Capítulo Único

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Tayler:

Tayler acordou como todos os dias, colocou sua calca jeans dobrada ate o tornozelo, sua camisa grande que lhe caia quase como um vestido, era cinza antes mas agora estava mais quase pra branco, deixando um de seus ombros a mostra, calçou seus All ...

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Tayler acordou como todos os dias, colocou sua calca jeans dobrada ate o tornozelo, sua camisa grande que lhe caia quase como um vestido, era cinza antes mas agora estava mais quase pra branco, deixando um de seus ombros a mostra, calçou seus All Stars pretos surrados quase perdendo as solas já.

Desceu as escadas e pegou apenas uma maça, sua mãe, lavava a louca e seu pai já estaria no trabalho, deixou um beijo em sua bochecha levemente vermelha e saiu de casa calmamente, gostava de acordar cedo, sentir a leve neblina fria em sua pele o refrescando.

As pessoas passavam a rua por si mas nem o notavam, como se fosse um fantasma, isso desde que nasceu, parece que o mundo o amaldiçoou, mas ele gostava de ser assim, solitário, não chamava atenção, era muito tímido pra isso, também só havia contato com seus pais e sua avó era sua melhor amiga que semana passada teve uma recaída e teve que ficar internada no hospital.

Essa notícia o acertou em cheio, a única pessoa que se importava com si não estaria mais muito tempo consigo, e com isso, seus segredos espalhados voltariam a si, o colocando mais frustrações nas costas.

Terminou de comer sua maça e a jogou no lixo voltando a caminhar ate sua escola.

- Amiga você ouviu? Já foi confirmado a data da festa de Halloween! E parece que o organizador dessa vez e o Gabriell! - Fala dando gritinhos

- Ai serio? Ele e um gato!

- Eu seiii!! Quem será que vai ser a rainha nesse ano?

- Ai não sei mas espero que uma de nos

- Verdade, eles sempre e o rei do ano

- Sim

Coloco meus fones e aumento o volume, não aguento mais isso, e sempre assim, eu nunca faço parte da seleção, de concursos, provas especiais mesmo com as melhores notas.

Eu estou indo que nem como minha avó, uma vela se apagando aos poucos, mas a diferença é que minha vó durou mais que eu, com seus 86 anos, já eu com meus 17, se eu durar até os 20, posso me considerar feliz, talvez eu consiga sair desse buraco e ir para outro lugar melhor com mais portas e quem sabe ser tratado como uma pessoa de verdade.

Entro pelo mesmo portão de sempre, passo pelos mesmos corredores de sempre, e me sento no meu banco de sempre onde ninguém mais sentava, rumores diziam que se alguém encostasse em mim ou sentasse onde eu sentava se tornaria uma bicha ao contrario.

Não sei se já mencionei mais sou trans com muito orgulho, não me via como uma garota, não gostava de se uma, sem direitos, sem respeito, tratada como uma puta as vezes.

Depois de me tornar o que sou não mudou muito, apenas afastamento maior e xingamentos novos, como disse tudo normal.

Pego meu livro que minha avó havia me dado, tanto eu quanto ela eramos comedores de livros, não podíamos ver um que queríamos o ler ate os olhos dizerem chega.

Trick or TreatOnde histórias criam vida. Descubra agora