Não acostumada a ouvir alguma música pela manhã, estou a espera do ônibus escolar. Sei que acordei cedo demais, mas é necessário estar sempre pronta. Hoje é o meu primeiro dia de aula na escola nova e eu realmente não sei que horas o ônibus chegará. Parece até bobeira estar pronta 30 min antes do combinado a espera da perua, mesmo depois de 12 anos indo com o mesmo transporte para a minha antiga escola.
Estes momentos matinais são muito preciosos. A noite se despede com uma suave brisa fria de verão, dando espaço para a quentura dos raios solares. Acima das escadarias da saída do meu prédio, observo a pequenina Lua sumindo aos pouquinhos.
Após tantos minutos, avisto o ônibus escolar se aproximar. Espero que seja esse! Me despeço do porteiro com um breve aceno levemente nervoso. Ao alcançar o primeiro degrau da grande escadaria que me levaria ao portão, o fichário, preso entre meu braço direito e meu tronco, escorrega e atinge o chão, rolando escada abaixo, abrindo completamente e espalhando todas as minhas folhas. Que merda!!! O ônibus me esperando e eu toda atrapalhada catando as mil folhas. Que diabo! É o primeiro dia de aula e eu já tenho esse tanto de folhas. Estava tão organizado...terei que me preocupar com isso depois.
Com o maldito fichário recomposto e minha mochila nas costas, abro o portão e vou de encontro ao ônibus que aparentemente estava me esperando a mais de 5 minutos. Comprimento o motorista que, de acordo com a minha mãe, se chama Renato e caminho até os lugares. Me deparo com outro desafio. Onde sentar? Olho para o primeiro lugar vago, ao lado de uma menina praticamente morta encostada no vidro da janela, e sento.
PUTA MERDA! Algo pontudo espeta minha coxa esquerda e sinto minha alma sair e voltar. Contenho o grito de dor na minha garganta, seria o ápice de vergonha uma menina aleatória, mais nova que todo mundo naquele ônibus, começar a gritar! Logo me lembro. Coloquei lápis que caiu no de dentro do fichário no bolso da minha blusa que estava amarrada na minha cintura! Droga! Começei o dia bem...
Agora mais calma, deixo a minha mochila no meu colo, tiro o lápis do bolso e vejo que está sem a ponta-depois averiguo o que aconteceu entre a mesma e minha coxa -, começo a observar o ambiente, como de costume. Todos naquele lugar eram bem mais velhos e bonitos em certo ponto. Tinha um menino no banco da frente que ,ao analisar pelo seu topete, era bem bonito, mas provavelmente do ensino médio por conta de sua altura. Aquele ambiente era no mínimo estranho... uma música baixa tocava no fundo, suponho que seja a rádio mix 106.3, mas ouço também outro ruído esquisito. Começo averiguar de onde ele possa vir. Olho para o meu lado esquerdo e lá estava ela, a música baixinha e a menina dormindo profundamente. Ela era muito estilosa e, como pude reconhecer, ouvia 5seconds of summer. Não tem nada mais descolado do que ouvir uma banda dessas.
Realmente perco a noção do tempo ao analisar o trajeto e as pessoas que ali estavam. Mas finalmente chego ao colégio. Eu e minha mãe conversamos e ela me alertou que seria muito diferente do meu colégio anterior ,o Ateneu, tanto na forma de aprendizado quanto as pessoas, principalmente. A realidade era que essa escola nova, o Anglo, era bem mais cara e melhor localizada. Eu teria que me acostumar e apenas ser eu mesma. Tudo dará certo!-eu espero-
Acelero meus passos ao sair do ônibus, evitando mais caos, atravesso na faixa de pedestre e logo estou dentro do colégio. E agora? Eu me lembro de ter entrado na visitação por outro portão, não conheço nada por esses lados. Avisto rapidamente uma moça muito baixinha com uniforme do colégio que deduzo ser alguma monitora.
-Onde ficam as salas?- pergunto em meio ao caos que ela está enfrentando com os inumero alunos novos, assim como eu, perdidos.
