Fênix- A Libertação dos Condenados(EM REVISÃO)

Capítulo 4

                      Lembranças

       A  primeira vez em toda minha existência na qual eu tinha real certeza que eu era uma aberração foi no dia em que eu decidi separar uma briga das meninas mais novas coisa que as outras mais velhas não faziam  apenas observavam e riam como se fosse engraçado aquele horário eu não me encontrava no quarto na parte da tarde como de costume depois de terminar  meus afazeres eu ia para a biblioteca e ficava até a hora do jantar lendo.
       Algo muito estranho aconteceu naquele dia ao folhar o livro senti algo forte dentro de mim eu tinha certeza que havia algo de errado larguei o livro em cima da mesa ao meu lado e sai correndo passei por dois grandes corredores até chegar ao quarto. Quando parei em frente a porta e a abri me deparando com Carla sentada em cima de Luanna a prendendo contra o chão ela já estava toda machucada de tanto apanhar achei aquilo uma covardia da parte de Carla que já iria completar 16 anos bater em Luanna uma criança de 8 anos era um absurdo quando entrei todas se afastaram por medo de mim a raiva que senti em ver aquela cena foi tanta que me fez perder a paciência e avancei para cima de Carla a agarrei pelos cabelos e a lancei contra a parede atrás de mim foi tão fácil que nem força eu fiz já com ela pressionada contra a parede e com uma das mãos em seu peito a mantive ali. 

      - Por que não bate em alguém do seu tamanho - Disse com uma voz irritada.

     Antes mesmo que eu pudesse pronunciar mais alguma coisa, Carla começou a se debater, ela parecia desesperada mais eu nem mesmo havia batido nela lágrimas desciam insistentemente de seus olhos eu me afastei fiquei sem entender todo o medo que vinha dela seus gritos eram ouvidos por todo o Orfanato não entendi nada mas parecia que ela estava vendo algo  horrendo ela se encolheu no chão lágrimas desciam uma seguida da outra ela olhava para os lados apavorada as outras meninas também não entendiam o que se passava mais duas freiras correram até o quarto devido ter ouvido os gritos de desespero para o meu azar era a irmã Camellia que veio atender os gritos junto com a irmã Lucia.
      A irmã Camellia me odiava já a muitos anos e fazia com que as outras também não gostassem de mim ela foi rapidamente em direção a Carla que estava encolhida no canto da parede.
      - O que aconteceu querida?- Perguntou as duas irmãs para Carla que não parecia ouvir.
      - O que foi que aconteceu aqui?- Perguntou a irmã Camellia aos gritos.

      A irmã era a freira mais velha do Orfanato todas tinham medo dela mais para mim ela não passava de uma mulher amargurada e rabugenta. Ela olhou para todas com raiva as meninas não pronunciaram uma palavra si quer eu fiquei observando apenas em silêncio Luanna se escondeu no canto da cama e chorava em silêncio.
      - Eu só irei perguntar apenas mais uma vez - Murmurou a freira - quem fez isso?

      Elas não pensaram duas vezes em apontar o dedo para mim a freira me olhou com ódio e de modo ríspido me pegou pelo braço e me puxou me jogando para fora da porta do quarto.
     - Você vai direto pra sala da Madre Superiora de hoje você não me escapa - Disse a freira com um tom de ódio e prazer - filha do demônio.

       À minha frente a Irmã Lucia levava Carla amparando a menina mal conseguia ficar em pé andamos por alguns corredores a irmã Camellia foi me empurrando como se eu fosse um cachorro logo chegamos a sala da Madre ela abriu a porta me jogando para dentro bati contra um dos móveis e cai ajoelhada.
      - Mais o que significa isso? - Disse a Madre se levantando.
      - Essa garota endemoniada saiu da biblioteca onde estava e foi ao quarto para bater um Carla ela a deixou em um estado catatonico - Respondeu a Irmã.
   
      Carla sempre forá muito esperta em seus momentos vagos, ela praticava a puxação de saco da Irmã Camellia que era extremamente antipática mas como ela não era boba conseguia manipular a freira muito bem e conseguia certos privilégios.
      - Irmã Camellia sabe que tais palavras não devem ser pronunciadas não somos o Senhor para julgar ninguém - Disse a Madre lhe dando um sermão.

     Sabia que aquela freira me odiava e faria qualquer coisa para me prejudicar e me ver fora dali nas ruas eu sempre me mantive longe dela mais o ocorrido com Carla fez com que ela se irritasse mais ainda comigo pois era o queridinha dela.
       - Perdoe-me Madre. - Repondeu ela cabeça baixa.
       - Agora quero saber o que realmente aconteceu - Perguntou a Madre com uma voz calma.

      No momento que a Irmã ia começar a falar Carla que estava apoiada nos ombros da irmã Lucia desfaleceu repentinamente elas tentaram acorda-la sem ter êxito a Madre ordenou que ela fosse levada para a enfermaria imediatamente seu olhar pra mim me transmitia um certo nervosismo ela estava brava.
     -Eu volto logo e quero ouvir o que tem a me dizer sobre tudo isso Katherine - Falou a Madre me olhando séria.

    Eu sabia que minha situação estava complicada, a Madre nunca havia me chamado pelo meu nome nem mesmo na minha infância a não ser Kathy antes de sair ela me pediu para ficar ajoelhada e fizesse dez aves maria até que ela retornasse. Eu sabia que ficaria em uma situação complicada quando a Irmã Camellia começasse a falar a suposta versão dela dos fatos elas já não gostavam de mim depois disso iria piorar pensei comigo "Isso que dá você ter boas intenções eu só separei uma briga injusta nada de mais."