Capítulo 3- Um terremoto conta sua história.

48 4 0
                                    

- Chamando doutora Grace Adams. Chamando doutora Grace Adams. Paciente do quarto 312, parada cardíaca. - Estão me anunciando novamente.
- Mas não é possível que este homem continue vivo! É milagre, só pode. - Digo já estressada entrando no quarto do meu paciente pela 3° vez no mesmo dia.

Antes que você pense: "Poxa, mas que grosseiro dizer algo assim de um paciente que está entre a vida e a morte

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Antes que você pense: "Poxa, mas que grosseiro dizer algo assim de um paciente que está entre a vida e a morte." Sim. Sou bem direta em relação ao que penso. E expressar isso em voz alta me mantém sã. Prazer, meu nome é Grace Adams, 25 anos, Médica(cardiologista). Sou de Eindhoven, Holanda.

Bom, eu fui adotada aos 3 anos de idade

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Bom, eu fui adotada aos 3 anos de idade.
Minha mãe é uma advogada muito bem conceituada e meu pai é cirurgião (plástico para ser mais exata).

Descobri meus poderes aos meus 12 anos. Percebi que os animais gostavam de mim, independente de qual animal fosse. Comecei a notar que minhas flores demoravam a morrer, meus machucados cicatrizavam rapidamente e ao brincar na terra, meu coração parecia se encher com um sentimento tão contagiante, que me fazia querer ficar ali para sempre.

Eu e meus pais não passávamos assim tanto tempo juntos. São profissões difíceis, que demandam muito tempo de estudo e trabalho. Eu nunca os culpei por não estarem sempre presentes.
Bom, como já devem imaginar, sempre fui uma aluna exemplar, tirava boas notas, andava na linha, não é? Errado.
Eu costumava me meter frequentemente em encrencas, já pulei muitos muros, já me atrasei muito para as aulas, já pixei muitas paredes daquele colégio feio. (Não me julguem ok, eu tinha apenas 16 anos).
Mas eu surpreendentemente ia bem nas provas e testes. Claro, eu estudava sempre um pouco mais em casa. Já que não podia ficar com meus pais, precisava me distrair.
Não era porque eu não gostava das regras que precisava ser uma completa imbecil. Estabeleci uma meta: Quebraria as regras. Desde que estudasse e fosse inteligente o bastante pra isso.

Com meus 18 anos tudo veio como um tsunami: Bebedeira, baladas, muitos amigos, poderes à flor da pele, planejamento para tatuagem.
Acredite, tudo estava uma loucura do mundo da egoísta Grace Adams. E tudo ia bem. Meus pais tinham grana para me tirar de qualquer enrrascada na qual eu me enfiasse.
Até que em uma noite de muita chuva, eu e meus amigos estávamos voltando de uma festa. Todos muito altos por conta da bebida.
- Fred, deixa o Tony dirigir. - Disse ao meu motorista.
Tony ficou animado com a ideia, começou a me girar de felicidade.
- Senhorita, acho que seu pai não iria gostar que a filha entrasse em um carro com os 4 amigos bêbados. - Disse Fred, tentando me impedir de fazer uma besteira enorme.
- Fred,entrega logo esta porcaria de chave pro Tony. Ei galera, entra no carro, Tony vai levar a gente pra casa! - eu estava zonza de tanta tequila, mas me mantive de pé até estarem todos no carro.

Todos os meus amigos estavam comigo naquele carro. Aquele maldito carro. Aquelas malditas escolhas. Lila era minha melhor amiga...
A música estava alta, a estrada molhada, chovia muito, ESTÁVAMOS TODOS BÊBADOS.
Tudo o que consigo me lembrar são as luzes do caminhão, vindo em nossa direção, Tony tentando desviar o carro, a porcaria do carro, caindo de um barranco.

Lembro que tentei sair do carro, destroçado, mas minha perna estava presa entre os bancos, com o carro de cabeça para baixo eu não conseguia me mover.
Gritei pelo nome de cada um deles, mas não obtive respostas. Achei que todos estivessem mortos até ouvir Tony tentando sair do carro. Tinha muito sangue em seu rosto e o volante cravado em seu peito.
Eu havia batido a cabeça e não podia alcançar nenhum dos outros.
Foi quando toquei nele. Toquei em seu braço e desejei que ele saísse dali vivo. Desejei isso com toda a minha força, afinal, ele era meu melhor amigo.
Desejei aquilo tão alto dentro de mim, que despertei algo novo em meus poderes. Pude ver as feridas de Tony se curando. Pude vê-lo ficar de pé. E então desmaiei. Depois daquele dia, não era apenas eu quem sabia dos meus poderes: Tony também. Não nos desgrudamos desde então.
Foi naquela noite em que percebi que era mais poderosa do que imaginava. Foi uma noite terrível, perdi 3 amigos. Incluindo Lila.

Me tornei médica para salvar vidas

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Me tornei médica para salvar vidas.
Não para reparar as vidas que tirei. Não para me redimir. Mas sim porque recebi esses dons por alguma razão. Salvei meu melhor amigo da morte. Posso fazer muito mais do que isso. E eu acredito em mim.
"Seus pais pagaram sua faculdade, e eles fizeram de você, o que você é hoje."
Não. Não é bem assim que a banda toca.
Meus pais apenas pagaram minha faculdade porque viram que com o desastre que me aconteceu, eu amadureci. E percebi que podia ser mais.
Eu fiz de mim aquilo que sou hoje.

Sendo assim, acredito dar orgulho aos meus pais, acredito ser excelente na profissão que escolhi seguir, e acredito que nesse exato momento, meu cachorro me espera ansioso em meu apartamento. Mas estou ocupada com um paciente que já teve 3 paradas cardíacas! É mole?

Enfim, minha vida não é das piores, mas tenho muito à dizer ainda. Mas temos tempo, afinal, essa história é sobre mim.

 Mas temos tempo, afinal, essa história é sobre mim

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
The Forces Of Nature Onde histórias criam vida. Descubra agora