Você Me Ensinou A Amar +18

ENGRENAGEM DEVOLVIDA

ARTHIT

Eu via ele partir e imaginava como chegamos nesse momento, quantas vezes ainda precisaria ver ele me deixar para entender que o medo que o afastava de mim ia acabar levando ele embora para nunca mais voltar. Esse pensamento me fez sentir uma pontada no peito, senti meu mundo afundar e minha vista escurecer enquanto meus joelhos dobravam e tocavam o chão, eu me sentia fraco, sem rumo e embriagado de ódio, eu me odiava, "Kon ..." eu não podia dizer as palavras, me falta o ar. Afundo meu coração na dor que agora parece a única coisa que me lembra que existimos, eu causei essa dor em mim, por causar dor a ele, eu não podia acreditar como deixei ir tão longe a minha raiva, sem perceber que estava magoando-o. Ouço meu meu telefone tocar e o nome * BRIGHT IDIOTA * não era o que eu queria ver. Ignoro!

Quão insistente esse idiota poderia ser? Porque continuar insistindo em fazer o meu celular tocar, era irritante em meio ao silêncio em que Kong que me deixara. Pego meu telefone com raiva e atendo.

Arthit - O que você quer? - digo em meio a lágrimas com uma voz irritada e ao mesmo tempo melancólica.

Bright - Você não pode ser menos mal humorado apenas uma vez? Brigou com sua esposa ou o que? - ele ri do outro lado da linha, é irritante como meu melhor amigo me faz lembrar da pessoa que acaba de me deixar.

Arthit - Ele me deixou, ele se cansou de esperar por mim... - não consigo continuar estável - Ko... Kong... Kongpob me de... deixou - eu não sei se ele consegui ouvir o desespero em minha voz, mas nesse momento já não me importo mais com o que Bright vai pensar.

Bright - Hum ... - nunca imaginei ver o linguarudo sem palavras, nenhuma brincadeira, nem um comentário de mal gosto. Eu desabo no chão frio, seguro o telefone e pela primeira vez conto para aquele idiota o que está acontecendo, eu só queria descarregar.

***UMA SEMANA ANTES***

Eu estava procurando um lugar para me esconder daquele sentimento de culpa e de raiva, eu não podia acreditar que todos sabiam sobre mim e Kongpob , eu estava uma fera, eu não queria vê-lo, eu o culpava por isso, ele não tinha que ter me beijado naquela viagem, ele sabia que eu não queria demonstrações em público, ele era tão teimoso.

Segui até a faculdade após o trabalho, sabendo onde eu poderia me sentir eu mesmo de novo, me sentir mais calmo. Andei por um longo caminho apenas para poder pensar, em meio a esses pensamentos ele estava lá, atormentando minha mente, eu não queria pensar nele, não agora. Tentei me distrair ao lembrar de como eram os primeiros dias das atividades dos novatos, mas lá estava ele, a lembrança dele, impertinente. Coloco meus fones de ouvido e ligo a musica mais ensurdecedora, algo constante de ritmo que não me sobre um espaço no cérebro que não se encha de musica.

Chego a faculdade e vou direto para o auditório, o lugar deve estar vazio agora. Passo pela porta e a primeira coisa que vejo é Kongpob sentado na beira do palco. Meu ar se vai dos pulmões e penso em desistir, virar as costas para ele e sair. Não posso, sinto que se o fizer seria pior, respiro fundo devolvendo ar aos meus pulmões e vou até ele.

Me sento ao seu lado a beira do palco, ele ainda esta lá olhando para frente, com olhar perdido, sem dizer uma palavra, não se vira para me olhar e sinto meu peito apertar, ele parece ter algo a dizer, ele parece querer falar sobre o que aconteceu, algo que eu não quero ouvir agora, ele pode ser tão irritante as vezes.

Arthit - O que esta fazendo aqui? - pergunto olhando para ele, sem me olhar ele responde.

Kong - Essa deveria ser a minha pergunta. O que faz aqui?

Arthit - Só sentia falta desse lugar! - solto o ar em um suspiro pesado - Sinto falta dos velhos tempos. O que aconteceu com você? Porque esta aqui?