Minha cabeça parecia que ia explodir naquela tarde de quarta feira.
Com dois relatórios para entregar e várias planilhas em branco que deveriam se preenchidas até o fim do dia, me sentia mais perdida e estressada do que nunca.
Passei as mãos em meus cabelos e os prendi em um coque, logo depois tomei um gole de café para ficar mais ligada no que estava fazendo. Quase que pedi para alguém comprar um energético para mim. No entanto, me lembrei que era que eu comprava coisas para as pessoas e não o contrário.
A verdade era que não estava dormindo bem durante esses dias, a preocupação com o trabalho me deixava eufórica e neurótica ao ponto de que minhas unhas já nem existiam mais por conta da ansiedade de terminar tudo aquilo.
Estava começando o segundo parágrafo do primeiro relatório quando o inferno veio a tona de novo.
E quando eu digo inferno, quero dizer o celular de Maxon no qual ele provavelmente esquecera de levar em seu compromisso e ficara dentro de seu escritório comigo. Até ai tudo bem.
Acontece que a miséria tocava de cinco em cinco minutos e todas as vezes que eu checara na tela para ver quem era, em letras maiúsculas aparecia o nome: Lora.
Tudo bem, eles tinham algo. Muito legal. Mas será que ela tinha necessidade de ligar toda hora? Principalmente sabendo que ele estaria em horário de trabalho? E por que tanta insistência? Estava a fim de comprar um restaurante de comida japonesa? Afe.
— Se concentra, America. — Falei para mim mesma enquanto tentava não olhar para o telefone com a intenção de jogá-lo na parede.
Mais algumas tocadas e enfim a chamada cessou. Agradeci mentalmente e voltei as minhas tarefas tomando mais uns goles de café. Era possível estar tão cansada?
Minhas costas latejavam e meus dedos tremiam, os ombros pareciam cair encima de mim. Eu precisava urgentemente dormir.
Foi quando o celular começou a tocar novamente.
— Você só pode estar de brincadeira comigo. — Olhei para o aparelho tão rapidamente que o mouse de meu notebook chegou a cair no chão. Eu não aguentava mais, estava exausta e extremamente atarefada quase não conseguia me concentrar no silêncio, com aquele barulho irritante era mais impossível. Por que Maxon não levara aquela droga? Por que sempre tem que esquecer tudo? Inclusive que tem uma namoradinha irritante que não parava de ligar as três e meia da tarde.
Tentei me acalmar mais uma vez, mas já sentia o sangue pulsar em minhas veias e a vontade de socar algo aumentar. Me concentrei no documento em que escrevia o relatório e me foquei nele. Mas então, começou tudo de novo.
Não aguentei me segurar, Maxon que me desculpe.
Levantando ao ponto de quase fazer minha cadeira ir ao chão, peguei o celular de Schreave no meio de sua mesa e apertei no botão para iniciar a chamada.
— Alô? — Minha voz carregava todo meu sentimento de fúria e não estava a fim de esconder aquilo.
— Ahm... Alô? Quem está falando? — A voz dela saiu delicadamente como se não estivesse me perturbando a quase quarenta minutos.
— A assistente de Maxon, ele não está no momento. — Respondi novamente sem esconder meu tom de descontentamento. A linha ficou em silêncio por alguns segundos.
— Entendi e quando...
— E mesmo que estivesse não poderia atender. — A cortei no meio de sua frase. — Estamos em um ambiente de trabalho tratando de assuntos empresariais, qualquer assunto pessoal creio firmemente que pode ser introduzido no fim do expediente do Senhor Schreave, que a senhorita já deve saber quando é. Além do mais, tenho dois relatórios e várias planilhas para preencher até o fim do dia, mas não consigo terminar tal coisa porque a senhora não para de ligar e me impede de fazer meu trabalho. Agora se possível vou retornar as minhas tarefas, tenha um bom dia.
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Sr. Maxon Schreave
Fanfiction"É quase uma regra universal não gostar do próprio chefe." Maxon Schreave era o tipo de homem que parecia inalcançável - sua beleza discreta escondida atrás de uma postura rígida e palavras frias. Ele não era do tipo que notava ninguém, muito menos...