slow motion.

1.

— Mamãe, você conseguiu marcar a consulta? — perguntei pra mesma que estava vindo da cozinha com duas taças de vinho — A senhora acaba passando mal e nem avisa o papai!

— Foi apenas uma tontura, nada demais. — se ajeitou e bebericou seu vinho, fiz o mesmo — E como está no trabalho?

— Bem... na verdade, mais movimentado. Lembra daqueles tiktokers daqui de Los Angeles? — a mesma assentiu — Então, eles estão indo várias vezes lá e, algumas fãs querem entrar no local, mas não pode. Tirando isso, está tudo bem por lá.

— Ah, estou contente que está tudo certo! — exclamou — Nenhum desses meninos te paqueram não? — me encarou esperando resposta

— Mãe! — repreendi a mesma — Eu estou lá para trabalhar e não para arrumar namorado. — ditei séria e a mais velha deu risada — Você viu os desastres que foram meus antigos relacionamentos?!

Já fui traída cinco vezes, por ambos gêneros. Sempre desejei me relacionar com pessoas para amar verdadeiramente e tudo mais, porém eles não tinham o mesmo objetivo que eu nos relacionamentos.

— Você vai encontrar alguém especial, quando menos esperar. — disse se levantando

— Okay, mãe! Vou fingir que acredito. — revirei os olhos e bebi meu vinho

— Filha já vou, seu pai tá lá embaixo me esperando.

Terminamos a bebida e então me despedi dela, a mesma saiu do apartamento me deixando sozinha.

Rumei até meu quarto e me posicionei em frente do notebook, as fotos tiradas ontem atavam precisando de retoques. Confesso que, todos dessa Hype House são lindos.

Se passou algumas horas e finalmente terminei de editar as fotos, sem perder tempo, enviei-as para minha chefe.

Deixei o notebook aberto enquanto os arquivos carregavam, me despi e caminhei até o box, ligando a água morna, lavei meu cabelo azul e meu corpo.

Assim que finalizei o banho e a higiene bucal, rumei até o closet, local onde peguei calcinha e camisola.

Sequei meu cabelo com o secador e ao terminar, passei reparador de pontas antes de começar a pentear. Amanhã estará completamente amassado, mas pelo menos cheiroso.

Indo até a cozinha, peguei uma garrafa d'água, voltando ao quarto, apaguei as luzes durante o caminho e, enfim, me ajeitei na cama.

Posicionei a garrafa no criado mudo, olho as horas na tela do celular: já se passava das nove. Chequei o despertador e okay, estava tudo certo!

Fecho minhas pálpebras e tentei buscar algo em minha memória para sonhar.

Hoje fora um dia bem cansativo, mas não me arrependo de ter escolhido esse emprego.

Meu sonho sempre foi ser fotógrafa. E, desde pequena, meus pais ajudavam a tornar esse sonho em realidade.

A cada ano que se passava, minhas fotos e estratégias melhoravam.

Um toque de celular acabou me assustando, principalmente por não ser em meus pensamentos.

Quem será o ser humano inconveniente? Espero que seja importante.

Encarei a tela brilhosa, não havia nome, apenas um número desconhecido.

— Alô? Alô?! — irritei ao acabar sem resposta

— Ei, eu quero falar com Clay Rogers. — disse uma voz masculina, da qual me pareceu familiar

— Moço, você ligou para a pessoa errada, tchau! — me irritei mais ainda