-As salas do ensino médio ficam no andar de cima. Você é do primeiro ano?-A pequena moça diz e a minha cabeça da um nó completo. Ensino médio? Mas eu tenho a feição de uma criança ranhenta.
-Eu sou aluna nova e estou no sétimo ano.- respondo rapidamente para não haver mais confusões.
-Oh sim, você é muito bonita e grande, achei que fosse do ensino médio. O prédio do ensino fundamental fica naquela direção. É o prédio branco. Lá darão mais informações.- Ela fala rapido e risonha. Sinto que ela é muito legal e companheira. Espero que me ajude mais vezes por aqui.
Agradeço pela informação e sigo na direção apontada por ela. O prédio em que estava era grande e repleto de tijolos nas paredes. Naquele, presumo eu, pátio tinham alguns canteirinhos com umas plantas meio mortas. Elas estavam precisando ser cuidadas. Me lembro do Ateneu que tinha plantinhas em todos os cantos, todas muito sorridentes e alegres. Aquelas sim deviam receber muito amor, ao contrário dessas aqui. Uma encruzilhada me tira das minhas divagações. Subir as escadas à direita ou seguir reto pela esquerda?! Me lembrei da monitora me dizer que o ensino médio ficava no andar de cima, então segui o caminho pela esquerda. Nesse momento, sinto o meu coração acelerar e um calafrio cortar a minha coluna. Estou nervosa. Com o fichário preso na minha mão direita, minha mochila nas costas e minha blusa amarrada na cintura, entro no prédio. Esse, diferente do anterior, era completamente branco e com ausência dos tijolinhos. Sigo em direção às escadas também brancas. Suponho que esse prédio é novo e recém construído, a tal essência do anglo que minha mãe frequentou à anos atrás não se mantivera.
O último degrau do primeiro lance de escadas me levou até o primeiro andar. Logo notei que este era do oitavo ano devido ao número 8 pintado na parede em laranja, portanto comecei a subir os próximos degraus. Pessoas passavam por mim o tempo todo, subindo e descendo. Não era só eu que estava perdida. Ao chegar, finalmente, no andar com um 7 na parede, deduzi ser o respectivo lugar em que estudarei. Caramba! Todos os dias fazer esse rolê todo só para estudar...aff!
Caminhei pelo corredor e avistei a primeira sala, a qual seria a do sétimo B. Minha mãe havia me orientado sobre qual sala eu ficaria. Seria essa.
Respirei fundo, sentindo as batidas do meu coração descontrolarem devido ao nervosismo e os lances de escada. Deve ser mais pelo nervosismo...não sou sedentária! Vou nos meus treinos de basquete terça, quarta e quinta. Estou em plena forma!
Devaneios aparte, entro na sala. Automaticamente procuro algum dos meus amigos que estudavam comigo na antiga escola. Avisto o Eros e suspiro aliviada. Este menino já revirou a minha cabeça durante o quarto ano, nos aventuravamos sempre que tínhamos um tempo livre, aventuras essas que me renderam muitas advertências.
Avistei um lugar livre na frente dele, primeira carteira da fileira. Que merda! A primeira em frente à mesa do professor! Pra quem não queria chamar atenção, você está se saindo TÃO bem, Luiza. Procuro ignorar esse fato. Em meio aos passos até o meu lugar, dou uma analisada de costume no novo ambiente, avistando uma quantidade grande de pessoas. Ao passar os olhos, fico presa em um olhar distante, atrás de um boné azul da nike. Aqueles olhos... rodeados por fios loiros e um pequeno laço no topo da cabeça. Aquela menina tem cara de sexto ano! Muito criança para estar aqui... muito estranho!
Sem mais me preocupar com a minha análise, sento! Logo mais terminaria de averiguar. Comprimento o meu amigo de longa data com um sorriso sincero por finalmente ver um rosto conhecido.
