Inesperado

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— Por que está me perguntando isso agora? — Cruzou os braços e me encarou com seriedade. — Por que duvida de mim, (s/n)?

— Não é isso, é só que... — suspirei. — É só que a minha mãe falou que era estranho o fato de você não me dizer qual é a doença e eu fiquei mexida.

— Eu prefiro não falar — ele passou as mãos pelos cabelos, nervoso. — A minha mãe quer discrição e eu achei que você compreenderia.

— Eu compreendo, mas... — parei de falar ao vê-lo pegar o celular no bolso. — O que está fazendo?

— Você vai ver — disse sério enquanto digitava algo com pressa, logo colocando o aparelho em seu ouvido. — Sou eu, mãe — riu fraco. — Como você está? Melhorou da sessão de vômitos?

— Minhyuk... — chamei, mas ele fingiu não ouvir.

— O remédio não está servindo? — Entortou a boca e suspirou em seguida. — Iremos a outra consulta na próxima semana e tudo vai melhorar, tenho certeza.

— Desculpa — pedi sem emitir som algum quando ele me olhou. Aquela situação era constrangedora para nós dois.

— Mãe, eu preciso que você fale com a (s/a).

— O quê? — Gritei pelo susto. — Não! Não precisa!

— Ela acha que eu estou mentindo sobre você — continuou.

— Minhyuk, não faça isso — pedi de olhos arregalados, nervosa.

— Certo — disse para ela e esticou o aparelho para mim, mantendo a sua pose séria de homem ofendido. Eu estava extremamente envergonhada. — Fale com ela.

— S-Senhora Park — falei em um murmúrio assim que pus o celular no ouvido. — Como vai?

— Não muito bem, minha querida — sua voz estava fraca e eu fechei os olhos com força, lamentando por ter sido tão maldosa com o meu ex. — Andei vomitando bastante nas últimas horas.

— Sinto muito. Deve estar sendo difícil.

— Muito.

— Desculpe por isso, senhora Park — suspirei com pesar. — É que o Minhyuk não me deu detalhes e eu só encontrei essa alternativa pra saber de algo a mais — menti descaradamente. O loiro ao meu lado riu soprado e negou com a cabeça, chateado.

— Eu que pedi, (s/n). Não quero que me olhem como uma coitadinha, entende? — Assenti com a cabeça e apenas murmurei um "sim". Era totalmente compreensível. — Não quero que fiquem fazendo as coisas pra mim, que me tratem como uma criança. Isso é só uma fase, eu vou ficar bem em breve.

— Claro que vai — sorri fechado. Mal sabia ela que já estava sendo tratada dessa forma. — Bom, conte comigo para o que precisar. Eu estou disposta a ajudar.

— Muito obrigada, querida. Você é maravilhosa para o meu filho e é uma preocupação a menos saber que ele está ao seu lado — disse animada e eu fechei os olhos mais uma vez, sentindo-me levemente culpada por estar enganando a minha ex-sogra. Mas era por uma boa razão, não era?

— Não se preocupe com mais nada, certo? Só se recupere — falei baixo.

Após mais alguns minutos de conversa, a ligação teve que ser finalizada porque ela precisava tomar um remédio. Sentia-me péssima por duvidar dessa forma da honestidade de Minhyuk. Até insisti no pedido de desculpas, mas ele se manteve irredutível. Park estava bem chateado e aquilo havia me deixado mal. Pedi o nosso jantar, já que ele não quis cozinhar, e nós dois comemos em silêncio. O loiro subiu assim que terminou de lavar a louça e sequer me desejou boa noite. É, eu havia pegado pesado.

Em nome da vingança | Jeon JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora