Costas, bocas e peitos

352 22 17
                                    


Comecei a me arrumar para o jogo as 10:00h da manhã.

Preparei uma legging preta e uma blusa branca com mangas verdes que iam até os cotovelos. Passei meus itens com antecedência, e as duas da tarde tomei um banho longo, quando fiquei em frente a minha penteadeira, fiz duas tranças em meu cabelo deixando uma de cada lado.

E é claro, como não poderia faltar de maneira alguma, coloquei meu boné branco, o que eu usei na primeira vez em que joguei basebol e desde então não perdi nenhum jogo. Era meu amuleto da sorte.

Marlee me mandou uma mensagem dizendo que já estava saindo de sua casa, e diante disso corri até meu guarda-roupa e peguei por trás de meus casacos o tão valioso taco de basebol. Era de meu irmão Kota, mas quando ele se casou, resolveu deixá-lo para mim dizendo que eu tinha muito mais talento do que ele (tudo isso por conta do incidente do Papai Noel).

Também tinha preparado uma bolsa que continham duas garrafas de água, alguns salgadinhos, luvas e outro boné. É melhor prevenir do que remediar.

Me despedi de minha mãe rapidamente antes que ela começasse com o interrogatório e as façanhas contra minha roupa que tinha amassado um pouco por conta de minha correria. Assim que sai de casa, vi o carro da mãe de Marlee estacionado em frente a calçada.

Entrei sentindo um cheiro mirabolante de perfume.

Olhei para Marlee enquanto colocava minha bolsa e o taco no banco de trás.

— Ahm...Tames, você sabe que estamos indo para um jogo, não para um desfile não é? — Perguntei com a voz sarcástica enquanto Marlee retocava um batom claro. Ela revirou os olhos.

— Estar bem-vestida em qualquer situação é o meu lema, America — Falou e analisei sua roupa. Marlee usava uma saia jeans que ia até o meio de suas coxas e uma regata lilas justinha. Ela também havia colocado um boné mas aposto que ele não tinha muita utilidade senão combinar com sua roupa.

— Acho que você não vai conseguir jogar desse jeito. — Ponderei mas ela apenas deu de ombros.

— Eu não vou jogar, de qualquer maneira. — Marlee disse ligando o carro.

Quase a joguei para fora.

— V-você não vai jogar? — Perguntei confusa — Como ousa? Basebol é incrível, todo mundo quer jogar.

— Bem, eu não sou todo mundo. E quando vejo o estado que você está, sem nem menos estar lá no campo, sigo firme com minha decisão. — Após isso, ela riu um pouco da minha cara mas foi minha vez de dar de ombros.

Eu era competitiva, e quem me conhecia sabia disso. Mas quando o assunto era basebol, ganhar não era só um objetivo, era uma lei para mim e minha família. E nós nunca, nunca, e nunca perdemos.

[...]

Geralmente, todas as vezes em que eu me reunia com minha família para jogar, nossos lugares favoritos eram gramados de clubes de quinta ou o quintal de minha tia Janice que era grande e espaçoso. Mas de todo jeito, não era o melhor espaço mas a única opção. Porem o lugar que eu olhava agora era a Arena RightGame que tinha o tamanho de um prédio. Dava vontade de rolar no gramado de tão verde e aparado. As arquibancadas azuis pareciam brilhar em minha frente e inevitavelmente sorri diante daquilo.

— Esses caras devem ser mesmo uns milionários .— Murmurei olhando para baixo tendo vista da arena inteira.

— O que disse? — Marlee perguntou alheia ao ambiente por estar mais interessada em algo dentro de sua bolsa.

— Os caras da empresa devem ter muita grana mesmo. Alugar o Right em um sábado a tarde somente para nós... é muito poder — Comentei e Marlee concordou rindo apesar de eu desconfiar que ela não estava muito sabendo o que fazer.

Sr. Maxon SchreaveOnde histórias criam vida. Descubra agora