enfrentando o luto.

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❦ Oi, pessoal! Essa é a minha primeira fanfic, não escrevo muitas histórias assim porque prefiro as minhas histórias originais, por deixar a imaginação voar um pouco, mas achei justo dar voz para essa personagem tão linda, então vocês podem imaginar a Mother como a Cristin que eu sou apaixonada por ela mesmo. Espero também que vocês gostem da minha representação de Mother e que fiquem satisfeitos. ❦



Eu nunca fui uma pessoa que guarda as memórias em diários, relendo eu consigo lembrar como me sentia ao escrever aquelas palavras, algumas lembranças são dolorosas demais de serem acionadas novamente e eu me sinto a deriva em meio à lágrimas e um sentimento que me faz sucumbir lentamente a um caminho sem volta. No entanto, estou aqui para detalhar como eu me sinto, a doutora Giselle disse que seria um bom método de catarse para fazer com que eu associasse a ideia de viver sem o Max como uma nova realidade. Eu o amava, não apenas por seu rosto bonito ou como o cabelo caía em seus olhos nos dias que recusava-se a ir em um cabeleireiro, amava pela personalidade afável, o modo como sempre passava na padaria para me trazer um doce no caminho de volta para o apartamento depois de um exaustivo dia no trabalho. Amava como seus olhos se iluminavam quando falava sobre robôs ou discursava sobre um filme de ficção científica que ninguém conhecia, mas concordavam por não querer apagar aquele brilho reluzente em seu rosto.

Eu o admirava por ser corajoso e sempre dizer a verdade, por mais que doesse e não fosse tão bem-vinda, acho que Max olharia para mim com esses olhos tão inchados que parecem que alguém me acertou um soco e diria que eu estou simplesmente caótica, terrível e poderia estrelar o meu próprio filme de terror. Ele tinha um jeito único de ser gentil e incrivelmente brutal em suas verdades.

Dra. Giselle diz que quando alguém que amamos muito por algum acaso do destino parte, tendemos a ver apenas o lado positivo que aquela pessoa deixou em nossas vidas, mas sua presença ainda é tão quente e acolhedora que não quero me afastar desse sentimento, não quero esquecer os pequenos detalhes, um sorriso pela manhã, um almoço com os pais ou simplesmente esquecer como era cada contorno do rosto daquele que tanto amei.

Não sei que dia é hoje, deve ser cinco ou quatro da manhã. Kelly está se enroscando com algum novo paquera no quarto ao lado, posso ouvir seus quase gritos e isso não me incomoda, provavelmente ela sabe que eu estou acordada, me sentindo para baixo e que meus horários viraram uma completa bagunça desde o enterro, tenho dormido a manhã toda e se a banda não fosse minha, com certeza já teriam me expulsado dela. Larguei o estágio porque não conseguia mais fornecer as planilhas que meus chefes pediam e ficava divagando por cenários que agora só viveriam na minha memória.

Recebi uma ligação na manhã passada. Era a mãe de Max, chorou comigo ao telefone e me chamou de "querida" e "filha" por umas três vezes durante a ligação, o que me fez chorar ainda mais com tudo aquilo, era como se fosse um adeus, claro, que ela havia deixado bem claro que não seria um adeus jamais, no entanto, eu sabia que ela não queria ficar tão próxima de um futuro que fora tirado tão abruptamente do seu filho. Não a culpo, muitas vezes afastar-se é o melhor remédio, arrancar o curativo de uma só vez é melhor do que ficar prolongado a cor com pequenas puxadas ocasionais. Falei que jamais esqueceria a bondade com que ela havia me tratado e me recebido em sua família, continuei ao telefone mesmo quando este fora desligado. Ouvia o tu tu tu da linha desconectada e só conseguia pensar, como tudo pode continuar quando alguém se vai? Como seguir após um adeus que nunca foi dito?

Tentei pintar algo no cavalete que parecia me esperar perto da janela, mas só consegui um borrão preto sobre a tela... A vida era o quadro em branco e a morte o borrão preto cujo eu não conseguiria remover nem se tentasse.

How I met your father.Onde histórias criam vida. Descubra agora