Comida japonesa para Lora

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Domingo fora um dia de pensar.

Mal tomei café e já voltei para meu quarto. A manhã e a tarde foram os momentos mais complicados para refletir sobre o que eu/Maxon tínhamos feito. As quatro da tarde May bateu em minha porta me chamando para caminhar com ela, meu pai e Gerad até o Sene. E talvez um pouco ou muito ruborizada pelo convite no devido lugar neguei com a cabeça dizendo estar ocupada com alguns trabalhos.

Eu não podia culpá-lo por tudo. Talvez uns oitenta por cento, mas os outros vinte eram totalmente meus, e não podia dar uma de "Menininha indefesa que caiu nas mãos no chefe Encantador". Não. Meu orgulho e minha vergonha começaram a andar lado a lado diante disso. A verdade era que eu estava confusa sobre tudo, confusa sobre como Maxon, o cara no qual eu pedi aos céus para não dobrar comigo nos corredores da empresa, o cara que me olhou primeiramente como se fosse um Alien vestido de bailarina, o cara que por pura pirraça me pusera para arrumar todo seu escritório simplesmente... me beijou.

Eles teve momentos gentis comigo mas eu não pensei que eles proviam de interesses... pessoais. Pelo contrário, ainda mais quando ele disse não se envolver com uma mulher há algum tempo. E além do mais, eu não me sentia atraída por ele até ontem a noite, mais especificamente até o momento em que ele fez de nossa aproximação algo diferente do que eu imaginava ser. Aquilo estava me matando.

Um beijo. Um beijo fora de mão e estranho. Não posso me passar por superior a ele e dizer que foi ruim. Não. Mas era... Repentino, do nada, sem avisos, sem prévias, do nada chefe e funcionária em um banco conversando e em seguida na frente de minha casa se beijando.

No jantar todos notaram minha falta de atenção sobre as coisas, eu derrubei os talheres três vezes e joguei comida para o chão sem querer a todo momento. Diante disso minha mãe até me dispensou da louça, era enciumada demais com seus objetos de cozinha para deixar na mão de uma desastrada nata.

A noite tentei ler para me esquecer e deu certo por algum tempo, mas depois no próprio livro a personagem estava passando pelo momento "Estar-ou-não-apaixonada-por-Ele" e isso me fez fechá-lo e tentar dormir. Deu certo após duas horas de tentativa.

[...]

— Bom dia, America. — Melisse me cumprimentou assim que passei por seu balcão na recepção. Ela estava muito mais gentil comigo desde o dia em que me viu caminhar com Maxon até o estacionamento.

— Bom dia, Melisse. — Sorri e caminhei até o elevador tomando alguns goles de meu café em que havia comprado na cafeteria ao lado da empresa. E no momento em que as portas se abriram e me vi sozinha imediatamente fui levada para o pensamento: Irei ver Maxon daqui alguns segundos. Tremi dos pés a cabeça.

Minhas mãos suavam quando cheguei ao corredor e quase derrubei o café, "Deus não faça tudo ficar constrangedor", "Não faça ele me despedir só para não ter que olhar para mim" "Não permita que eu gagueje quando ter que falar com ele".

E eu abri a porta. Mas Schreave não estava lá.

Notei um suspiro de alívio saindo de mim diante disso e quis me bater por estar sendo tão covarde. Nós iríamos ter que conversar sobre aquilo em algum momento não é mesmo?

Claro que sim, o pouco que conhecia de Maxon diziam-me que ele não ignorava situação alguma, ainda mais se percebesse que eu fiquei desconfortável. Schreave daria um jeito de concertar. Isso fez eu me acalmar durante alguns segundos mas logo me assustei novamente por ouvir batidas na porta quase que desesperadas.

Marlee colocou sua cabecinha para dentro da sala.

— Deus, menina você quer me matar do coração? — Perguntei assim que ela entrou no escritório por perceber que eu estava sozinha.

Sr. Maxon SchreaveOnde histórias criam vida. Descubra agora