Capítulo I

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Alguns dos personagens encontrados nesta história e/ou universo não me pertencem, mas são de propriedade intelectual de seus respectivos autores. Os eventuais personagens originais desta história são de minha propriedade intelectual. História sem fins lucrativos, criada de fã e para fã, sem comprometer a obra original.

Avisos: Heterossexualidade, Spoilers

Foi numa festinha da classe 1-A alguns dias depois de eles se mudarem pros dormitórios. Tava tudo indo bem — ou tão bem quanto uma festinha de merda dessa pode ir, pelo menos — quando alguém, ele não lembra quem, mas provavelmente foi a Menina Rosa, sugeriu o tal Jogo da Garrafa, e foi assim que ele terminou sentado no chão, nessa roda, revirando os olhos com tanta vontade que talvez eles acabem não voltando mais pro lugar cada vez que a garrafa para, todo mundo dá risadinhas e faz "Uhhhhs" enquanto dois idiotas sem jeito se arrastam pro armário de limpeza pra fazer sabe lá o quê por sete minutos enquanto os outros ficam tentando convencer a menina com os plugues de ir lá ouvir o que tá acontecendo. Patético.

Sem muito interesse, Katsuki acompanha o giro da garrafa com o olhar. Todo mundo na roda assiste atentamente, se ele tivesse o mínimo de interesse nas pessoas ao redor dele, seria muito fácil dizer o que cada um deles, ou melhor, pra quem cada um deles quer que essa maldita garrafa aponte. Alguns são mais óbvios que outros, tipo o Pikachu, que toda hora dá uma checada na direção da menina dos plugues, como se pra ter certeza que ela ainda tá sentada  no mesmo lugar, que moleque imbecil! Ou o cabeça de uva, que olha pra qualquer menina nessa roda e começa a babar, ugh... e claro, tem a Carinha de Lua, olhando pra baixo como se tivesse rezando, e até mesmo ele consegue perceber: se uma ponta parar na direção dela, ela com certeza vai querer que a outra ponta pare no merdinha do Deku. Bando de gente previsível, como caralhos o Kirishima o convenceu a participar desse jogo besta?

—  Ah, qual é, cara. É só pra enturmar! Ou vai dizer que você tá com medinho?

Ah é, foi assim... por um momento, Katsuki se pergunta quem é o mais idiota: o Kirishima por jogar tão baixo com ele, ou ele mesmo por cair no tal truque. Tsk... se essa porra dessa garrafa apontar pra eles, o Kirishima vai ter sorte se sair dessa vivo.

A garrafa para lentamente, Katsuki levanta o olhar só um pouquinho quando percebe que, sim, a base tá apontando pra ele. E no meio de uns maliciosos "Hummmm..." vindos do Pikachu, ele vê a Menina Rosa sacudindo de leve a Cara Redonda pelos ombros.

— Não te falei que você ia ser a próxima, Ochako? — a Rosinha ri, já a Cara de Lua parece meio perdida. "Então bora lá, você e o... Bakugou? — ela tenta disfarçar a decepção, mas não consegue.

— Hehehe, Uraraka, hein? — Kirishima dá uns tapinhas no ombro dele como se isso fosse um grande feito.

— Cala boca! Aí, roda esse troço de novo! — ele esbraveja.

— Por quê? — A mina dos plugues intervém — A regra é clara, as pessoas pra quem a garrafa apontar têm que ir pro armário por 7 minutos.

— Uma regra besta pra um jogo besta, eu não quero saber, pode rodar de novo!

— É, eu também acho melhor começar de novo. — Uraraka finalmente se manifesta, olhando rapidamente pra ele e depois... pro Deku? Ahhh, então é assim.

— Por que, Cara de Lua? Algum problema comigo? — Katsuki se ajoelha, fazendo todo mundo na roda, inclusive ela, olhar diretamente pra ele.

—  Não seria surpresa se eu tivesse, seria? — e pro espanto dele, não só ela responde com outra pergunta como ainda usa um tom desafiador, quem essa garota pensa que é? — Eu só acho que ninguém aqui é obrigado a nada, se você não quer ir comigo e eu não quero ir com você, a gente não precisa ir, ué.

O tempo é mesmo relativoOnde histórias criam vida. Descubra agora