LÚCIOS CAPÍTULO 55.

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SEM CORREÇÃO CONTÉM ERROS.

LÚCIOS CAPÍTULO 55.

O DEMÔNIO É CONFRONTADO PELO SÁBIO.


Me abaixei ao lado de um vaso de barro e capturei a chave da sua cabana. Eu sabia do esconderijo porque já tinha visto ela colocar lá algumas vezes. Depois de rodar a chave e ouvir a trava indicando que estava aberta, movi o trinco e empurrei. 

Dei um passo para dentro, olhei tudo a minha volta, estive muitas vezes ali, mas nunca tinha observado como estava fazendo naquele instante.

Porque antes eu só via ela na minha frente, quando ela estava por perto eu não enxergava mais nada, todos os meus movimentos sentidos eram direcionados a ela, respirei fundo, a pequena cabana tinha o cheiro da sua pele.

Passei pela sala e avistei sua cama, mas no canto estava a cuna que seria do filhote, meu coração palpitou sofrido, eu sonhei com essa criança, imaginei a cor dos teus olhos, o seu sorriso o formato do seu rosto. 

Meus olhos começaram a queimar e minha garganta se fechou, meu corpo e minha mente queria expulsar aquela sensação dolorosa para fora. Eu o amei sem conhecer, admito que pensei que ganharia essa guerra oculta, mas eu falhei, meu coração sangra porque dentro dele o filhote dividia esse órgão que pulsa no meu peito com minha forasteira.

Agora o que me resta são apenas lembranças dos momentos que compartilhamos, quando a noite chega eu fecho meus olhos e no silêncio das noites escuras eu recordo as batidas do seu pequeno coração que batia forte no ventre de sua mãe, suspirei cansado.

Me sentei em sua cama passei minha mão direita sobre os lençóis que por muitas noites cobriram nossos corpos quando ela era minha. Tirei minhas botas me deitei na cama e coloquei minha cabeça em seu travesseiro.

Porque não me permite estar por perto forasteira? Porque me rejeita se eu te amo? O que vivi contigo foi sincero foi real

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Porque não me permite estar por perto forasteira? Porque me rejeita se eu te amo? O que vivi contigo foi sincero foi real. Agora você me afasta, precisa sair desse vazio, permita que eu me aproxime, que eu a toque. 

Sai da cabana dando de cara com o velho, passei por ele indo ao meu cavalo, ajeitei a sela pronto para montar quando ele me chamou. -Coronel tem notícias da Dona? Parei o que fazia mirando um ponto qualquer e respondi. -Está na mesma, acho que não sabe nem quem ela é.

-É tão grave assim? Me virei para ele. É, enquanto ela não aceitar a perda ficará perdida no vazio.

-E o que está fazendo para ajudá-la a voltar a vida real?  Acha que ficando aqui chorando escondido dentro da cabana dela vai adiantar alguma coisa. -Veja-la como fala comigo velho, eu posso lhe fazer engolir suas palavras. 

O que acha que fiz todos esses meses, acha que não tentei ajudá-la? Mas ela reage mal a minha presença, me repeli como se visse um inseto rastejante. Agora estou proibido de chegar perto dela.

O Cheiro do pecado completa.Onde histórias criam vida. Descubra agora