- Você acha que sou idiota? - Sasuke indagava para o loiro que parecia desapontado ao ouvir aquilo.
- Pensa Sasuke, é a nossa chance! Não aguento mais essa rotina intediante, e acredito que você também não.
- Aí que você se engana, Naruto. Nunca estive tão bem em toda a minha vida. Não quero tomar conta da vida alheia. - Murmurou sem ânimo tragando novamente seu cigarro. Estavam na parte interna da delegacia, no escritório, sentados sobre as poltronas próximo a porta. Sasuke pousa os olhos no cinzeiro de ferro sobre a mesa, para ali se olhar por instantes.
- Você é o Delegado da Polícia Federal, como pode achar que não tem haver com você? - Sasuke revirou os olhos.
- Isso tem cara herói para você? Acho que não.
- Mas esses Akatsuki estão dominando tudo, dizem que fazem experiências até em humanos...
- Isso tem cara de conto de carochinha, vá para casa descansar, disso que você precisa, não querer ficar arranjando problema. Eu já vou indo. - disse, levantando-se e olhando em direção a janela. A noite estava deslumbrante, o céu estrelado, lua cheia com quase nenhuma nuvem. O dia fora movimentado, decidiu que passaria no bar antes de ir para casa.
- Mas pense bem no que te falei, Teme. Não irá se arrepender. - Naruto bufou, se retirando.
Sasuke sentou-se novamente em sua cadeira e apoiou os cotovelos sobre a mesa. Olhou para a pilha de papéis que estavam amontoados sobre ela, estava atolado de trabalho, não tinha tempo para as bobagens de Naruto.
Saiu e foi em direção a seu carro, estava decidido a tentar esfriar a cabeça, sentia-se sobrecarregado, achava que merecia um descanso.
Andando alguns metros percebeu que o movimento estava baixo para um dia de semana comum, mas não que isso fosse importante no momento.
Não obstante, chegou no Konoha's Bar, era a boate mais famosa da cidade, costumava ir ali com uma certa frequência, por mais que fosse apenas para beber e se distrair nos últimos tempos.
Foi entrando e o som alto se fazia mais perceptível. O cheiro de cigarro e bebida foi tomando conta de suas narinas.
Sentou-se e pediu para o garçom lhe trazer uma dose de vodka. Sasuke olhou em redor e viu que a casa estava cheia e que algumas pessoas o encaravam, como sempre. O reconhecendo? Talvez. Afinal ele era um delegado de alto escalão, pela sociedade ele não deveria frequentar lugares como aquele. Mas não se importava, a última coisa que faria seria estragar sua noite por algo como aquilo.
Voltou sua atenção para o balcão e nota a bebida a sua frente. Virou-a em um único gole. Pediu para lhe trazer uma garrafa, qualquer coisa pediria um táxi.
Foi bebendo e começou a sentir sua cabeça mais leve, percebeu que o álcool estava começando a fazer efeito. Foi bebendo esporadicamente até ouvir uma risada suave atrás de si.
- Vai com calma, bonitão. - uma voz feminina ecoou ao seu lado. Franziu o cenho. Mas como se atrevia a falar assim como ele? Quanta petulância! - Não vou lhe fazer nada, pode ficar tranquilo. Vi você aqui sozinho, na verdade você sempre está aqui bebendo sozinho, resolvi vir aqui te fazer companhia. - Ainda estava confuso. Ela já o estava observando a tempos? Qual era o problema daquela maluca?
- Não sei o que você quer, mas eu sou assim mesmo. - Disse a fitando. Ela tinha o cabelo rosado e um belo par de olhos verdes. Na realidade não parecia ser o tipo de pessoa que frequentava lugares como aquele.
- Eu já percebi, também sou assim, sempre estou sozinha por aqui, na realidade nem sei o porque de vir falar com você. - riu divertida. - Acho que apenas por curiosidade mesmo. Mas vou indo até mais! - E se retirou. Mas que garota! Ela sequer disse o nome, aquilo era estranho. Talvez o viu começar a beber demais e resolveu intervir. Sim, deveria ser por isso, a única conclusão plausível.
Mas ela tinha razão, ele realmente havia bebido demais. Era uma boa hora para ir embora, não tinha motivo para ficar ali.
Colocou a mão no bolso e seu coração disparou.
- Cadê meu celular? - murmurou irado.
Merda!
Pelas suas lembranças, o deixou na gaveta de sua mesa no escritório. Pegou a carteira e deixou o dinheiro encima do balcão.
- Fica com o troco. - Exclamou para o garçom e se retirou.
Como dirigiria naquele estado? Maldição! Socou o volante do carro alterado.
- Ainda bem que o movimento hoje está fraco... - Disse para si mesmo. Dirigir embriagado era um inflação grave, belo exemplo para alguém que trabalha pela justiça da nação. Por isso pensava que aquela vida não era para alguém como ele, acreditava que por algum motivo tinha trilhado o caminho errado.
Com esse pensamento acelerou o carro para chegar mais rápido em casa, queria aproveitar que a pista estava livre.
