(12) Mamonas assasinas.

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Sorri enquanto observava ás nuvens, isto era tudo novo para mim. Nunca me esforcei tanto por alguém que ao principio considerava algo irrelevante.
M... Cabrão, não me dizes o teu nome. Também tenho uma forte sensação que estou prestes a descobrir.

" Menina Black? " Ouvi uma voz doce mas firme perguntar.

Virei a cara para a fonte da voz para encontrar á minha frente uma mulher nos seus trinta e tais com longos cabelos loiros.
Com o uniforme tão apertado que parece que ás suas mamás te vão atacar a qualquer momento. Cof, cof...cabra.

" Sim? " Perguntei receosa, lembrando-me da ultima vez que andei de avião. " Juro que não peguei fogo á sanita! "

" Não é isso. " Afirmou ela, com uma voz de desaprovação. " O piloto quer falar consigo, segue-me por favor. "

Anui com a cabeça e prossegui em segui-la. Mas o que é que eu fiz? Não peguei fogo a nada, não chamei puta á hospedeira por não ter bolos de chocolate, não fumei, não gritei...ainda. Quando olhei á minha volta vi que estava no cockpit. Observei a coleção de botões que existia no painel desta pequena divisão. Estava a dar-me uma enorme vontade de tocar naqueles botões todos. Controla-te Amanda.

" Pode sair, Britanny. " Afirmou o co-piloto.

A mamonas assasinas (de silicone, obviamente so pode) saiu da divisão redusindo o meu medo de ser esmagada em caso de colisão, enquanto me olhava de lado e eu lhe retribuia.

" És a Amanda Black? " Perguntou desta vez o piloto carregando num botão e alevatando-se. "Senta-te por favor. "

Anui com a cabeça e sentei-me na cadeira espero que ele não me ensine a conduzir este monstro porque se não vidas serão perdidas, incluindo a da minha bela pessoa. Ele sorriu-me e inclinou-se sobre mim pegando numa especie de woki toki dos anos 70 que se encontrava preso com um fio encaracolado ao painel.

" Daqui fala Australia 89. " Disse ele, para a pequena maquina. " California 34, responda. "

" Daqui California 34. Australia 89, encontraste-a? "

" Afirmativo. " Afirmou o homem, olhando para mim pelo canto do olho. Mas o que é que se passa aqui?

Ele sorriu-me e passou-me o woki toki. Fiquei com cara de ponto de interrogação mas ele acenou para eu falar para o aparelho. Premi o botão e aproximei-o da boca.

" Daqui Amanda Black, Juro que não fiz nada. " Disse para o aparelho, fazendo o piloto e o co-piloto rir-se.

" Então, Amanda? Parece que ficamos com os rumos trocados. " Desta vez uma voz adolescente surgiu pelo rádio.

" M? " Perguntei, voltando a premir o botão.

" Chama-me Michael. " Ouvi a voz do rádio dizer expressando obvia felicidade.

" Estás num avião para Cali? Mesmo? " Perguntei com uma voz irónicamente chatiada.

" É o que faz não me avisares que me vêns visitar. " Respondeu ele em defesa, rindo-se levemente.

" Michael? " Perguntei, sorrindo para o aparelho.

" Amanda? " Afirmou ele, logo a seguir.

" Eu odeio-te. " Declarei, rindo.

" Eu também te odeio, Amanda. " A voz doce de Michael, ouviu-se pelas colunas.

Não acredito que pela primeira vez ouvi a voz dele e sei o seu nome. Michael...Michael, gosto nada mau, consigo aguentar-me com isso. Malditos destinos insertos de poesias infames já mais lidas. Sim, Michael tu e eu fazemos poesia da mais horrivel de sempre.

Amanda e Michael assasinos de poesia e amigos literários perfeitos.

DEAR AMANDA, • mgc (EM EDIÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora