dia de festival;

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— Ele fez o quê?! — a voz surpresa de Kirishima por pouco não se sobressaiu no meio do silêncio que habitava no café.

— Pois é, ele simplesmente me olhou nos meus olhos e perguntou se eu estava apaixonado por ele — Midoriya tampou seu rosto e bufou ao lembrar do que ocorrera na noite passada.

— E o que você respondeu?!

— Eu respondi que não, né! Óbvio! O que você esperava? — a sua resposta saiu tão óbvia que soou grosseira. Mas o que ele podia fazer? Estava na cara que um não seria a primeira a primeira coisa a escapar de seus lábios quando um confronto viesse.

Midoriya Izuku estava tão irritada e cansado dos eventos da noite passada que seu humor havia se moldado para um perfeito rabugento. Sero, a pantera negra, havia começado a destruir sua felicidade quando começou com seu bullying veludado por conta dos sentimentos ridículos que o coelho mantinha pelo bicolor, e logo após, em uma sequência horrorosa, veio a maldita pergunta de Todoroki. Fala sério, o que Shouto esperava? Que seu querido coelho abrisse seu coração de bom agrado e acabasse destruindo aquela relação esquisita e constrangedora que eles mantinham? Corta essa. Não iria rolar.

Já não bastava ter que lidar com um crush idiota, ele ainda teria que suportar morar na mesma casa da pessoa que o rejeitou? Não. Apenas, não.

— Quer saber? Eu preciso de um namorado  — o esverdeado bateu suas mãos no balcão. — Eu tô cansado de estar correndo atrás do Shouto, ele nunca vai retribuir meus sentimentos mesmo.

— Agora só vai ter balada na comemoração de SunCity, você aguenta até lá? — Kirishima perguntou preguiçosamente. — Você deveria ter me escutado quando eu falei "esquece o Shouto e vai arrumar outro cara" por dois anos seguidos.

— Às vezes eu odeio ser eu — Izuku resmungou e tampou o rosto com suas duas mãos.

Aquela história de "não gosto de você" estava o deixando exausto. É claro que ele queria expressar todo o seu amor, queria beijar Todoroki rudemente e falar o quão idiota ele era por ser tão inseguro. Midoriya queria poder verbalizar o que sentia sem precisar se sentir mal por estar destruindo a sua amizade com a única pessoa que ele tinha de família.

Mas era difícil. Todoroki aparentava estar confuso, e se relacionar com pessoas confusas não era algo sábio de se fazer.

Às vezes o simples ato de amar era letal, e às vezes o amor matava mais que a dor. Izuku era um coelho bastante pessimista para conseguir pensar em se confessar, mas em compensação, ele era safado o suficiente para ir atrás de um outro homem que serviria de tapa buraco. E era isso o que ele queria fazer. Talvez Kaminari, a raposa, estivesse disponível para um encontro, ou talvez ele conseguisse um ficante indo nos bares. Bem, ele não se importava com o método que iria usar, somente com o resultado que iria obter.

A comemoração de SunCity estava prevista para daqui à 3 dias, e logo em seguida haveria a comemoração de emancipação política da Cidade dos Coelhos. Duas festas imensas, e Izuku estaria em ambas.

— Eu tava pensando — Kirishima murmurou. Sempre que ele pensava, algo horrível se verbalizava. — Tá, é a última vez que falo do coisa ruim, mas não é estranho que tipo, eu sou gay e você me deu um fora, mas eu nunca fiquei tão obcecado em você igual o Shouto ficou?

— O que você quer dizer com isso?

— Escuta, você deixou bem claro pro cabeção que não gosta dele, não está atraído por ele e muito menos quer estar com ele, né? Ele deveria ter entendido, mas ele continua indo atrás de você, agindo como um gayzão...

— Kiri, não bota noia na minha cabeça senão eu vou acabar no hospício!

O gato riu manhoso e balançou sua cauda energeticamente. Ele sabia muito bem o que estava fazendo.

blue blood; tododekuOnde histórias criam vida. Descubra agora