Capítulo Único

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Alguns dos personagens encontrados nesta história e/ou universo não me pertencem, mas são de propriedade intelectual de seus respectivos autores. Os eventuais personagens originais desta história são de minha propriedade intelectual. História sem fins lucrativos, criada de fã e para fã, sem comprometer a obra original.

Avisos: Spoilers


"Nossa, que breu!" ela pensa ao sair do elevador e chegar à área comum dos dormitórios, é como se a luz do luar, muito mais notável no corredor dos quartos, não chegasse totalmente até aqui embaixo, ela mal consegue distinguir os objetos na sala, embora dê pra ter uma certa noção. Os sofás são ali, as cadeiras mais pra lá, e pra chegar à cozinha, é só ir em frente.

Numa hora dessas, Ochako gostaria de ter dinheiro pra comprar um smartphone com lanterna, a telinha do celular dela não ilumina quase nada, chega a ser um alívio quando ela consegue chegar à cozinha e abrir a geladeira, aí sim tendo luz o suficiente pra que consiga ver o que está fazendo.

Ochako pega a jarra de água e se serve de um copo. Faz tempo que ela não acorda no meio da noite com uma sede tão grande, a Momo ou o Iida provavelmente diriam que isso é estresse por conta do exame de licença provisória chegando, a Mina ou a Hagakure iriam mais longe e diriam que isso é... por causa de um menino, mas não tem nada a ver! Não é estresse, muito menos... a outra coisa, é só sede! E da próxima vez, ela se lembrará de encher uma garrafinha de água e levar pro quarto pra não ter que descer sozinha nessa escuridão. Assim ela não vai se sentir tensa observando as sombras dos móveis ou ouvindo esse barulho estranho vindo da mesa... que barulho é esse, aliás?

Ochako não tem medo do escuro, ok? Já faz muito tempo que ela não tem, e mesmo se ainda tivesse um pouquinho, ela já teria superado depois de tudo que aconteceu desde que ela entrou pra U.A. O que é uma sala escura perto do que aconteceu no USJ? O que é esse barulho esquisito perto do que foi o acampamento? Não é nada! E é por isso que ela não hesita em andar até a mesa e verificar que diabos é esse barulho. E acontece que é só alguém dormindo, roncando tão profundamente que nem consegue perceber o gritinho que ela solta no impulso. Usando a pouca luz que a tela do celular fornece, ela o aproxima pra ver quem é o dorminhoco ou dorminhoca. Ah, dominhoco mesmo.

— Bakugou? — Ochako pergunta baixinho, e claro, não tem resposta.

Dando mais uma olhada, ela percebe que ele deve ter dormido enquanto lia alguma coisa, provavelmente estudando, e isso é algo com o qual ela consegue se identificar. Quantas vezes a Tsuyu não veio buscá-la de pijama porque ela acabou dormindo em cima do dever de casa? Ela só nunca imaginou que o Bakugou também chegasse a esse ponto, ela já viu como ele se dedica nos estudos e grita com o Kirishima e o Kaminari quando descobre o truque deles de abrirem um livro em pé na mesa pra esconderem a cara e darem uma cochilada. Ela aponta a luz pra mesa, e descobre vários jornais e revistas, se ela apertar os olhos um pouco mais, ela consegue ler o que tá escrito: aparentemente, é sobre a aposentadoria do All Might. Por que ele tava lendo isso aqui?

E o que é mais estranho: Por que ninguém o acordou?

— Bakugou, acorda... — Ochako fala no tom mais suave possível, e quando ela ergue a mão pra tocá-lo, ela entende porque ninguém tentou acordá-lo. É o Bakugo, ninguém é louco de tentar tirar esse cachorro bravo do sono, não sem ter que ouvir muita gritaria e ameaças de ser explodido depois.

Então não, ela nem vai tentar, não vale a pena, só criaria uma grande confusão e acordaria todo mundo. Ochako fecha o celular e dá as costas, tá muito tarde pra ficar vagando pela sala mesmo... mas antes de ir, ela se vira e olha pra onde ela se lembra de tê-lo visto, usando o braço como apoio para a cabeça e roncando. Talvez não seja desconfortável agora, mas ele vai acordar com torcicolo de manhã, disso ela sabe muito bem, já aconteceu com ela. Caramba, o que ela pode fazer?

Enquanto você dormiaOnde histórias criam vida. Descubra agora