Jantar da família Singer, e o Maxon

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 A casa parecia muito mais cheia, mesmo o número ter aumentado apenas de 5 para 6 pessoas.

May e Gerad brincavam de aviãozinho pela sala e por isso, faziam um barulho extremamente irritante. Observei o momento que mamãe saira da cozinha e dera uma bronca nos dois dizendo para brincarem no jardim pois na sala papai e o "convidado" estavam conversando.

Com meu braço impossibilitado eu não tinha condição de fazer muita coisa, então havia me sentado na cadeira da mesa da sala de estar e olhei para Schreave.

Ele e papai entraram em um assunto de basquete comentando sobre seus times favoritos, ou melhor, time favorito, pois os dois compartilhavam seu amor pela mesma equipe: Chicago Bulls.

Papai estava muito animado e deixava isso transparecer de forma nítida. A empolgação de Maxon com tudo que ele falava só colaborava para o momento "amigos" se tornar mais emocionante.

A cena era engraçada mas eu não podia deixar de me sentir desconfortável, principalmente pela forma repentina e esquisita que Maxon chegou aqui. Foi tudo rápido demais.

E caramba... Maxon estava na minha casa, conversando com meu pai, sentado no meu sofá, iría comer minha comida, e jantar com minha família.

Como chegamos naquele ponto, afinal?

– América, pode levar a salada para a mesa por favor? – Mamãe perguntou de dentro da cozinha e quando cheguei como já previsto, a vazia era bem leve e eu podia levar apenas com um braço.

Tentei ajudar com mais alguns pratos porém mamãe deu uma bronca e disse que se fizesse mais esforços meu braço iria piorar.

– Ele já está quase bom – Murmurei a fim de fazer algo de realmente útil, que não fosse trazer um desconhecido para dentro de casa.

– Quase não é suficiente – Finalizou tirando um assado do forno. – Mas pode chamar seu pai e Maxon para já sentarem na mesa.

Rolei os olhos e saí da cozinha, tentei chamar os dois amigos-para-sempre porém eles estavam falando de como a temporada de verão havia dado um baque no time mas no fim de Outubro com o campeonato da Liga, eles recuperaram seu posto no sei que la, no sei que lá.

Quando mamãe saiu da cozinha e viu que os dois estavam no mesmo lugar me olhou feio. Eu apenas sussurrei um "estão obsecados" levantando os ombros.

Fui chamar May e Gerad logo os levando para lavar as mãos no banheiro. Quando passamos pela sala, Maxon seguiu-me afim de limpar as mãos também.

Enquanto meus irmãos passavam o sabonete e brincavam de espirrar água um no outro, olhei para Schreave que estava encostado no batente da porta do banheiro.

– Desculpe por toda essa confusão – com a mão gesticulei um círculo – meus pais são doidos.

– Está tudo bem, América. Seu pai é gente boa, e sua mãe sorri toda vez que me olha – Schreave sorriu para mim passando para dentro do banheiro logo que viu que May e Gerad secavam as mãos.

Achei muito estranho todo esse "conforto" de Maxon dentro de minha casa, mas como não podia falar nada no momento, desci com meus irmãos e fomos para a sala de jantar.

Mamãe pareceu ter feito um jantar para a rainha e ter assistido 5 aulas de etiqueta naquele dia. Eu nunca tinha visto tudo tão organizado, cada talher ao lado dos pratos parecia brilhar, e as taças douradas que só usávamos nas festas de final de ano agora brilhavam em cima da mesa. Tudo isso era por causa de Maxon?

Ajeitei Gerad na cadeira recebendo olhares feio do mesmo, e logo depois caminhei até a cadeira ao lado a de papai, mas no mesmo momento outra mão tocou o estofado.

Sr. Maxon SchreaveOnde histórias criam vida. Descubra agora