Capítulo 4 - Uma garoa conta sua história.

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- Emma, querida, comprei uma tela maior pra você hoje ok? - Diz minha mãe, Elisa.
- Como foi no mercado mãe? Conseguiu tudo? - Berro de dentro da sala de artes que arrumamos para que eu pudesse avançar cada dia mais fazendo aquilo que mais amo: Arte.
-Foi ótimo filha. Se lembra do Joe? Aquele tatuado lindo que deu em cima de mim na semana passada? Advinha!
- Ele estava no mercado. - Digo debochando.
- Sim! Eu estava passando as compras e de repente derrubei o sabão em pó...
- Mãe, que clichê!- Interrompo. - Sou muito mais o Barry.
- Barry? Meu melhor amigo Barry? Emma, não viaja!

- Barry? Meu melhor amigo Barry? Emma, não viaja!

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Tá bem, todo mundo parado. Apresentações: Eu sou Emma Lena Morris. Aquela outra moça bonita ali é minha mãe, Elisa Morris. Tenho 25 anos e amo artes. É minha verdadeira paixão: Quadros, música, dança, cinema, amo tudo o que vai uma paixão excessiva pela criatividade.
Sou de Melburne, Austrália. Grande Paraíso das Artes. Bom, pelo menos pra mim é. E de quebra é perto do mar.

Fui adotada aos 3 anos. Descobri meus poderes com essa idade também. Por essa razão, não escondo eles de Elisa. Ela me ama do jeito que sou. E eu a amo como minha mãe biológica. Mesmo não conhecendo a verdadeira.
Eu não sei absolutamente nada sobre mim: nome da minha verdadeira mãe, a idade em que me teve, não sei por que tenho esses poderes, não sei até onde posso chegar.... Ah é! Os poderes, vamos falar sobre eles: Eu controlo a água. Meus poderes se engrandecem quando entro no mar, tomo banho, ou até mesmo bebo água.
Mas não é só isso. Quando nos mudamos de Sydney (ainda na Austrália) pra cá, minha mãe ainda me incentivava a praticar e treinar meus poderes. Para que eles não me destruíssem.
Posso fazer muito mais do que apenas manipular a água. Eu faço gelo. Eu congelo o que eu quiser, e quando não quiser mais, posso desfazer. Faço pequenas construções às vezes. Em miniatura, também com gelo. Mas um tipo de gelo mais resistente, um que não derrete. Aprendi isso à pouco tempo. Ainda não sei desfazer esse tipo de gelo.
Eu posso criar formas feitas de água e dar vida à elas. Mas são de água. Se desfazem em algum momento. São maleáveis e são facilmente destruídas.

Na sala em que comentei, a de artes, que eu e minha mãe ajeitamos para que eu pudesse "deixar fluir", está cheio de vasilhas. Diversos potes com água dentro, espalhados pela sala, junto a 1 bilhão de quadros e pinturas feitas por mim.
Às vezes, quando a pintura em questão é um ponto muito forte em minha mente, o sentimento se torna fixo. Me sufoca. Então os potes e vasilhas com água, muitas vezes transbordam. Muitas vezes flutuam. Quando o poder é muito forte, meus olhos se tornam azuis turquesa, vasilhas de cerâmica partem, a umidade nas janelas as corroem.
Eu controlo meus poderes. Mas não o bastante.
Por ser água, por ser um elemento extremamente emocional, eles me tornam fraca. Muitas vezes eles me controlam. Foi o que aconteceu em Sydney, quando eu inundei um apartamento inteiro, já que eu morava na cobertura, a água inundou todos os outros apartamentos. Quase matei idosos, quase matei pessoas inocentes. Eu quase matei crianças.
Por sorte ninguém me descobriu. Mas nos mudamos para Melburne por segurança. Em uma casa, ao invés de um prédio com milhares de pessoas.

 Em uma casa, ao invés de um prédio com milhares de pessoas

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Saio da sala de artes.
- Mãe, Barry é um cara bacana, sempre me acompanha pra casa quando está muito escuro, MESMO EU TENDO 25 ANOS MÃE! Você e ele tem praticamente a mesma idade e se conhecem desde que sabem que são gente. Ele viu você me adotar, ele te ajudou a cuidar de mim. Ajudou também com aquele probleminha lá em Sydney! (Sim, Barry sabe dos meus poderes. Apenas ele, Elisa e eu).
- Filha somos melhores amigos. Além do mais, você sabe muito bem que eu não sou muito boa com caras bacanas... estava pensando no Clarson, o cabeleireiro, lembra dele?

Como poderia esquecer... Thomas Clarson. Ele aparentava ser um cara legal. Até eu o conhecer melhor. Ele era bom comigo. Na frente da minha mãe é claro. Mas quando ela não estava olhando, ele era uma pessoa horrível: machista, racista, um sem noção completo. Um belo babaca. Mas fazia minha mãe sorrir. E eu não me daria o luxo de tirar isso dela.
Minha mãe não teve um passado muito bonito.
Mas continuava sorrindo. Me dando todo o amor e apoio do planeta. Então eu nunca contava pra ela o que descobria sobre Thomas. Afinal, cada dia um podre diferente sobre aquele imbecil.

Pois bem, vocês devem imaginar que minha mãe é mais uma adolescente do que uma adulta super protetora e preocupada. Devem pensar que ela é uma total desmiolada.
Ela é sim, meio doidinha, mas eu a amo. Ela sempre foi muito presente, sempre me deu apoio, apoio de verdade! Sempre esteve do meu lado, sempre segurou minha mão quando tive medo, sempre disse que eu deveria seguir o que estivesse em meu coração. E eu tenho muita sorte por ter encontrado ela. Ou dela ter me encontrado, como queiram.
Ela não cozinha muito bem e tem um péssimo gosto pra homens. Pra falar a verdade eu também... Mas eu não quero falar sobre isso. Pelo menos não agora. Ao decorrer da história vocês entenderão melhor.
Afinal, essa história é sobre mim.

 Afinal, essa história é sobre mim

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