5:00
Despertador toca.
Beep Beep Beep.Levantando da cama com total indisposição, volta a dormir.
5:07
Levanta mais uma vez. Mas agora com disposição para desligar o despertador.
Missão cumprida. A primeira do dia, por sinal.
Vai até a sala de estar. Senta no sofá e volta a se sentir indisposto.
Felizmente, já acostumado com a situação, levanta e vai até o espelho.
Olhando para o espelho, observa todos os seus defeitos escondidos.
Defeitos que só ele sabia da existência. Era um segredo dele e do espelho.
Vai até o banheiro para tomar banho.
Depois do banho, ele se encara no espelho mais uma vez. Agora, para disfarçar seus defeitos.
O banho, como sempre, o fazia acordar.
Foi para o quarto. Teve um cuidado exagerado para não acordar seus três irmãos. Pegou suas roupas e foi para sala.
Após uma dura troca de roupas, se adianta para a cozinha. A fome era, após o sono, o que mais o encomodara.
Preparou o que tinha de suco e pegou o último pão da sacola.
Terminando de comer, já não se incomodava com mais nada.
Pegou sua mochila e a preparou.
Estava empolgado, pois era final de ano. Ele fazia curso em uma escola integral. Para ele não existia nada melhor que o final de ano.
Saindo de casa, fez uma breve oração e partiu às 6:00 em ponto.Andando para o ponto, persebeu uma agitação estranha. O clima não estava bom no local.
Até que chegou no ponto. A surpresa foi extrema. Mas logo foi consumida pelo medo.
Havia um cadáver ao lado do ponto de ônibus.
As pessoas no ponto pareciam, ou surpresas ou com medo.
Desviando do corpo inerte no chão, se sentou no banco do ponto.
Refletia sobre como a vida era simples. As pessoas nascem cheias de vida. Vão crescendo sendo protegidas por um campo de felicidade, chamado inocência.
Mas chega uma fase, em que a vida começa a te agredir. Há pessoas que resistem às surras da vida. Mas também há as pessoas que morrem sem saber. Essas pessoas viram cadáveres putrefatos no meio do oceano de sonhos alheios.
As pessoas se apegam aos seus sonhos e fazem tudo para viver neles a vida inteira, mas infelizmente só acordam quando já é tarde demais.