Um barulho estrondoso me assusta. Esse deve ser o sinal! Viro-me frente a porta alaranjada da sala que ficava no extremo oposto do meu lugar. Começo notar que a lousa é branca, o que não faz sentido... como o giz branco vai pegar? Nunca vi tal tecnologia em nenhum outro lugar! Vamos aguardar para descobrir. Um cheiro tão familiar invade minhas narinas intrusamente! Sabia que ela iria se atrasar! Minha amiga, também de longa data, Laís entra apressada na sala. Cabelos castanhos que alcançavam o fim de sua lombar, corpo esguio e aposturado, sempre tão firme e empoderada! Nós nunca fomos muito próximas, sempre brincávamos juntas de Scooby Doo, ela era a Daphne e eu o Scooby, apesar disso, Laís sempre dedurava minhas aventuras para as professoras, por isso nutri um desgosto por essa menina. Até que ano passado, nos aproximamos exponencialmente, ela me ensinou a fazer títulos bonitos e em todos os trabalhos em dupla nós íamos juntas. Não nego que essa dupla era infalível, sempre alcançando a perfeição. Espero que esse ano continuemos com essa dupla dinâmica.
A menina dos lábios carnudos e all star azul sorri para mim e segue ainda velozmente até algum lugar livre no fundo da sala que ela havia avistado. Olho novamente para porta e em seguida uma mulher alta e bem encorpada entra na sala com um vociferado "bom dia". Com uma bolsa pendurada no ombro esquerdo ela caminha até a minha direção, ou melhor até a mesa dela. A sala em completo silêncio ainda dominada pela timidez, espera que ela se organize para começar a falar algo. Eu estou em completa insegurança. Sorrir? Comprimentar? Ficar quieta? Sentar de frente? Falar com o eros?
Prefiro ficar quieta, apenas observando. A mulher com a sua voz grossa e alta logo começa a falar com algumas pessoas, parecendo matar a saudade do sexto ano de 2013 gerada pelas férias. Perdida no assunto, começo a tirar meu material de dentro da mochila e distribuo sobre a carteira.
-ALAAAN! Você está muito longe de mim, preciso ficar de olho em você. Vem pra cá! Troca de lugar com ela.- A professora grita para o menino japonês que está sentado perto da porta. E depois aponta para mim. Logo sinto o meu sangue subir para o meu rosto, que provavelmente ficou extremamente vermelho. Um calafrio gela o meu corpo por inteiro. As batidas do meu coração me despertam, e me fazem pensar que devo trocar de lugar com o tal menino. Nem ouço a resposta que ele deu e sem pestanejar para não chamar mais atenção, guardo todo o marerial que estava disposto na minha mesa dentro da mochila e me levanto indo em direção ao lugar do garoto. Porquê essas coisas acontecem comigo? Eu tenho que manter a minha pose de menina mais legal e bonita da escola. Logo no primeiro dia de aula a primeira professora que entra aqui já ,provavelmente, não foi com a minha cara e eu ainda passei mais vergonha, como se não bastasse o desastre com o fichário.
Vou em direção ao lugar do garoto e ele vem na minha. Sento e procuro não pensar muito em possíveis humilhações, arrumo o meu estojo e fichário em cima da carteira.
A aula prossegue. Não muito interessada, observo a professora, que se apresentou como Karina e informou que daria aula de biologia, falar sobre coisas introdutórias como organização, execução de trabalhos e Leonardas, um tal evento esportivo o qual não entendi nada, deve ter algo parecido com o Jira. No antigo colégio, essa era a semana mais esperada do ano, cheia de brincadeiras e competições artísticas.
Ao fim de duas aulas que ao meu ver foram bem cansativas e redundantes nos assustos, passei meu olhar pela sala em busca de um lugar mais confortável. Na mesma fileira em que eu estava, vi um lugar vago na penúltima mesa, peguei todas as minhas coisas, novamente, e parti em direção ao lugar. Fiquei feliz pois era atrás da Sayuri e na frente de um japonês tímido, ele era estiloso e ela eu conhecia do Ateneu. Posso dizer que essa garota é problema, cheia das perversões e ideias estranhas. Lembro de um causo com ela. Estávamos na escada perto da cantina e ela me disse "Luiza, você sabe o que é gozo? Eu pesquisei e vi que é uma gosma tipo leite que sai do coiso dos meninos". E foi nesse dia que minha cabeça perdeu a virgindade, passei a semana toda pesquisando, mesmo achando a coisa pra lá de nojenta. O único problema era que eu não sabia bem qual nome usar para o tal "coiso dos meninos", o que tornou a minha pesquisa dificultada.
