01

1.5K 45 4
                                    

- O quê que em foi, Nath? - Ouço Rodrigo me perguntar e apenas olho confusa pra ele. - Você parece em outro mundo hoje, Natalie Smith!

- Ah... não é nada. Relaxa. - Bato em seu ombro.

- E eu não te conheço, garota. - Falou negando com a cabeça.

- Tá bom, foi só um sonho que eu tive... - Digo já chateada. - Agora vamos? - Sugiro apontando para a sala de aula.

- Mas cê tá que tá! - Diz levantando e apoiando a mão na mesa. - Você ouviu o sinal tocar? Eu não ouvi. - Sorrir brincalhão.

- Filho da mãe. - Xingo sorrindo também.

Ele me estende a mão e eu aceito, assim vamos de mãos dadas até a sala para nos sentarmos no lugar de sempre, a fileira encostada na parede, especificamente nas primeiras cadeiras, que estão mais perto da porta. Eu na primeira e ele na segunda cadeira.

A aula se passou normal, como sempre, bem tediosa. O intervalo demorou mais, finalmente, chegou.

- Ei, Nath?

- Oi, Rô?

- Hoje eu não posso passar o intervalo com você, vou agora pra casa. - Me disse coçando a nuca. - Me desculpa.

- Tudo bem, depois conversamos então. - Falei o abraçando.

- Tchau, Nath.

Fiquei curiosa pra saber o porquê disto, mas ele devia estar apressado. Então sem problemas, eu pergunto depois. Apenas acenei com a mão.

Vou à cantina e compro dois chocolates e um pudim de leite, sento-me sozinha em uma das mesas.

- E aí, delícia?

- Vero? - Olho surpresa. - Senta aqui comigo, você tá bem?

- Tô sim, meu bem. E você? - Perguntou se sentando à minha frente com seu cachorro-quente.

- Tô bem. Novidades? - Ela nada me responde e nós comemos em silêncio.

Vero era branca, de cabelos pretos e lisos, tinha um belo corpo... gatíssima. Nós vez ou outra ficamos, ocorrem flertes aqui e acolá. Temos uma amizade colorida, até alguma de nós desencalhar.

- Te respondendo... - Ela diz limpando a garganta. - Tenho uma novidade sim. Tem alguém novo na área hoje, sabia?

- Quem? - Franzo a sobrancelha.

- Um tal de D. - Responde dando de ombros.

- D? Não sabia... - Digo me levantando e pegando o que sobrou do que comemos para jogar no lixo.

- Pois é, Nath. - Sinto Veronica chegar em mim por trás, com as mãos firmes na minha cintura.

- Quem é esse D, mesmo? - Pergunto tentando ignorar o que ela estava fazendo.

- O Desejo que eu tô de beijar a sua boca, baby. - Me responde beijando minha nuca e se afastando. Senti meus pelos arrepiarem.

Me virei para a olhar, ela estava sorrindo sacana.

- Que merda, Veronica! - Falei e ri, ela também. - Melhora, pelo amor. - Saí em passos apressados para o banheiro, precisava lavar o rosto e dar uma arrumada no cabelo antes da próxima aula.

Terminei de enxugar o rosto e antes de poder abrir os olhos senti alguém pôr as mãos nos mesmos, os tapando, senti um cheiro de perfume forte.

- Um beijo ou dois? - A voz de Zayn soou em meus ouvidos.

- Nenhum! Me solta. - Respondo séria. Ele me solta.

Zayn era bonito, um moreno de estatura mediana, olhos verdes, maior cara de modelo. Mas o que tem de beleza tem de babaca sem caráter.

Beautiful StrangerOnde histórias criam vida. Descubra agora