Até que de repente se depara com uma pessoa andando no meio da rua em plena madrugada. Tentou freiar mais não deu, no máximo diminuiu o impacto da pancada do carro.
- Droga! - exclamou. Era só o que lhe faltava. Como uma pessoa pode andar no meio da rua em plena madrugada?
Se aproximou e arregalou as orbes. Não era aquela garota do bar? Checou a pulsação e notou que estava acelerada, tentou a chamar ela abriu vagamente os olhos e sorriu levemente parecendo embriagada.
Não aparentava nenhuma ferida grave, apenas um corte na testa; não podia ligar para pedir ajuda, estava sem celular, e apenas a deixar num pronto-socorro não parecia uma atitude correta da sua parte.
A pegou no colo e a trouxe consigo em direção ao carro, a levaria para sua casa, amanhã veria o que faria, afinal não estava em condições no momento.
Depois de um certo tempo ouviu ela murmurar baixo:
- Aí... - pousou a mão sobre a cabeça, aparentemente desacordada.
Estacionou o carro e a trouxe nos braços; notou vários olhares curiosos, afinal deveria ser perceptível que ambos estavam embriagados.
Abriu a porta do apartamento e Chiyo o esperava no sofá da sala.
- Como você demorou hoje, tentei ligar para seu celular mas só caia na caixa postal, o que... - Arregalou os olhos e pousou a mão na boca ao ver o que Sasuke trazia nos braços - Sasuke...
- Não foi minha culpa, ela estava no meio da rua em plena madrugada! - tentou se defender.
- Coloque ela aqui. - A levou em direção ao sofá. - Você bebeu de novo? - Chiyo teve o silêncio como resposta - Sasuke...
- De um jeito nas feridas dela, ela dorme na minha cama.
- Não vai ser preciso, o quarto de Sasori está vazio. - Disse passando um pedaço de algodão sobre a ferida na testa da rosada, fazendo estancar o sangramento.
- E Sasori?
- Foi dormir na casa de um amigo.
- Hum. Vou para o banho. - Disse passando a mão pelos cabelos.
- Pode ir querido, eu cuido dela. - Ele assentiu partiu em direção ao banheiro.
Entrou debaixo do chuveiro e fechou os olhos. Que dia péssimo, fazia tempos que não tinha um dia tão desastroso. Sua cabeça latejava por conta da bebida, sentia seus olhos começarem a pesar.
Ressaca...
Ao sair do banheiro viu Chiyo preparar café, resolveu se sentar a mesa.
- O que vai fazer? - Indagou Chyo colocando o café sobre a mesa.
- Amanhã eu a levo para casa, ou para o hospital, sei lá... - Respondeu colocando café em sua xícara - Depois eu penso nisso.
- Tem que parar com essas coisas, Sasuke. Pense no cargo que você exerce na sociedade, isso pode te trazer problemas. - Chiyo falava seriamente. O moreno inclinou a cabeça. Odiava sermão, mas sabia que ela tinha razão, ele estava agido feito um irresponsável.
- E ela?
- Está bem, foi uma ferida superficial, nada grave. Resolvi a deixar dormir, acredito que ela não levantará tão cedo. - o moreno respondeu com monossílabo. Ele levou a xícara até próximo a seus lábios; o cheiro do café atingiam suas narinas, era viciado em cafeína, esse aroma o acalmava.
- Como se sente? - Chiyo pouso a mão em seu ombro. Parecia preocupada. Sasuke a considerava demasiadamente, afinal ela que o criara, praticamente. Seu pai não nunca tinha tempo para si, e sua mãe morreu logo após nascer. Talvez o culpasse pela morte da sua tão amada esposa, por mais que ele não tivesse pedido para nascer. Sasori era neto de Chiyo, cresceram juntos, mas nunca foram próximos, Sasuke achava que o ruivo carregava inveja de si, era a única explicação que ele conseguia encontrar.
- Ressaca... - Respondeu bebericando um pouco de café. - Naruto está me pressionando para começarmos uma investigação sobre os Akatsuki - prestava atenção em cada palavra que ele dizia. - Mas não sei, não sabemos quase nada sobre eles e os poucos fatos não são verídicos.
- Apenas tome cuidado, não coloque sua vida e a de mais pessoas em risco à toa.
Ele se despediu e Chyio sorrindo lhe desejou boa noite. Passando pelo corredor viu a porta do quarto de Sasori entre aberta. Arqueou a sobrancelha, resolveu dar uma olhada.
Abriu lentamente a porta e com a pouca claridade viu a rosada deitada de bruços, aparentemente em um sono profundo; ela vestia apenas uma camisa de Sasori, que para si ficara gigantesca. Ela era bonita, de fato, não podia negar. Mordeu o lábio inferior inconscientemente. O que ele estava fazendo ali afinal? Nem sequer a conhecia. Resolveu fechar a porta e se livrar daquele devaneio.
...
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Desilusão
FanfictionEm pouco tempo, havia se alastrado em Tóquio um surto de desaparecidos, tráfico de drogas e o aumento de número de habitantes clandestinos na zona periférica da capital de Tóquio. Há rumores sobre uma organização criminosa chamada Akatsuki, os poss...