Por você ser você mesma, por ser especial.

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Por Paloma:

Uma música lenta tocava baixinho pelo elevador deixando todo o ambiente ainda mais temeroso para mim. Mesmo sabendo que não ia rolar nada naquele jantar parecia que havia algo em branco, algo que me fazia ter uma certa dúvida do que estava por vim.

Mesmo dizendo a mim mesma que Marcos é só um amigo, meu coração não parece ter essa mesma percepção. Ele bate fortemente em meu peito palpitando desespero e agitação para o resto de meu corpo.

Me lembro muito bem a última vez que me senti assim e foi no meu primeiro encontro com Ramon.

"- Que eu saiba, um encontro está meio que rolando por aqui. Não quer parar de fazer perguntas, como se estivesse me entrevistando para uma matéria de jornal?- Ramon diz encostando seu cotovelo na mesa.

- Não sei o que fazer quando me sinto nervosa!- assumo precipitadamente. Ele sorri pegando em minha mão.

- Você está se saindo bem, pelo menos está sendo você mesma!

- E é bom eu estar sendo eu mesma?- questiono.

- Isso é o que a torna mais viciante aos meus olhos, admiro que não esteja correndo aos meus pés para me agradar, mas sim sendo você mesma!- sorriu sem jeito e ele beija lentamente minha mão."

- Pah?- Marcos me chama pelo apelido me tirando de meus pensamentos.

- Desculpe!- lamento enquanto mordo lentamente o lábio inferior.- Às vezes me distraio com meus pensamentos!

- Então isso é quase sempre né?- ele me acusa brincando.

- Talvez.

O elevador para e apita logo a porta se abri, Marcos estende sua mão para me dar passagem e eu aceito. Saímos do elevador e começamos a andar calmamente pelo grande espaço a nossa frente. Parecia uma praça, aquelas praças no meu do shopping que a gente senta para tomar sorvete e jogar papo fora. Logo mais para frente vários letreiros de restaurantes chiques invadiram meu campo de visão.

Marcos me puxou delicadamente para um restaurante específico. Foi tão rápido que nem pude ver o nome. Mas, mesmo não sabendo o nome do comércio uma coisa me tomou uma grande lembrança, o cheiro. Tinha cheiro de comida brasileira, mesmo estando longe de meu país eu ainda conseguia distinguir o cheiro das comidas típicas.

Uma nostalgia me tomou conta, parecia que eu estava num simples restaurante brasileiro, parecia que eu estava de volta mesmo sem estar. Meu sorriso brilhava para todo canto que eu olhava.

- Como você descobriu?- perguntei ainda desacreditada do que estava em minha frente.

- O quê? Que você é brasileira ou o restaurante?- ele responde com outra pergunta.

- O restaurante?

- Vitória comentou ontem comigo, então como sabia que você nasceu no Brasil resolvi te convidar, fiz bem?- concordo rapidamente com a cabeça.

Pergunte ao Destino - Maloma (Adaptação) - Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora