Eu não esperava que fosse me apaixonar por alguém que não fosse a Ladybug.
No começo eu neguei com todas as minhas forças. Eu amava a Ladybug e por mais que Marinette fosse incrível, eu não podia simplesmente ignorar tudo que eu sentia pela my lady e passar a gostar de outra pessoa. Era errado. Meu amor por Ladybug era forte, tinha que ser forte. Eu disse à ela que esperaria o tempo que fosse e eu faria isso.
— Não posso me apaixonar por outra pessoa! – disse à mim mesmo várias vezes em frente ao espelho.
Mas aí tudo mudou.
Não foi de repente, não foi da noite para o dia. Foi aos poucos. Quanto mais eu negava, mais a paixão crescia e depois eu percebi o quão inútil foi ter lutado contra.
Nunca me esqueço do dia em que eu realmente caí na real que poderia sentir algo por Marinette. Era verão, numa manhã de sexta-feira, a temperatura estava quente, mas ao menos tinha uma brisa fraca batendo contra nossos rostos. Eu e o pessoal estávamos na frente da escola, esperando a aula começar. Marinette e Alya começaram a conversar sobre as roupas que Marinette confeccionava.
— Eu posso pedir pra Juleka passar lá em casa depois da aula e tirar algumas fotos pra colocar no meu Instagram. – Marinette tinha uma conta para divulgar os seus projetos. Eu, como um bom amigo, sou um dos seus seguidores.
— Eu sei, a Juleka é ótima. Mas quem sabe você não tira uma foto sua com ela e posta?
— Você sabe que eu tenho um pouco de vergonha, Alya.
— Vergonha do quê? Você é linda, Marinette! Sem contar que você ia ficar tão bem com aquela regata rosa bebê e os babadinhos nas mangas. É a sua cara! Já consigo imaginar você nela. – eu também imaginei. E o meu rosto ficou vermelho. Eu sabia que era algo diferente, porque se fosse ao contrário e eu tivesse que imaginar Alya usando uma regata, eu só imaginaria ela usando a regata. Não teria calor, não teria uma súbita sensação de euforia.
— Tudo bem, cara? – Nino questionou ao me ver puxando o colarinho, na tentativa de fazer com que o ar refrescante adentrasse a minha blusa.
— Sim, sim. Está quente hoje.
— Nem me fala.
Aquele dia foi apenas um indício do que estava por vir.
— Acho que você só se sente e atraído por ela. Nada demais. – Plagg opinou, enquanto comia seu queijo.
— Mas eu amo a Ladybug.
— Amor e atração são coisas diferentes. É bom quando estão ligadas, mas uma pode acontecer sem a outra. E tem mais, você pode se sentir atraído por várias pessoas e continuar amando apenas uma. – a fala do kwami me deixou mais aliviado, contudo era estranho ele saber todas essas coisas.
— Onde aprendeu tudo isso?
— Internet. – deu de ombros.
Depois da conversa com Plagg, repeti para mim mesmo que era só uma atração momentânea. Logo tudo ia passar, eu iria rir disso e voltar a sofrer pelo meu amor não correspondido pela Ladybug. Analisando agora, era um pensamento um tanto quanto deprimente.
Peguei o celular e decidi dar uma olhada no Instagram. Relembrando esse momento, eu acho que o meu subconsciente sabia o que eu procurava. E lá estava ela. A foto de Marinette usando a regata rosa. Não sei quanto tempo fiquei encarando a imagem. Cinco segundos, cinco minutos, cinco horas? Só sei que passei muito tempo perdido em cada detalhe. Cada perfeito detalhe.
Será que era mesmo só uma atração? Na época eu tentava me convencer de que sim, mas no fundo, lá no fundo, eu sabia que não. Sempre foi mais do que eu achava que era.
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Lucky Charm
FanfictionChat Noir também tem um Lucky Charm. Mas o dele não tinha nada a ver com os Miraculous, e sim, com a garota por trás da máscara de Ladybug.