Prólogo.

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Leiam aqui antes, por favor:

Um olá para as minhas 5 gicelas leitoras. Eu fiz uma enquete no twitter sobre continuar a AU lá ou trazer uma versão completa pra cá, e como a segunda opção ganhou, cá estou eu. Como eu disse, é uma versão completa: basicamente o mesmo plot, mas inteiro e com coisas a mais, por isso, começará diferente.

O prólogo vai ser bem pequenininho só pra vocês verem se realmente gostam desse formato aqui e ele se passa em um dos dias da viagem delas. Vou postar o primeiro capítulo em seguida e é do mesmo dia que se passava lá na Au, vocês vão entender.

Espero que curtam e se divirtam, se puderem me dar um feedback ficarei feliz. (:

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Há uma crença, estabelecida na mente dos que procuram pelo amor romântico como uma necessidade a ser vivida, sobre a procura incessante de alguém que o preencha inteiramente até que seja possível entender que finalmente encontrou aquilo que o completará, o que se é chamado de alma gêmea. Há outra crença, dentro desta, que classifica alma gêmea como a pessoa que veio ao mundo moldada exatamente para ser sua; a metade da laranja, aquele ser que por acaso ou destino apareceu em sua vida e tem a precisão de permanecer e suprir todas as regras existentes romanticamente para que por fim, sejam felizes para sempre.

Existem inúmeras interpretações e conclusões sobre o romântico. Expectativas frívolas, necessidades, obrigações; essas das quais resultam em um só questionamento: a existência do amor, ou melhor, a existência do seu grande amor. Em meio a tudo isso, há um fato: a resposta que chegará até você depende das suas idealizações.

Às vezes, a sua alma gêmea chega e é o seu amor, mas não o amor da sua vida.

Era madrugada de sábado para domingo, fim do penúltimo dia de viagem. Gizelly estava deitada na cama de casal do quarto reservado para ela e Marcela, escutando o barulho da água que saia do chuveiro bater no chão enquanto a amiga tomava banho. Se tivesse uma palavra capaz de definir a última noite, seria: inesperada. O celular apitava sem parar ao seu lado e a advogada presumia ser Manu ou Tabata. A primeira opção, porque ela estava bem ao lado das duas e era esperta demais para não notar o que havia acabado de acontecer. A segunda, porque Gizelly estava bêbada o suficiente quando decidiu que talvez fosse uma boa ideia enviar mensagens para a outra amiga confessando coisas que muito provavelmente não diria sóbria.

A morena fechou os olhos e respirou fundo incontáveis vezes tentando encontrar ou pelo menos entender como e porquê havia deixado tudo chegar aquele ponto. A vida às vezes nos prega peças aparentemente sem sentido e sufocante é todo o trajeto até o encontro do real significado delas.

A verdade é que tudo parecia tão inacreditável que determinadas vezes, na maioria delas, Gizelly preferia acreditar que realmente não havia qualquer coerência naquela confusão de sentimento e desejo que, de repente, parecia quase impossível suportar calada. Mas ela evitava. Evitava falar, evitava pensar, evitava tentar chegar a alguma conclusão.

E quanto mais se evita, maior o estouro.

Então não havia mais o que fazer. Não existiam respostas para o que ocorria, tampouco soluções as quais correr. Pode ser que a resposta de como havia ido parar ali estivesse no olhar dela ou na forma como, de vez em quando, seus olhos sorriam junto e a deixavam extremamente adorável. Talvez a sabedoria que a deixava admirável ou a forma como a amiga sempre entrava em todas as brincadeiras sobre as duas sem imaginar que ali, do outro lado, pudesse haver um pouco de verdade.

Talvez tenha sido a conexão imensa e quase imediata entre elas, a forma dela de lidar com tudo ou até mesmo a pintinha quase imperceptível em sua bochecha, mas que Gizelly sempre percebeu. Talvez não houvesse razão. Talvez a razão fosse exatamente Marcela, por inteira. Ela não saberia dizer ao certo o motivo ou quando de fato ocorreu. Porém, sabia que havia caído.

Havia caído há tempos, ainda que fugisse e mesmo que sempre insistisse em negar. E ali, deitada sozinha naquela cama, após a última noite, sabendo que a outra estava a poucos passos de distância, sentia-se como se estivesse afogando em um mar perdendo aos poucos qualquer vestígio de oxigênio.

A ficha havia caído como um baque, chegado como um soco, e os vestígios de álcool que ainda restavam pelo corpo a faziam sentir-se tonta. Então ela fechou os olhos pela milésima vez naqueles infinitos 10 minutos e desejou encontrar qualquer resposta de um rumo a tomar que viesse de forma tão súbita quanto todo aquele sentimento chegou até si. Ou que tudo não passasse de um sonho.

Entretanto, o coração que batia de forma rápida no peito e o desespero que chegava cada vez maior, denunciavam o que a cabeça tentava apagar e a voz nunca foi capaz de soltar. Era real. Ela não a amava somente como uma amiga.

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Quem de nós Dois | GicelaOnde histórias criam vida. Descubra agora