Caminho em sua direção e lhe dou um sorriso sincero, fazia tempo que eu não a via e preciso de uma instrutora naquele colégio tão diferente, ela saberia, até porque ficou dois anos estudando aqui. Ela me retribui o sorriso e pega o seu lanche em sua mochila. Ao deixar minha mochila no chão lembro de que não havia trazido lanche, sou muito boa em esquecer o lanchinho dos intervalos entre aulas ou simplesmente tendo preguiça de montá-los. Sento e começo a procurar um assunto em minha mente que eu possa estender com ela. Sem ao menos vagar por muito tempo em minha mente, vejo uma menina surgir no meu campo de visão à minha esqueda.
- Oi gente, tudo bem?- ela diz com uma animação desigual e curiosamente pura.Logo me recordo do rosto dela. Era a garota dos cabelos loiros e olhos verdes brilhantes. - Vocês podem falar comigo, tá? Eu sou legal e vocês são novos, posso ajudar qualquer coisa.- Percebo que ela está falando com a fileira toda que era composta pelo Eros, Marina, Sayuri e eu, os outros haviam saído. Parece que seus olhos estão em mim de mais da conta, deve ser impressão minha, tenho um ego forte. Ela deve estar querendo ser a minha amiga ou está com inveja.- Meu nome é Milena- olha só, é o nome da minha prima gêmea, que legal. - Qual é o de vocês?- pergunta ainda saltitante com seu laço na cabeça e um sorriso composto por dentes tortinhos.
-O meu é Luiza!- tento responder rapidamente, ela é muito bonita, podemos ser amigas e achei ela realmente muito legal. Mas respondo de forma curta e levemente sorridente, não posso entregar o jogo tão rápido.
Os outros se apresentam e ela continua a sorrir. Com um breve "tchau gente" ela se despede, infelizmente, e eu foco em achar um assunto com a menina em minha frente.
Ouço o sinal tocar o que significa que outra aula iria começar. Volto a me sentar assim como o menino atrás de mim. Preciso me enturmar rapidamente, vou me apresentar para ele, talvez nos demos bem, ele parece ser legal mesmo sendo dominado pela timidez.
-Sou a Luiza, vim do Ateneu também.- me apresento e complemento com uma risadinha simples. Ele me olha confuso mas logo entende o que ele deve fazer.
-Eu sou o Léo. Ér... eu estudo aqui desde sempre...- ele diz meio embaraçado mas com muita fofura.
Sem poder prolongar muito essa conversa por conta da entrada repentina do professor de história, como está no cronograma de aulas que descobri a existência durante o intervalo, me viro para frente.
Ele entra, aparentemente, muito animado e fazendo muitas piadas pela reação risonha da sala.
-estou vendo que tem muitos rostinhos novos por aqui, para esses, eu sou o Leandro, professor de história.- ele diz animado.- Sei que as instruções do primeiro dia são importantes, por isso, na primeira aula vou falar sobre organização da parte da minha matéria e na segunda aula vamos fazer uma atividade em dupla usando a apostila que estou vendo que vocês já receberam.- depois de acabar a frase, ouço a sala resmungar em alto e bom som. Também não quero fazer nada do tipo no primeiro dia de aula. O cara era gato e estiloso, bem que a Sayuri disse que ele era tudo isso mesmo. Não confiei muito no início até porque eu sei bem como ela funciona...
Com o fim da primeira aula, ele anuncia, infelizmente, o início da atividade. Começo a ficar ansiosa, até porque eu não sei quem será a minha dupla. Pode ser alguém que veio do Ateneu.
-Eu vou escolher as duplas- ele diz para a infelicidade de todos. Suspiro frustrada. Espero não cair com ninguém chato ou ingênuo.
