresa.

Quase como uma realização pessoal, olhei para cima, até o último andar do prédio e suspirei. O sol batia em minha cara, mas eu não me importava. Aquele dia seria perfeito.

Lá dentro, percebi os olhares que se voltaram para mim. Talvez por nunca terem me visto daquela maneira, as pessoas analisaram e não deviam nem acreditar que a garota ruiva com uma roupa formal e organizada agora, era a mesma garota ruiva do primeiro dia, que se a sorte gostasse mais um pouco dela, seria atropelada naquela manhã.

Caminhei até o elevador e quando estava prestes a entrar, um Maxon eufórico e afobado sai de dentro dele.

— Ah, que bom que já está aqui, Singer — Falou ele com três pastas cheias de documentos nas mãos. Ele fez sinal para que eu seguisse, e caminhamos até a bancada da secretária.

— Bom dia, Sr Schreave — Cumprimentou Melisse atrás do balcão com um sorriso.

— Bom dia Melisse, por favor a chave — A voz de Maxon saiu atropelada e parei para pensar se todo seu nervosismo não era por conta da hora. Devemos estar atrasados.

Melisse tirou uma chave de sua gaveta e a estendeu para Schreave.

— Tenham uma boa viagem — Disse ela quando estávamos postos para sair.

Eu acenei e Maxon confirmou com a cabeça me guiando de novo até um corredor do lado do hall. Entramos nele, e percebi uma pequena porta no final. Maxon caminhou até ela e abrindo-a, revelou o lado de fora da empresa que levava ao estacionamento.

Caminhamos até uma bmw no final de um enfileirado de veículos, mas o carro era tão bonito que tive que parar 5 segundos para observá-lo.

Maxon percebeu, e riu.

— Esse carro não é meu, se está pensando isso. É de Finn, o gerente dos adms, meu carro está no concerto — Disse ele enquanto destravava a porta do carro e colocava as pastas no banco traseiro — Mas se precisar tirar uma foto, eu posso manobrar ele mais para o meio.

Eu ri e entrei no banco do passageiro admirando o automóvel por dentro.

— Vai ser difícil voltar para o ônibus depois disso — Falei passando as mãos pelo banco que era macio como puma.

E novamente, Maxon riu.

— Busões não são tão ruins assim, vai — Disse ele dando ré até o meio do estacionamento.

Sr. Maxon SchreaveOnde histórias criam vida. Descubra agora