Eloá

Dia de folga

    Estou com muita dor de cabeça, acho que bebi demais. Quando olho pro lado, vejo o relógio de alguém dando 11:00 quando consigo abrir melhor os olhos, percebo que estou num quarto que não é meu, mas já estive aqui. Então vejo alguém saindo do banheiro, com um tanquinho incrível o Tomaz sai só de toalha e eu arregalo os olhos.
    - A gente não...? Pergunto torcendo pra ele dizer que não, porquê eu não lembro de nada.
    - Não. Não se preocupe, não costumo me aproveitar de donzelas indefesas. Ele fala sorrindo.
    - Não sou indefesa, sei me cuidar muito bem. Só estava precisando de um pouco de animação, diversão. Falo me levantando pra me vestir.
    - Dia difícil? Ele pergunta e veste a calça ignorando minha presença.
    - Sim, bem difícil. Falo e quando termino de colocar meu vestido, pego minha bolsa e dou tchau. Eu bebo um copo de água e desço no elevador, pego meu carro e vou pra casa. Chegando em casa, tomo um banho e visto um macaquinho branco curtinho. Faço café e chamo a Margô pra passar um tempo comigo, quero saber como anda o romance dela com o Lucas. Então recebo uma mensagem, pego uma xícara de café, o livro "No mundo da luna" e me sento no sofá. Pego o celular.
    Adam: aquele encontro pode ser hoje às 19:00? 12:19
Dou um sorriso.
    Eu: Pra onde vamos? 12:25
Então vejo que chegou uma da Margô também.
    Margô: Oi meu amor, hoje não vai dar, o Lucas tá doente, vou ficar cuidando dele mesmo ele sendo médico. Boa folga. ❤ 12:24
    Eu: Melhoras pra ele, Boa folga. ❤
    Então tá, sou só eu e meu livro. Leio alguns capítulos, empolgada por ler ele pela 4 vez, sempre deixamos passar alguns detalhes que mudam muita coisa. Então começo a sentir fome, peço comida no delivery e assim que termino de comer, alguém toca a campainha. Eu vou abrir a porta, e pra minha surpresa é a Amanda, uma amiga minha da faculdade, nos afastamos por algumas brigas bestas do nosso "grupinho", mas a Amanda sempre foi muito divertida e tranquila.
    - Amanda? Nossa que surpresa!
Falo a abraçando.
    - Sim, estava passando por aqui e lembrei que era sua casa, quis fazer uma visitinha rápida. Ela fala com aquela carinha de inocente fofa. Mas as vezes era uma vaca.
    - Entra, vamos conversar. Como está sua vida? Pergunto me sentando novamente.
    - Está igual, tirando a parte que eu fui demitida da empresa e agora estou trabalhando como secretária. Estava tudo bem na minha vida, mas aí terminei com o Marco, e ele deve ter jogado praga.
    - Nossa, lamento pelo seu emprego. Porque ele faria isso? Vocês terminaram de mal?
    - Que nada, eu trai ele com um cara em uma festa na casa da Débora. Você lembra dela? Ela pergunta já com um sorriso no rosto. Meu Deus, que "normal".
    - Lembro sim, Ela casou com aquele cara? O namorado dela que era mais velho?
    - Claro que não, ela só namorou com ele pra deixar os pais dela com raiva. Mas agora ela está morando em uma linda cobertura.
    - A que bom. Trabalhando no que? Pergunto já sabendo a resposta.
    - Nada por enquanto. O pai dela que paga.
    Bom, eu andava com elas porque na faculdade achava legal o estilo de vida delas, mas percebi que mesmo depois de 8 anos, elas continuam do mesmo jeito. Conversamos mais um pouco e ela recebeu uma ligação ficou por uns 10 minutos e disse que precisava ir. Quando saiu, pensei que tinha morrido, porque tinha uma paz em casa novamente, então lembrei do que porque me afastei. Paz, sossego e tranquilidade. Fora que a Margô se tornou a melhor coisa da minha vida.
Eu continuo lendo meu livro, quando término mais 3 capítulos, levanto e vou arrumar algumas coisas no meu guarda roupa que está virado ao contrário. Sento e organizo as roupas, quando estou terminando, derrubo uma caixinha e vejo várias cartas, eram do Erick, de quando a gente não namorava, éramos apenas amigos. Se nos tivéssemos ficado na amizade, tudo teria dado certo, ninguém teria se magoado. Me veio muitas lembranças, nós fomos felizes, sinto falta daquele cara que conheci, divertido, apaixonado. Então me jogo na cama em meio às lembranças, fico relembrando muitas coisas, esqueço totalmente do Erick e relembro quando eu fui obrigada a ir na entrevista como se eu não fosse ser contratada por ser filha dos donos, ai a Margô sentou do meu lado depois de chegar toda ensopada porque um carro tinha passado e jogado lama nela, mas ela não desistiu e isso fez eu ver perseverança nela, nem com raiva ela estava, estava era rindo de si mesma. Eu emprestei uma roupa pra ela que por sinal, depois disso não descolou de mim, sempre falando, falando, sendo ela. Nós fomos aprovadas e começamos a trabalhar juntas, ai todo dia eu a convidava pra almoçar comigo, e ela foi, e ela vem todo dia pra minha vida, ela é uma pessoa incrível, uma mulher maravilhosa e sempre está comigo.          Entre essas ótimas lembranças, eu acabo caindo no sono. Quando acordo, já são 17:00. Olho o meu celular e vejo que o Adam me respondeu.
Adam: Um restaurante bom, para tomar um bom vinho e ter uma boa conversa. 15:47
    Levanto e vou me arrumar para meu encontro com o Adam, parece tão natural mais ao mesmo tempo faz uns 4 anos que não tenho encontros com ninguém, pelo menos ele não é um desconhecido. Coloco uma blusa preta de mangas compridas, bem confortável, um short cinza curtinho e um saltinho bege. Deixo o cabelo solto e passo um batom vinho. Quando termino de me arrumar, abro um vinho que tinha guardado a algum tempo, quando estou colocando na taça, novamente alguém toca a campainha, olho no celular e são 18:35, abro a porta e vejo o Adam, muito lindo e elegante, de terno azul marinho com um lindo sorriso.
    - Você está adiantado. Falo recebendo ele com um abraço.
    - E você está bebendo. Ele fala entrando logo atrás de mim.
    - Quer uma taça? Pergunto levantando o vinho.
    - Sim, mas vamos ter que ir de táxi. Ele fala vindo em direção ao balcão. Ofereço a taça e bebemos umas duas taças antes de sair. Chamamos um táxi e vamos super felizes, então quando chegamos a avenida principal, está um lindo e enorme engarrafamento, a noite vai ser longa.