Aguardo a saída do meu nome ansiosamente.
-Bia, não fuja de mim! Chegou atrasada no primeiro dia de aula e ainda acha que pode escolher a sua dupla... se junte com aquela menina.- ele diz risonho e divertido apontando para mim no final da frase. Me sinto envergonhada pela milésima vez no dia.
Infelizmente não fiquei com alguém que eu conhecia. Mas, me senti desafiada. Acho que é sempre importante começar novas amizades, uma grande oportunidade de conhecer um pouco mais do mundo.
Ela, também um pouco envergonhada, veio com o seu material e sua mesa em minha direção. Enquanto isso, Leandro dava algumas orientações sobre como seria a tal atividade de estreia do material didático. Tento prestar atenção nos detalhes para evitar mais constragimento. Pego a apostila de dentro da minha mochila e abro na página que ele disse. Depois de se arrumar, bia diz um breve "oi" e eu me encarrego de me apresentar, então viro meu corpo em sua direção. Levo um breve susto ao analisar de perto o seu rosto. Tenho que admitir que sua excentricidade me rapitou logo de cara. Traços delicados e sutis, algumas espinhas e o aparelho mostrando apenas sinais claros de adolescência, o sorriso pequeno e um pouco envergonhado enfeitando o seu rosto rosado, e não posso deixar de descrever seus negros fios que caiam compridos por seus ombros. Algo me prendeu nela.
A atividade foi um sucesso, mesmo eu percebendo que a garota não havia lido nenhuma palavra daquele livro. Imagino que ela estivesse nervosa por eu ser algo novo. Agora já era intervalo e eu me preocupei em conversar com o pessoal do Ateneu. As próximas aulas seriam de orientação, por alegria do destino, com uma professora chamada Vanessa.
...
Fico feliz que Léo, o garoto que senta atrás de mim, volta de ônibus escolar comigo. Sentada aqui no mesmo banco em que vim da vinda e com o garoto do meu lado, acabo me lembrando sobre os estranhíssimos acontecimentos das últimas duas aulas do dia. Bia a garota bonita, Eros, Léo e eu trocamos bilhetinhos durante a primeira aula toda. Um deles, sacanamente, foi parar na mão da Milena. Digamos que ele não era tão amigável: "vire" de um lado, e do outro "vire" novamente. A ideia foi do Eros, confesso que me diverti no começo, mas me conti depois da garota dos olhos verdes amassar o papel com uma fúria gigantesca.
Na última aula, resolvi prestar atenção em pelo menos uma palavra da mulher que se esforçava em dizer coisas tediosas sobre fichário e tudo mais. Parei com os bilhetinhos, mas algo me pegou de surpresa durante aqueles minutos. Léo, estranhamente, começou a puxar alguns fios de cabelo meu. Assustada, o questionei discretamente o porquê daquela atitude nada convencional. O garoto caiu em uma risada como se tivesse um segredo que era bem polêmico, e sem se segurar ele me disse que um tal de Vini, que era da nossa sala, havia caído em uma paixão por mim. Estranhei a rapidez com que isso ocorreu, até porque não havia nem começado as aulas direito. Ao fim, Léo justificou que os fios eram para dar ao Vini para que ele pudesse me clonar. Achei cômico, seríamos bons amigos.
Voltando para casa, tento manter uma conversa com o Léo. Quero saber mais sobre como a escola funciona e como são as pessoas. Mas, somos contados por um menino que estava olhando para nós no banco da frente do nosso.
-oi, sei que você é nova e já sei que o seu nome é Luiza. Eu sou o Vitinho e o Léo é o meu namorado.- ele diz num fôlego só e tira sarro do garoto ao meu lado e nós três rimos. Esse tal de vitinho me aparentava ser BEM energético ao ponto de ser insuportável e acho que estou certa. O ano seria bem animado sabendo que eu voltarei todos os dias com esses dois e que terei amigos na sala.
Chego em casa pronta para almoçar e encher a barriga que ficou vazia a manhã toda. Começo a repassar o meu dia em minha cabeça. O sétimo ano será ótimo, tenho certeza!
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