Capítulo Único

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Jackson terminava de ajeitar as coisas em cima da mesa. Pegou o copo de suco de cenoura com laranja, que já estava pronto desde o dia anterior, garantindo assim que ele adquiriria o "ponto perfeito", mesmo que o próprio chinês não soubesse a diferença de um feito na hora, e o colocou sobre a mesa. Em seguida, alcançou a tigela cheia de cereais coloridos que estava perto da caixinha do mesmo, na pia, sorrindo um pouco ao ver os formatos de cada bolinha açucarada, também pegando o leite, que estava dentro da geladeira. A mesa estava praticamente pronta, comiam pouco pela manhã. Sorriu satisfeito. Prestes a chamar pelas duas, viu a cabeleira ruiva cruzar a porta dupla da cozinha.

'Morning.

Mark, sua namorada mais velha, desejou o sonolento bom dia de sempre. Vestia uma blusa sua, ela parecia desbotada e a ruiva provavelmente tinha encontrado-a no fundo de seu guarda roupa. Ela espreguiçou-se ainda perto da porta da cozinha, em seguida coçando a cabeça ainda um pouco boba de sono, deixando os fios ainda mais bagunçados. Jackson sorriu, achava-a extremamente linda mesmo que a rebeldia vermelha fosse algo engraçado. Com um dos olhos ainda fechados por puro comodismo, se aproximou de Jackson, ficando na ponta dos pés e, com um sorrisinho sacana que passou despercebido pelo namorado, mordeu levemente a bochecha dele.

Jackson afastou-se dela com o susto, ouvindo a risadinha gostosa característica da americana, observando-a andar graciosamente até a mesa, pegando a tigela de cereal para si e sentando-se. Ela serviu a quantidade de leite que gostava, vendo como as cores pareceram mais bonitas depois que o líquido branco inundou a tigela. O chinês sempre gostou de ver os olhinhos da ruiva brilhando por conta de coisas pequenas, como seu cereal favorito, por exemplo.

— Você tem manias estranhas, noona. — disse alguns segundos depois, esfregando a bochecha atacada, vendo como a ruiva sorriu inocente em sua direção. Rolando os olhos, Jackson sorriu. Não conseguia nem fingir estar bravo com ela.

Mark deu de ombros, levando uma colher cheia até a boca, saboreando seu café da manhã. Antes de perguntar se ela queria mais alguma coisa, Jackson foi impedido pela presença de Bambam na cozinha. Ao contrário da ruiva, Bambam tinha seus fios descoloridos em perfeito estado. Também usava uma blusa sua, mas Jackson percebeu que era uma das novas — que a própria tailandesa tinha escolhido, por sinal. Desfilando, como sempre fazia, ela veio até si com um sorriso ameno, plantando um selar em sua testa. Jackson até poderia não ser o mais alto dos homens, mas Bambam, modelo e estilista exemplar, também não era a mais baixa das mulheres. Mark gostava de fazer graça sobre a altura dos dois.

— Obrigada por ter feito meu suco ontem, eu cheguei muito cansada do estúdio. — a tailandesa sorriu em direção a Jackson, que assentiu, sorrindo de volta. Sentou-se com uma postura invejável ao lado de Mark, que ao contrário dessa estava toda torta, levando instintivamente os dedos aos fios ruivos da namorada, ajeitando-os. — Me pergunto como você consegue bagunçá-los tanto ao ponto dos nós simplesmente não terem fim.

Mark começou a debater sobre seu cabelo, dando seus motivos bobos de sempre, às vezes jogando culpa nas manias de Jackson de agarrá-la de noite. O chinês por sua vez foi atrás de suas frutas já cortadas, retirando os potinhos onde tinha guardado-as na geladeira. Ambas ainda discutiam, às vezes Bambam lembrava a ruiva de não se curvar demais para perto da tigela, que era algo rude. Em outros momentos Mark ajeitava delicadamente os fios loiros da namorada, prendendo-os atrás da orelha dela, frisando que eles poderiam cair sobre a comida. Ao que Jackson sentou-se na mesa, em frente a ambas, percebeu os olhares em sua direção, assim como as vozes se calando automaticamente. Elas tinham essa mania, gostavam de observar o namorado, ele só não sabia disso.

— O que foi? — Questionou curioso, sem encará-las, colocando as frutas que queria em um prato separado.

— Não podemos olhar para você que isso se torna suspeito? — O tom venenoso de Bambam foi proferido primeiro, Jackson riu.

Jackson para toda obraOnde histórias criam vida. Descubra agora