Jogo para dois - shikatema

Você me mata

A noite começou a aparecer e eu e a Temari começamos a caminhar para casa, seu olhar me parece determinado e sapeca, como o de alguém que está prestes a aprontar e eu talvez seja apenas a sua presa, e confesso que isto não me soa nada mal. Se ela soubesse, que tenho apenas a cara de santo. Se soubesse de tudo que eu gostaria de fazer com ela.

Ela mordeu o lábio inferior, me olhando de canto de olho e eu sorri bobo. Essa mulher vai me enlouquecer.

-Ainda posso usar a piscina? -Ela perguntou e eu pass3i o meu braço pelos seus ombros, pela altura dela.

-Não precisa pedir, se sinta em casa, querida. -Ela sorriu maliciosa e se aninhou em meus braços, me fazendo parar de andar para abraça-la em frente a casa. Ela olhou para mim, diretamente para a minha boca e mordeu o lábio novamente, me provocando. Apertei sua cintura e a trouxe para um beijo, não desesperado, mas calmo, tentando passar para ela, tudo o que eu sinto toda vez em que a vejo e ao tentar deixar o beijo mais selvagem, sem conseguir, ela parou e me olhou.
-Está tudo bem, Shika? -Assenti, puxando ela para mais um abraço.
-Estar com você aqui é quase um sonho, mulher! -Ela riu, me puxando para a área da piscina e começando a tirar a roupa, ficando apenas de lingerie e pulando na água.
-Não vai entrar comigo? -Neguei, me sentando numa cadeira relativamente perto.
-Vou apenas admirar essa visão maravilhosa que você esta me dando. -Ela mordeu o lábio inferior, as gotas de água caindo de seus cabelos e escorrendo em seus seios fazendo daquela, uma cena incrivelmente erótica.
-Você que sabe, mas eu adoraria ver você apenas de cueca, ou sem ela também. -Sorri ladino, imaginando ela de todas as formas, amarrada em minha cama e pedindo por mim.
-Você verá, mas tenha paciência.... quero que você queira tanto quanto eu. -Falei indo até o frigobar pegar uma bebida para nós dois, algo sem álcool.
-Quer que eu implore? -Perguntou sacana e eu não consegui evitar de morder o meu lábio inferior.
-Quem sabe? -Sorri, me curvando na piscina e lhe entregando o copo em mãos, ela subiu na escadinha e então me deu um beijo, o qual molhou toda a minha camisa por termos encostado os nossos corpos.
-Quero conhecer todos os segredos que o meu querido professor de física esconde.
-Vai conhecer, Tema. E eu, vou adorar lhe mostrar. -Vi seus pelos se arrepiarem e ela voltar para a água.
O seu sutiã azul-claro quase transparente, assim como a sua calcinha, a qual posso ver toda vez que ela vai até a outra borda da piscina e “se espreguiçar”. Essa garota ferra com a minha cabeça e eu que sempre fui tão inteligente, me torno um idiota que mal consegue pensar. Eu não posso entender os seus motivos, ela está provocando mas sempre me achou horrível, sempre fez caretas pelos corredores quando eu passava e agora...
-Shika...
-Temari, vou dormir, estou cansado, o dia foi cheio. -Ela murchou, pareceu triste e vê-la assim dói.
-Vou sair também.
Fui caminhando por dentro de casa, fazendo o caminho até o quarto, me perguntando o que ela quer. Será que é o medo de eu não ajudar ela com as notas? Eu já disse que vou, talvez devêssemos estudar amanhã. Ou talvez... não, eu não quero pensar que ela vai fazer igual as outras, a Temari não é assim, certo?
Tirei os meus óculos e soltei os cabelos, troquei de roupa e me deitei, quando estava quase dormindo, senti uma mão gelada tocar o meu rosto.
-Shika... Você ‘tá estranho, o que houve? Fiz alguma coisa? Eu quero dormir com você... -Respirei fundo, fingindo estar dormindo, covarde, eu sei. Acreditei que ela fosse embora quando se afastou, mas apenas deu a volta na cama e se deitou comigo fazendo os meus braços passarem em volta do seu corpo pequeno.
-Me responde Shikamaru, sei que está acordado. -Suspirei e a trouxe para mais perto de mim, sentindo o seu corpo ainda gelado.
-Boa noite Tema, não se preocupe, amanhã vamos estudar, já lhe prometi.
-Disse que se deitaria comigo quando eu estivesse pronta e eu estou.
-Temari, qual é o motivo de tanta ansiedade por isso? Você sempre me odiou e do nada está louca para transar comigo, o que você viu de diferente? Que não sou tão horrível quanto imaginou? Não eu não sou e infelizmente eu tenho plena consciência disso. -Seu corpo se enrijeceu mas eu não a larguei.
Sinto o meu coração batendo forte e a respiração entrecortada dela tocando um dos meus braços. Estou frustrado e irritado, eu fui idiota em trazer ela e só percebo isso agora. Como fui tão ingênuo? Sinto as minhas lágrimas rolando em meu rosto mas seguro a Temari em meu peito para que não veja nada.
Dessa vez não é um amor adolescente e meu peito dói muito, sentindo um nó se formar em minha garganta. Eu amo essa mulher, amo com todas as minhas forças, senti os meus braços fraquejarem e em segundos ela estava olhando para mim.
-Desculpa... Eu... Eu queria saber como o seu corpo é, eu imagino que é tão bom quanto o resto mas... -Me virei de costas e senti o seu abraço.
-Para... por favor. -Pedi num fio de voz.
-Eu quero conhecer você, quero ir a encontros com você, não só pelo acordo mas por quê eu amei cada segundo naquela doceria, cada segundo em meio a sua família querendo casar nós dois de forma urgente. Eu não sei o que houve com você, mas você mesmo disse que quer uma chance para nos conhecermos e talvez até, como a sua família deseja, que eu me case com você e agora você quer jogar essa chance no lixo?
-Temari... Eu amo você e eu já disse que eu quero que me ame por quem eu sou. Não quero que fique comigo por que me acha bonito. -Me virei para ela, que passou a mão em meu rosto secando as minhas lágrimas.
-Shika, olha para mim! -Me assustei e a encarei. -Você, meu caro, é uma delicia e é um gato, você mesmo sabe, e eu não sou cega. Não é por que acho você um gato que eu não posso te amar um dia, isso vai depender do nosso tempo de qualidade juntos. Eu tenho certeza que quando olhou para mim pela primeira vez, me achou gata e apenas isso.
-Eu amo você...
-Eu sei Shika. Sei que ama, mas você precisa parar de se boicotar e deixar as coisas rolarem. Poxa, você não pode negar que me deseja, certo? Então deixa acontecer. Eu quero e você também.
-É complicado Mari. -Ela me olhou estranho e riu.
-Ninguém nunca me chamou assim, é estranho. -Rolei os olhos, voltando a colar o seu corpo no meu.
-Eu quero você, Nara. -Respirei fundo, vendo os seus olhos me encarando.
-Eu também quero você, Mari.